Semana 25

“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais que eu; e ela não perde o que merece ser salvo.”

Eduardo Galeano

Estamos chegando ao fim desse ano, que foi tão desafiador quanto difícil. E nesse momento, nos propomos a recordar sobre essa intensa jornada!

Nos demos conta da importância da presença! Ficamos saudosos do barulho, da bagunça, das risadas, das broncas, dos encontros e desencontros do dia a dia, do convívio, dos “perrecos”, das diferenças, das semelhanças, da partilha...Ficamos saudosos do nosso PMJ São José! Não do prédio (que continua lá), nossa saudade é da vida que permeava aquelas paredes.

Nossa saudade se fez memória, se fez lembrança. E então, em meio a esse furacão de emoções que foi o ano de 2020, encontramos espaço para sentir GRATIDÃO. Pois nem mesmo a distância (com todas as dificuldades que ela trouxe) conseguiu nos afastar.

Fomos, a passos curtos (mas constantes) encontrando novas maneiras de ficar perto, percebemos que nossa relação extrapola as paredes do PMJ, pois não é uma relação pautada na “troca de serviços” ou mesmo em “obrigações”... Nossa relação se pauta no respeito mútuo e no amor.

No amor?

Sim! No amor!!! Este que constrói pontes, esse que encontra soluções, esse que distribui carinho, cuidado e abraça mesmo de longe.

2020 seguirá como um ano extremamente difícil em nossas memórias, mas ficará marcado também, como um ano em que nos fizemos família! Nos fizemos comunidade! Rompemos com os muros, entramos nas casas, abrimos nossas casas, nos encontramos enquanto Unidade!!!

E quando buscamos palavras para definir tudo isso, quando buscamos um texto para colocar nesse vídeo (e não encontramos), nossas meninas trouxeram as palavras que nos faltaram. Elas falaram por nós, o que a emoção deixou engasgado na garganta.

Isolados nos fizemos presentes! E assim percebemos que estar presente é o melhor presente!

Nossa vontade agora, era terminar esse ano com um grande abraço. Abraço com o tempo infinito, aquilo que fazemos de tão bom, que temos vontade de eternizar.

Esse abraço fica guardado por enquanto, com a certeza de que, em breve ele virá. E será tão forte e tão demorado, que vai virar “montinho”!!!

Que venham novas memórias, novas lembranças, novas viagens, novas surpresas, novos desafios. E que permaneça o amor!!!

“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:

“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.”

José Saramago