Diplichnites

Uma pista sobre o passado dos artrópodes

Animais de pequeno tamanho e de corpo não mineralizado são raramente preservados no registro fóssil. No entanto, sua presença no Triássico de Candelária não passa despercebida, pois eles deixaram muitas evidências de suas atividades. Diplichnites representa uma pista deixada por um artrópode enquanto caminhava lado a lado com os primeiros dinossauros.

FICHA TÉCNICA

Icnogênero: Diplichnites

Significado do nome: Diplous (duplo) + ichnos (traço ou evidência) + ites (sufixo utilizado para denominar rochas e fósseis)

Largura da pista: Aproximadamente 5 mm

Época: Triássico Superior (aproximadamente 231 milhões de anos)

Sítios onde foram encontrados: Linha Bernardino

Artrópodes possuem apêndices (“membros”) articulados e seu número varia entre seis (nos insetos) e mais de cem (nos piolhos-de-cobra). Ao caminhar, somente a extremidade mais distal (a ponta) do apêndice toca o substrato, deixando para trás uma pista formada por uma série de pegadas simples e, muitas vezes, sobrepostas. Por serem animais leves (em comparação aos vertebrados), as pegadas produzidas pelos artrópodes são menos profundas e mais facilmente erodidas pela ação da chuva, dos ventos e dos outros animais. No entanto, em condições favoráveis, isto é, com níveis de umidade e tamanho dos grãos do substrato adequados, as pistas destes diminutos animais ficam preservadas e podem ser incorporadas no registro fóssil. Nas planícies inundáveis do Triássico de Candelária, estas condições estão representadas nas rochas da Linha Bernardino, onde a pista Diplichnites foi encontrada.

Sob os pés dos gigantes

Os artrópodes possivelmente surgiram antes do início do Período Cambriano (há mais de 540 milhões de anos) e, desde então, muitas espécies já caminharam sobre a Terra. Durante o Período Carbonífero (aproximadamente 340 milhões de anos), estes animais atingiram tamanhos colossais para um invertebrado. A centopeia Arthropleura, encontrada nos EUA, atingia mais de 2 metros de comprimento! Muitas hipóteses para explicar como os artrópodes atingiram tamanhos enormes neste período foram levantadas e, dentre as possíveis explicações, a grande quantidade de oxigênio na atmosfera e de alimento podem ter favorecido o crescimento destes invertebrados. Atualmente, são raros os artrópodes maiores que um palmo. No entanto, este segue sendo o grupo de animais mais abundante e diverso do planeta.