Contribuir para que o hospital forneça o melhor desfecho assistencial, a melhor experiência para o usuário e sua família, ao menor custo por usuário.
Manter a sustentabilidade financeira do Sistema Único de Saúde (SUS) é um grande desafio. Em 2017, o déficit de serviços atingia R$ 31 bilhões, com uma projeção de déficit para 2030 da ordem de R$57,5 bilhões (Acórdão 1487/2020 – TCU – Plenário, de relatoria do Ministro Benjamin Zymler).
Aliado a esse quadro deficitário, estudos realizados pelo Banco Mundial em 2018, em 2.440 hospitais gerais do SUS, apontam que, em média, esses hospitais tiveram uma eficiência de 28% e que, em decorrência disso, poderia existir um desperdício da ordem de R$13 bilhões na atenção da média e alta complexidade (TC 015.993/2019-1).
Hospitais são instituições complexas, com densidade tecnológica específica, de caráter multiprofissional e interdisciplinar.
A unidade hospitalar é responsável pela assistência aos usuários com condições agudas ou crônicas, que apresentem potencial de instabilização e de complicações de seu estado de saúde, exigindo-se assistência contínua em regime de internação e ações que abrangem a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação (PNHOSP, art. 3º do Anexo XXIV da Portaria de Consolidação MS nº 2/2017).
Fonte: eficiencianasaude.org, dados CNES
Até o mês de maio de 2024, foram auditados 39 hospitais. A maioria dos Estados tiveram ao menos um hospital auditado.
8 hospitais são hospitais especializados e 31, gerais. 19 hospitais são de gestão estadual e 20, municipal. Quanto à titularidade, 21 são estaduais, 13 municipais, 1 federal e 4 privados.
Quanto à natureza jurídica, 35 hospitais são da Administração Púbica, e 4, entidades privadas sem fins lucrativos.
O volume de insumos auditados envolve 16.608 profissionais de enfermagem, 9.148 médicos, 6.317 leitos SUS e 1.253 salas.
Fonte: eficiencianasaude.org, dados CNES
Fonte: eficiencianasaude.org, dados CNES
Fonte: eficiencianasaude.org, dados CNES
Fonte: eficiencianasaude.org, dados CNES
Fonte: eficiencianasaude.org, dados CNES
Foram consolidados 227 achados negativos
Nota: o número indica a quantidade de ocorrências que apontam problemas naquela área. Um mesmo achado pode se referir a mais de uma ocorrência.
As auditorias realizadas em 39 hospitais gerais e especializados trouxeram à tona uma série de problemas críticos que abrangem diversas áreas da gestão hospitalar, evidenciando a complexidade dos desafios enfrentados por essas instituições. 68% dos problemas (ou ocorrências) estão relacionados a 3 áreas: área operacional (31%), área de governança e gestão (23%) e área estratégica (14%).
A área operacional, especificamente a gestão de processos da área-fim, emergiu como a mais problemática, com 124 ocorrências. Em seguida, a governança e gestão das ações e serviços de saúde foram identificadas como inadequadas em 90 ocorrências, ressaltando a necessidade de fortalecer os mecanismos de governança e assegurar que as decisões estejam alinhadas com os objetivos estratégicos dos hospitais.
A estratégia imprecisa e/ou sem suporte externo, identificada em 56 ocorrências. Além disso, problemas relacionados à gestão da informação foram encontrados em 44 ocorrências, destacando a importância de sistemas de informação robustos para a tomada de decisão e eficiência operacional.
A gestão de recursos humanos também se mostrou problemática, com 32 ocorrências, indicando desafios na atração, retenção e desenvolvimento de talentos.
Observa-se que um mesmo achado pode abranger mais de uma ocorrência.
Sobre os processos afetados, as 39 auditoria revelam desafios significativos em áreas operacionais e administrativas, cabendo destacar o Núcleo Interno de Regulação lidera com 56 ocorrências, afetando o fluxo de pacientes e a alocação de recursos. A gestão de leitos e a internação em enfermaria e UTI, com 42 e 39 ocorrências, impactam a eficiência operacional e a qualidade do cuidado.
Problemas administrativos, como planejamento e gestão da informação, com 33 e 32 ocorrências, comprometem a tomada de decisão e a comunicação. A área cirúrgica, com 31 problemas, enfrenta atrasos e questões de segurança.
O pronto atendimento, exames e gestão de salas cirúrgicas, com 24 e 20 ocorrências, afetam a resposta a emergências e diagnósticos. A segurança do paciente e gestão patrimonial, com 16 e 14 problemas, são cruciais para a segurança e eficácia.
O atendimento ambulatorial, com 14 ocorrências, impacta a continuidade do cuidado. Estes achados sugerem a necessidade de uma gestão hospitalar integrada para melhorar a qualidade do cuidado e eficiência.
Nota: o número indica a quantidade de achados que apontam problemas naquele processo. Um mesmo achado pode se referir a mais de um processo.
Gestão do Ciclo do Paciente no Hospital: Uma das principais causas de problemas identificados foi a gestão inadequada da alta dos pacientes. Isso indica que os processos envolvidos na preparação e execução das altas médicas não estão sendo efetivamente gerenciados, o que pode levar a atrasos nas altas, ocupação desnecessária de leitos e impacto negativo na rotatividade de pacientes.
Gestão do Desempenho: Foram identificadas falhas significativas tanto na configuração de instrumentos de pactuação de metas e resultados quanto no monitoramento dos indicadores de gestão operacional. Essas falhas sugerem que os hospitais enfrentam dificuldades em estabelecer objetivos claros e mensuráveis e em acompanhar o progresso em direção a esses objetivos, comprometendo a capacidade de melhorar a eficiência e a eficácia dos serviços prestados.
Veja mais!
Leitos: O dimensionamento inadequado de leitos de enfermaria ou de UTI foi outra causa importante de problemas. Isso pode resultar em superlotação ou, inversamente, em recursos subutilizados, afetando diretamente a capacidade do hospital de atender às demandas dos pacientes de maneira oportuna e eficaz.
Qualidade: Foram observadas falhas na atuação de comissões previstas em normas e recomendadas como boa prática na gestão hospitalar. A ineficácia dessas comissões pode comprometer a implementação de padrões de qualidade e a promoção de melhorias contínuas nos serviços de saúde.
Gestão de Pessoas: Tanto o dimensionamento inadequado do quantitativo de profissionais de saúde quanto falhas no controle de frequência adequado desses profissionais foram identificados como causas de problemas. Essas questões podem levar a uma distribuição ineficiente de pessoal, afetando a qualidade do atendimento ao paciente e a satisfação dos funcionários.
Gestão do Ciclo do Paciente no Hospital: Uma das principais causas de problemas identificados foi a gestão inadequada da alta dos pacientes. Isso indica que os processos envolvidos na preparação e execução das altas médicas não estão sendo efetivamente gerenciados, o que pode levar a atrasos nas altas, ocupação desnecessária de leitos e impacto negativo na rotatividade de pacientes.
Gestão do Desempenho: Foram identificadas falhas significativas tanto na configuração de instrumentos de pactuação de metas e resultados quanto no monitoramento dos indicadores de gestão operacional. Essas falhas sugerem que os hospitais enfrentam dificuldades em estabelecer objetivos claros e mensuráveis e em acompanhar o progresso em direção a esses objetivos, comprometendo a capacidade de melhorar a eficiência e a eficácia dos serviços prestados.
Leitos: O dimensionamento inadequado de leitos de enfermaria ou de UTI foi outra causa importante de problemas. Isso pode resultar em superlotação ou, inversamente, em recursos subutilizados, afetando diretamente a capacidade do hospital de atender às demandas dos pacientes de maneira oportuna e eficaz.
Qualidade: Foram observadas falhas na atuação de comissões previstas em normas e recomendadas como boa prática na gestão hospitalar. A ineficácia dessas comissões pode comprometer a implementação de padrões de qualidade e a promoção de melhorias contínuas nos serviços de saúde.
Gestão de Pessoas: Tanto o dimensionamento inadequado do quantitativo de profissionais de saúde quanto falhas no controle de frequência adequado desses profissionais foram identificados como causas de problemas. Essas questões podem levar a uma distribuição ineficiente de pessoal, afetando a qualidade do atendimento ao paciente e a satisfação dos funcionários.
A redução da qualidade dos serviços de saúde foi o impacto mais frequentemente observado, com 135 ocorrências registradas. A redução da qualidade dos serviços pode manifestar-se de várias formas, incluindo tratamentos ineficazes, diagnósticos imprecisos, falhas na segurança do paciente e piores desfechos.
O aumento do tempo da prestação ou de espera para a prestação, identificado em 119 achados, refere-se ao prolongamento dos tempos de espera para receber atendimento ou para a conclusão dos serviços de saúde. Este problema não só afeta a satisfação do paciente, mas também pode resultar em deterioração da condição de saúde dos pacientes que aguardam atendimento, especialmente em casos de emergência.
Com 61 ocorrências, o aumento do custo é um impacto significativo, afetando tanto os pacientes quanto o sistema de saúde como um todo. Este impacto pode limitar o acesso aos serviços de saúde para pacientes de baixa renda e aumentar a pressão financeira sobre o sistema de saúde.
A redução do escopo ou da capacidade de prestação de serviços foi observada em 60 achados e refere-se à limitação na variedade ou quantidade de serviços de saúde disponíveis para os pacientes. Este problema pode levar a uma cobertura insuficiente de serviços de saúde, forçando os pacientes a buscar atendimento em outras instalações, muitas vezes a uma distância considerável ou a um custo maior.
Nota: o número indica a quantidade de achados que apontam para o referido impacto. Um mesmo achado pode se referir a mais de um impacto.
Foram identificadas 33 boas práticas
Notas:
O resultado não é uma avaliação da situação geral do ente federado quanto à gestão hospitalar.
Em um mesmo hospital coexistem achados negativos e boas práticas de gestão.
Algumas auditorias tiveram como escopo identificar boas práticas para serem difundidas.
Integração entre Atenção Básica e Serviços Especializados: A realização de procedimento na unidade hospitalar, com posterior acompanhamento pela Atenção Básica, é um exemplo de integração entre diferentes níveis de atenção, que pode contribuir para melhores desfechos favoráveis ao paciente, após a alta hospitalar.
Parcerias para Ampliação de Serviços: a parceria estabelecida com o DETRAN para a identificação civil de recém-nascidos e pais sem documentos é um exemplo de como parcerias podem ampliar os serviços oferecidos pelos hospitais, contribuindo para a melhoria da gestão hospitalar.
Manutenção Preventiva de Equipamentos: a manutenção preventiva, corretiva e sistematizada dos equipamentos médicos é crucial para evitar atrasos nos atendimentos e cancelamentos de cirurgias, contribuindo para a melhoria da eficiência hospitalar.
Remuneração por Desempenho: a associação da remuneração de equipes médicas ao cumprimento de metas voltadas para a eficiência demonstra como incentivos podem motivar as equipes a se comprometerem mais com a resolutividade da assistência.
Planejamento Estratégico e Monitoramento: a definição clara de metas e indicadores, juntamente com um processo de monitoramento e avaliação, é essencial para a gestão eficaz dos leitos e a melhoria contínua dos serviços hospitalares.
Gestão de Casos de Alto Risco: o Ambulatório Pré-Natal de Alto Risco demonstra a importância de uma gestão focada em gestantes com comorbidades, como hipertensão ou diabetes, agendando cesáreas com antecedência para diminuir riscos de complicações, o que pode reduzir significativamente os índices de morte materno-infantil.
Tecnologia e Inovação: a identificação de medicamentos por código de barras e a utilização de uma plataforma para aquisição de insumos são exemplos da adoção de tecnologias pode aumentar a eficiência, segurança e reduzir custos no ambiente hospitalar.
Ouvidoria Interna e Cultura Organizacional: a existência de uma ouvidoria interna atuante e a promoção de uma cultura organizacional participativa e humanizada são fundamentais para atender às necessidades dos usuários e aperfeiçoar processos internos.
Gestão de Qualidade e Acreditação: a obtenção de acreditação e a implementação de um sistema de gestão da qualidade organizam os processos internos e mantêm o controle dos fluxos e práticas, contribuindo para a melhoria contínua.
Educação Permanente e Capacitação: a existência de um Núcleo de Educação Permanente que organiza a oferta de capacitações aos profissionais é um pilar importante para garantir a atualização contínua das equipes e a melhoria da qualidade do atendimento.
Dr. Eugene Litvak (Institute for Healthcare Optimization (IHO)
Antônio França da Costa (Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Conta da União)
Raimundo Paulo Dias (Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia)
Renato Barbosa (Auditor do Serviço de Auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS no Estado de Mato Grosso do Sul)
Aline Mirema (Auditora do Serviço de Auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS no Estado de Goiás)
Sidney Guilherme Chaves Júnior (Auditor de Contas Públicas do Tribunal de Contas do Estado da Bahia)
Karina Marques (Auditora de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco)
Bianca Rosa da Silva (Auditora do Serviço de Auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS no Estado do Pará)
Isana Oliveira da Silva (Auditora de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul)
Dr. Welfane Cordeiro Junior (Médico Consultor de fluxos hospitalares e sistemas de saúde)
Carlos Augusto de Melo Ferraz (Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União)
João Paulo Martins Viana (Auditor do Serviço de Auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS no Estado de Mato Grosso)
Mayte Cardoso Aguiar (Auditora de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo)
Robson Marinho Nobre (Auditora do Serviço de Auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS no Estado de Santa Catarina)
Liliane Ocalxuk (Auditora do Serviço de Auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS no Estado do Paraná)
Silvia Miralha de Araújo (Auditora de Controle Externo do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Pará)
Andressa Santos Seixas (Auditora Estadual de Controle Externo do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia)
Bruno Wallace Soares da Silva (Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Município de São Paulo)
Andressa Santos Seixas (Auditora Estadual de Controle Externo do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia)
Thais Maria Guedes Basílio (Auditora do Serviço de Auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do SUS no Estado do Ceará)
Alexandre Giraux Cavalcanti (Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União)