A adolescência xavante
Ao entrar na adolescência, os índios protagonizam um ritual de iniciação à vida adulta. Atualmente, o jovem índio tem, pelo menos, duas alternativas: adotar os padrões de comportamento de sua tribo ou se preparar para a vida adulta em uma escola , junto com adolescentes brancos.
Pela tradição xavante, o watpé (adolescente, em xavante), aos dez anos, deixa a família e se muda para o Hö, a “casa dos adolescentes”. Os meninos moram com outros garotos. Perdem a proteção dos pais e passam a ser educados por um padrinho. Eles vivem nessa casa por quatro ou cinco anos. A entrada e a saída da Hö são comemoradas com um ritual.
“A iniciação na vida adulta é um processo muito demorado para eles”, diz a antropóloga Ângela Maria Pappiani. Os ritos são diferentes para meninos e meninas.
Enquanto os homens são preparados para “governar” a tribo, as mulheres recebem orientação para cuidar da casa. A cerimônia mais importante é a furação da orelha – quando o garoto deixa a Hö e se integra à vida adulta.
As meninas ficam com a mãe e aprendem a plantar e preparar alimentos e também participam de algumas cerimônias. Uma delas é a nomeação. Quando são consideradas adultas, recebem outro nome, que adotam para o resto da vida.
Segundo Ângela, esses rituais são importantes para manter viva a tradição indígena. “Eles transmitem a tradição para as novas gerações e fazem com que a cultura indígena nunca se perca”, diz.
Adaptado de: Folha de S. Paulo, Folhateen,