Proterochampsa nodosa
Muito antes dos crocodilos
Com uma cabeça desproporcionalmente longa esta espécie provavelmente permanecia boa parte de sua vida dentro d’água, espreitando aqueles desavisados a procura de água para beber.
FICHA TÉCNICA
Classificação: Reptilia: Archosauromorpha: Proterochampsia: Proterochampsidae.
Alimentação: Carnívora, provavelmente peixes.
Comprimento: Adultos de até 2 metros
Peso: Mais de 40 kg
Época: Triássico Superior, aproximadamente 233 Ma (Carniano-Noriano).
Distribuição: sul do Brasil e noroeste da Argentina
Sítios onde foram encontrados em Candelária: Vila Botucaraí (ver MAPA).
O corpo de Proterochampsa é mais atarracado que seus parentes próximos como o Chanaresuchus e o Rhadinosuchus. Além disso, sua grande cabeça indica um hábito de vida bem mais aquático que terrestre. Outra dica importante sobre como vivia este animal é seu crânio achatado, com as órbitas posicionadas para cima. Muitos crocodilianos atuais espreitam suas presas apenas com os olhos para fora d’água, o que pode ter sido a tática de ataque mais comum para o Proterochampsa.
Embora nenhum conteúdo estomacal ou traços de dentes tenham sido encontrados para melhor indicar seus hábitos de vida, o Proterochampsa provavelmente caçava animais dentro e fora d’água dos lagos e rios, na época em que os primeiros dinossauros se tornavam comuns e os ancestrais dos crocodilos nem se aventuravam na água.
O Proterochampsa tinha em sua cabeça diversas protuberâncias. Este adorno não é observado em nenhuma outra espécie de proterochampsídeo. Ambas as espécies conhecidas apresentam estas protuberâncias. Porém sua função não é conhecida, podendo ter desempenhado papel de camuflagem ou até para atração de parceiros.
Poucos eram os concorrentes do Proterochampsa, diferente de muitos outros locais de mesma idade, no Brasil e na Argentina os temnospôndilos são pouco abundantes. Outro fato curioso é que tanto no Brasil como na Argentina, nenhum fitossauro foi encontrado nesta época. Os fitossauros são bastante comuns nos depósitos da Índia, da Europa e da América do Norte – lugares onde até hoje nenhum proterocampsídeo foi encontrado. Não sabemos ao certo se estes dois grupos estariam competindo evolutivamente pelo domínio dos ambientes aquáticos, mas o que sabemos é que Proterochampsa é um dos últimos proterochampsídeos e após seu desaparecimento os fitossauros finalmente aparecem no registro brasileiro.
Vista dorsal do crânio de Proterochampsa nodosa, um proterocampsídeo de crânio achatado encontrado em Candelária. Escala 2 cm.
Referências:
Da-Rosa, Á.A.S. (2009) Vertebrados fósseis de Santa Maria e região, 480 p.