Impressões do sistema educativo do Reino Unido

Algumas das conclusões

A realização de Assembleias de Escola no final do dia foi observado como uma prática muito interessante, até como forma de articular toda a escola.

A partilha de planificações entre professores permite um trabalho muito articulado de todas as turmas.

Lideres em Ação -Inglaterra

Na segunda mobilidade as lideranças visitaram três escolas de âmbitos completamente diferentes em Bath no Reino Unido: Oldfield Park Junior School; Fosse Way School e Bath Academy e participaram em workshops de contextualização do sistema educativo Britânico.

Oldfield Park Junior School – uma escola estatal do ensino básico, equivalente ao nosso 6.º ano, com organização muito interessante, de onde se destacou a organização das mensagens que são trabalhadas para os diversos estilos de aprendizagem, assim há uma forte competente visual, com muito trabalho sistematizado em todas as paredes da escola, que servem como veículo de aprendizagem e comunicação das atividades promovidas pela e com a comunidade. Há uma componente prática que é assegurada pelos clubes que servem para prolongamento do horário, com atividades físicas e artísticas. O papel da biblioteca escolar assume um local de destaque na promoção da leitura e organização e eventos temáticos, os pais também são chamados a envolver-se num processo de leitura com os filhos 5 vezes por semana. A existência de um código de conduta definido e articulado com toda a comunidade serve de pilar na promoção de comportamentos assertivos e na regulação da educação cívica. A assembleia de alunos diária, assume-se como um convite à participação dos alunos em vários temas e na vida da escola. A definição e tarefas com tempo definido para o seu cumprimento, assume um papel primordial na promoção da autorregulação e da autonomia dos alunos. Os alunos mudam todos os anos de turma e de professor para que desenvolvam competências de trabalho em diferentes equipas e para consigam integrar-se em contextos sociais diversos. Os alunos trabalham todos em grupo. Não há retenção de alunos; a escola paga o material escolar e os alunos com dificuldades são retirados da sala para apoio individualizado em qualquer espaço da escola. Há também uma cozinha para ensinar os alunos a cozinhar 6 vezes por ano e alguns recursos informáticos na biblioteca para desenvolver trabalhos de pesquisa.

Fosse Way School- Uma escola especial para autistas, com um modelo de Educação Especial distinto da inclusão total, mas com a vantagem de ter um impacto e condições de trabalho muito boas, com uma perspetiva de inclusão dos alunos no mercado de trabalho, trabalho altamente personalizado e um grande investimento na independência no futuro. A existência de uma sala para acalmar; estações de trabalho individualizadas; ginásios com materiais para exercitação física, materiais e recursos diversos para a expressão e comunicação além da oralidade. Também aqui as mensagens visuais com grafismos e simbologia para aqueles que não conseguem verbalizar as suas ideias. As aulas são preparadas para a especificidade dos alunos, há um grande investimento na diferenciação pedagógica, as aulas são curtas e com muitas atividades práticas (experiência de Biologia, exercícios de física); muitas visitas de estudo à comunidade para conseguir integrar-se e desenvolver o seu perfil de funcionalidade.

Bath Academy- Uma escola privada, de preparação para exames de acesso a universidades com um modelo muito neoliberal, que trabalha com alunos que fracassaram noutras instituições, em grupos muito pequenos de 3 ou 4 alunos no máximo, com professores altamente qualificados e muito bem pagos, criteriosamente selecionados.

De entre os aspetos destacados na gestão das escolas, está a desburocratização dos processos, a rápida colocação de professores substitutos, o suporte de todas as despesas de material pela escola e compromisso dos pais com as despesas. A elaboração do plano de formação de cada profissional em função das necessidades, também é uma realidade. A seleção pelos diretores, dos docentes envolvidos nos projetos educativos. A juventude dos docentes, o foco na atividade letiva e a planificação em conjunto, por ano letivo, de todas as atividades assumiu um destaque nos permitiu compreender que só assim há garantia da igualdade de oportunidades para todos os alunos.

De entre os vários aspetos notados, há uma equipa a considerar implementar e testar as assembleias de ano como forma de melhorar o envolvimento dos alunos, entre outras práticas identificadas como interessantes. Há a intenção de disseminar estas ideias num círculo de estudos para docentes. A ideia de desenvolver os materiais em conjunto, por ano letivo, deve ser alvo de reflexão nos conselhos pedagógicos das escolas associadas ao longo deste ano