O apanhador de desperdícios – Manoel de Barros
“Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que a dos mísseis.
Tenho em mim um atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo (...)”
Que tenhamos abundância de sermos felizes pelo encantamento de estarmos reformulando a vida, porque estamos vivos e vivas. Nos nossos olhares de uma claridade inefável, reinventamos momentos e situações, lançamos afeto, vínculo, coragem, esperança e enxergamos caminhos possíveis de nos tornamos ainda mais pessoas humanas.
Tudo isso foi possível porque houve uma entrega acolhedora de todos os envolvidos, perpassando pelo diálogo no seu mais profundo escutar sensível, ou mesmo, na sua miudeza que nos potencializou a pensar, recuperar e agir na nossa essência de reencontrarmos o sentido da vida de forma coletiva.
Reencontrarmos o sentido da vida coletiva é ter certeza de que cada um(uma) de vocês e seus familiares são importantes nessa troca de partilha, escuta e participação para construirmos juntos uma sociedade justa e fraterna para todos!!
Para festejar os espetáculos de todos esses momentos, construirmos através das mãos habilidosas, carinhosas e afetuosas de cada educadora o “Presente Precioso” para nos sentirmos juntos de verdade, mesmo estando longe, pois, se fazer presente é se sentir importante!