Trabalhar na RDP nos anos 70 e 80
Não era fácil
Para um produtor, realizador de Rádio, trabalhar na RDP nos anos 70 e 80 não era fácil.
A dada altura aceitei um convite do Henrique Mendes para fazer um programa, aos Domingos de Manhã, na Renascença,
Quando soube, o Dr. Oliveira Pires, Director de Programas na altura, perguntou-me porquê: a minha resposta explica o "não era fácil" do subtitulo.
Disse eu, então, ao Dr Oliveira Pires: Dr, se por suposto eu soubesse que Jesus voltaria à terra dali a 3 dias e que já tinha acertado com S.Pedro uma entrevista exclusiva, teria de seguir os padrões (regras em vigor). ou seja. Apresentar uma proposta por escrito ao Realizador principal que, achando boa ideia, assinava e faria seguir a proposta para o Chefe de Departamento. Se este achasse que era uma boa ideia, faria seguir a proposta para o Director de Programas.
Só para situar a proposta circulava entre estas pessoas naqueles livrinhos chamados de "protocolo" capinha preta.
Voltando ao assunto. Se o Director de Programas estivesse de acordo a proposta iria parar à secretaria, chefiada pelo Eurico Santa Clara, que a enviava para a Direcção de Pessoal no edifício das Amoreriras. Este, devidamente infomado de onde eu iria estar durante aqueles dias, rubricava e enviava o mesmo para a Direcção Financeira, na Rua do Castilho a ver se havia cabimento orçamental para pagar as deslocações. Houvesse dinheiro em caixa, o papel seguia para o Conselho de Administração para aprovação final. Depois deste percurso havia o percurso inverso que devolveria a proposta à secretária do Eurico no Quelhas 2. Mas a coisa não ficava por aí. O Eurico entregava-me a proposta acompanhada de uma requisição para eu ir buscar as ajudas de custo à Rua do Castilho. Pedia, então, uma viatura aos transportes, que ficavam na rua do Quelhas, 21 para ir comigo buscar o carcanhol e regressar ao Quelhas.
Como nenhuma reportagem era feita sem acompanhamento de um técnico e de um motorista, o Eurico requisitava os mesmos, cujos escolhidos tinham de percorrer a mesma via sacra até conseguirem chegar às ajudas de custo. Processo este que durava entre 10 a 15 dias. Ora, quando tudo estivesse tudo reunido para a viagem, o Cristo já tinha vindo e subido aos céus e eu tinha perdido a entrevista.
Expliquei mais ao Dr. Oliveira Pires uma vez que ele me tinha perguntado porque tinha aceite o convite da Renascença: se o episódio da entrevista ao Cristo, tivesse ocorrido daquele lado eu teria batido, de modo informal, na porta do Henrique Mendes. Se ele estivesse de acordo, no mesmo momento ele descia a escada e trocava duas palavras com o Eng. Magalhães Crespo que, se desse luz verde, me mandava de pronto ir buscar tudo o que era preciso à tesouraria da Renascença em frente ao edifício das Belas Artes, a 100 metros das instalações da Renascença no Chiado e, duas horas depois a equipa estaria a caminho.
Este "não ser fácil" trabalhar na RDP nos anos 70 e 80 fez com que muitas boas ideias tivessem ficado pelo caminho causando um sentimento enorme de frustração a quem tinha 24, 25 anos e adorava aquilo que fazia.
Trabalhar na RDP nos anos 70 e 80
Não era fácil - II - "O circuito das bobines"
Naqueles anos os estúdios de emissão e gabinetes de produção estavam situados na Rua do Quelhas,2. Os estúdios de gravação ficavam na Rua de S. Marçal. Cada Realizador, reponsável por um programa, tinha atribuídos horários de gravação em que se faziam a edição e a montagem dos segmentos que seriam depois emitidos nos respectivos programas. Essas gravações eram feitas em Bobine, Um pouco antes da hora da gravação o realizador pedia um carro aos Transportes no Quelhas 21 para o levar aos estúdios de São Marçal. Ali chegado dirigia-se ao gabinete que tutelava as bobines e pedia uma ou duas, as necessárias para o trabalho. A colega preenchia um formulário a confirmar que me tinham sido entregues, eu assinava em como as tinha recebido. Pegava nelas e ia para o estúdio de gravação fazer o que tinha de ser feito. Quando acabava pegava nas duas bobines e voltava à mesma colega entregando-lhes a bobine e voltando a trocar documento de entrega e recebimento. Feito isso, ligava de novo para os transportes no Quelhas 21 para que um motorista me viesse buscar para regressar ao Quelhas 2. Ao mesmo tempo, a colega que tinha ficado com as bobines chamava outra viatura para que a mesma viesse buscar as bobines e as entregasse no serviço de bobines do Quelhas.
Depois de chegar ao Quelhas ia lanchar ou almoçar para,depois, subir no elevador para ir ao serviço de bobines buscar as mesmas que tinham vindo do mesmo serviço em São Marçal.
No final do programa, depois de serem emitidas, de novo subia o elevador para as entregar e descartar-me da responsabilidade das mesmas. Suponho que a colega do Quelhas 2, voltasse a telefonar para os transportes no Quelhas 21 a solicitar uma viatura que as devolvesse a S. Marçal.
Se imaginarem que a grelhas de programação da Antena 1 - porque havia ainda a Antena 2 - tinha em média 6 programas diários podem imaginar as longas viagens, tempo, e meios as bobines de gravação envolviam.
Kafkiano, certo?
O "fim" do Contraponto
Proença de Carvalho - figura sinistra
A RDP, desde que nasceu, andou - e anda - aos sabores dos poderes políticos que se foram alternando em Portugal.
Em 1978, o General Ramalho Eanes, tentando evitar eleições antecipadas por causa da queda do Governo de Mários Soares, vítima de uma moção de censura aprovada no Parlamento, ecolheu a via dos chamados governos de iniciativa presidencial. Primeiro com Nobre da Costa, cujo porgrama de governo não foi aprovado pelo Parlamento, depois com Mota Pinto que agabaria por ser "entronizado como Primeiro-Ministro. Com ele trouxe essa figura de perfil sinistro chamada Proença de Carvalho para tutelar a Comunicaçãoi Social o que, na prática, queria dizer: tutelar a RDP e a RTP.
O Igrejas Caeiro levou um "chuto no cú, do cargo de director de programas, sendo substituido, provisoriamente, pelo João David Nunes.
Eu estava integrado na redacção do contraponto liderada pelo José Manuel Nunes. Era um programa diário de informação que incomodava porque tratava de forma desassombrada e livre a actualidade portuguesa.
Com Proença de Carvalho aparece uma nova administração cujo primeiro acto foi o de acabar com o contraponto com base numa reportagem que tínhamos feito a propósito de uma greve detrabalhadores agrícolas.
A notícia do fim do programa foi-nos dada no final do dia com a indicação que nessa noite não iria para o ar.
O José Manuel Nunes foi despedido, porque estava de contrato a prazo, e eu e os meus colegas fomos chutados para a onda curta (castigo normal para os que se "portavam mal") e outros para o Programa 2 - de música clássica.
Chegou ao final um dos melhores produtos que a RDP tinha para oferecer aos seus ouvintes.
Proença de Carvalho cumpriu com o que lhe tinha sido dado como trabalho sujo para fazer. Durante os 14 anos em que lá trabalhei nunca foi tão grande a instabilidade da estação tendo chegado ao ponto de ter sido a única vez em que, durante alguns meses, recebemos os ordenados com várias semanas de atraso...
Rádio Comercial
Um som novo na RDP
Na Primavera de 1979, tendo em vista a sua futura privatização, o governo Mota Pinto, decidiu retirar os programas 3 e 4 da RDP, resultantes ainda do processo de nacionalização da Rádo em Portugal, e que contavam coms as frequências do antigo Rádio Clube Português, sendo o programa 3 em Onda Média e o 4 E FM.
Ao retirar os programas 3 e 4 do baralho da RDP foi constituída uma nova empresa, cujo capital era detido pela RDP, a Rádio Comercial que começou a emitir na Primavera de 1979.
Escolhido para liderar o projecto, O João Davd Nunes, convidou-me para integrar a equipa que iria dar início ao mesmo ficando eu, sob direcção do FM do Jorge Dias, um senhor, dotado de uma voz fabulosa, e no trato com os subordinados e colegas.
Eu, que andava a "bezerrar" pela onda curta aceitei o desafio e mudei-me para a rua Sampaio e Pina, onde ainda hoje funciona a privatizada Rádio Comercial.
Fiz o programa da manhã com o José Freire ( já falecido ) ao longo dos dois anos em que lá estive.
Conheci, então de perto, as grandes vozes da Rádio em Portugal. O Fernando Quinas, o Ruy Morrison, são apenas alguns exemplos.
Confesso que do ponto de vista pessoal não me foi fácil a adaptação a um modelo de rádio totalmente diferente do que tinha feito até então.
Mas acabou por ser uma experiência muito enriquecedora porque pude, também, aprender muito com o Jorge Dias, que ia pacientemente, corrigindo alguns tiques de rádio pública que trazia comigo e eram divergentes do espirito da Comercial.
Desse período guardo como momento alto um telefonema que recebi, no final de uma emissão, do José Nuno Martins - um dos "monstros da rádio de então" - dando -me os parabéns por um programa que tinha acabado de fazer com o historiador e professor da Faculdade de Letras, Vitor Wladimiro, sobre a figura de Manuel Teixeira Gomes, o mais literato de todos os Presidentes da República de Portugal. Fiquei, confesso humildemente, "inchado".
Pouco tempo depois, regressaria à Antena Um para outros projectos.
Missa de Verdi
Numa Sexta Feira Santa no "Programa 2" - fui um "assasino"
Estar de "serviço" no "Programa 2" ( Música Clássica ) da Emissora Nacional era uma "seca" pelo menos para mim.
Ora acontece que estava de serviço ao Programa 2 entre as 19 e a uma da manhã numa sexta-feira santa aí por 1976...
A determinda altura - julgo que por ser sexta-feira santa - entrava no alinhamento musical uma Missa de Verdi.
O registo era em LP - interminável - lá foi soando com a sensação pessoal de que "ninguém estava a ouvir aquilo".
A determinada altura deparou-se-me um problema.
À uma da manhã, o Programa 2, cessava a emissão para se " reunir " à rede de emissores" do Programa 1, durante uma pausa técnica de 10 segundos, que antecediam o sinal horário, de maneira a dar tempo aos técnicos de serviço na central técnica do Quelhas para que "fizessem" a manobra de junção das duas redes.
Uns minutos antes da uma da manhã percebi que, no tempo disponível, não conseguiria passar a Missa de Verdi na íntegra. Tinha duas soluções para resolver o problema. Ou deixava correr e quando chegasse a hora "cortava" onde estivesse, ou, com jeito, "saltava" da antepenúltima faixa do LP para a última, ignorando a penúltima.
Com aquela sensação de que ninguém daria por nada porque, achava eu, ninguém estava a ouvir aquilo, optei pela segunda solução. Quando terminou a antepenúltima faixa, saltei para a última, ficando pelo meio, ignorada, a penúltima. Tudo certo pensei eu. Agora iria dar para chegar ao sinal horário a tempo e horas, sem cortes.
Feita a manobra, não demorou dois minutos, tocou o telefone no estúdio e um ouvinte insultou-me vilmente, chamando-me "Assassino da Música". Ele, que estava a seguir a Missa com a respectiva partitura à frente. tinha ficado "à nora" quando saltei aquela faixa. Não quis saber de desculpas e desligou-me o telefone na cara depois de ter desabafado.
Fiquei a pensar com os meus botões: "olha a minha sorte, esta Mer..., só tinha um ouvinte que, ainda por cima, estava de partitura na mão...
Pois...
Acabo de saber da notícia que dá conta da morte de Mara Abrantes.
Dela guardo a memória do seu trabalho na RDP, onde desempenhava as funções de "assistente musical" e vem-me ao pensamento um episódio que partilhei com ela durante a primeira apresentação que fiz de um espectáculo com público presente.
Nos anos 70, a Emissora Nacional, aos Sábados à tarde, oferecia à cidade de Lisboa, no Teatro São Luís, concertos com cançonetistas portugueses acompanhados pela orquestra ligeira da EN.
A apresentação desses espectáculos era feita por um dos locutores da Emissora escalado para o efeito.
Eu, como nunca tinha apresentado nenhum espectáculo ao vivo, como "soi dizer-se", tentava escapar por entre as "gotas de chuva" de tal tarefa. Mas chegou o dia...era inevitável que acontecesse.
Apresentei-me no Tetaro São Luís e os bastidores do espectáculo eram organizados, naquele dia, não sei se nos outros também, pela Mara. Fui ter com ela e manifestei-lhe todo o meu nervosismo de inexperiência e de medo, depois de ter espreitado pela "esguelha" do pano, uma sala repleta de "tias" de Lisboa cujos casacos e estolas inundavam a sala do velho, mas muito belo Teatro São Luís, de um odor a nafetalina...
Ela, compreendendo o meu nervosismo deu-me um conselho que me foi muito útil ao longo da minha vida profissional e nas centenas de espectáculos que apresentei. Disse-me que, ao entrar no palco não devia, em CIRCUNSTÂNCIA ALGUMA, olhar para o público e que deveria "FIXAR OS OLHOS NAS LUZES" porque ao fazê-lo deixaria de sentir a presença das pessoas a olharem para mim e poderia sentir que estava sozinho no estúdio a apresentar um programa musical.
O que disse fazia sentido e preparei-me mentalmente para o fazer. Mesmo assim quando chegou a hora e o pano de cena se abriu dei um passo atrás e, ao fazê-lo, a Mara, que estava atrás de mim, deu-me um valente empurrão e "desaguei" no meio do palco. Respirei fundo, procurei os holofotes, e pronto a coisa correu minimamente bem.
Quando acabou recebi palavras de incentivo da Mara. Era uma colega que passei a respeitar e de quem me tornei amigo.
Soube agora da sua morte, que lamento do coração.
So long Mara. Havemos de nos reencontrar.
O Clube do Sargento Pimenta
Um título para um programa que "ficou pelo caminho"
Em 1980 fui convidado para fazer, em parceria com o Júlio Carvalhal, um programa numa nova grelha de programas da Antena 1.
O programa iria desenrolar-se de segunda a sexta-feira entre as 16 e as 18 horas.
Eu e o Júlio estávamos totalmente de acordo quanto ao conteúdo musical que pretendiamos trazer à antena naquele horário: as grandes músicas, as grandes bandas e intépretes, que tinham pontificado nos anos 60 e 70 e que, à data, alguns deles, ainda se mantinham activos.
Também estávamos de acordo quanto ao facto de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club BandSgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, ter sido a obra musical mais emblemática daqueles anos.
Uma das partes mais complicadas para quem tem por missão fazer um programa de rádio novo é a da escolha do respectivo nome.
Tendo em conta a referência ao álbum dos Beatles decidimos baptizar o programa com o nome de " O Clube do sargento Pimenta ".
Apresentada a proposta à hierarquia a mesma foi negada com o argumento de que o nome sugerido poderia ser ofensivo para a classe dos sargentos das Forças Armadas Portuguesas!!!!!!!nem mais...!!!
Lá arranjámos outro nome e...pronto, a coisa fez-se, o programa teve sucesso, mas isso é pouco importante.
O episódio apenas demonstra a mentalidade de quem mandava na Rádio Pública à época...
"Lametamos informar mas afinal o Papa não morreu"
Completam-se amanhã, dia 06 Agosto de 2021, 43 anos sobre a morte do Papa Paulo VI.
Não foi uma morte "súbita" de que ninguém estivesse à espera, ante foi uma "morte anunciada", uma vez que o papa "agonizou" durante algumas semanas.
No estúdio de emissão da Antena 1, em Lisboa, foi colocada uma caixa de madeira com música sacra que deveria ser aberta, e utilizada, mal se soubesse da morte papal que poderia ocorrer a qualquer momento, seguindo-se ao anúncio, uma programa especial de música sacra que duraria já não me recordo quanto tempo.
Nessa altura a Antena 1 tinha programas com as respectivas equipas e tinha os chamados "programas de continuidade" normalmente apresentados por locutores de serviço que eram escalados pelo coordenador de emissão que os distribuia pelos diferentes canais da RDP, 1, 2 e Onda Curta.
Por esses dias tínhamos um colega, vindo de um dos centros regionais da RDP, que tinha vindo estagiar como locutor na Antena 1 em Lisboa para, uma vez terminado o estágio, regressar ao centro regional de origem e ali continuar a sua carreira.
Os locutores estagiários eram, por isso totalmente inexperientes, sentiam sobre si o "peso" daquela estrutura.
Ora aquele colega sentia-se particularmente nervoso perante a possibilidade da morte do papa poder ocorrer durante algum dos períodos em que ele assegurava a continuidade da emissão.
Esse nervosismo levava a que, frequentemente, perguntasse a tudo e a todos se o Papa já tinha morrido.
O Estúdio de Emissão da Antena 1 no Quelhas era separado por um vidro (aquário) da cabine técnica.
Naquele principio de noite esse colega estava de serviço dentro do estúdio quando o senhor Rebelo, coordenador de emissão - devo dizer que era uma pessoa muito estimada e muito profissional no seu trabalho - veio à cabine técnica falar com o operador de serviço por uma razão qualquer. O nosso colega estagiário de dentro do estúdio, falando alto, perguntou se o senhor Rebelo estava ali por causa da morte do Papa. O senhor Rebelo não percebeu a pergunta, pudera havia uma porta de "meia tonelada" a isolar a cabine de locução, e "encolheu os ombros" sinalizando que não tinha entendido.
O nosso colega estagiário, porém, entendeu aquele "encolher de ombros, como sendo a confirmação da morte do Papa. Vai daí corre para a caixinha, aponta o primeiro LP e, com voz majestática anunciou: " aqui Lisboa, Radiodifusão Portuguesa, programa 1. Lamentamos informar que sua Santidade o Papa Paulo VI, acaba de falecer pelo que passamos a apresentar um programa de música sacra".
O senhor Rebelo que, entretanto, tinha regressado à regência de estúdios, ouviu e ficou estarrecido! Correu de volta para o estúdio e virando-se para o estagiário foi peremptório: "Quem lhe disse que Papa morreu. faça o favor e corrija imediatamente". Nervosíssimo o pobre estagiário rapidamente correu a emendar o disparate e, com a mesma voz majestática, anunciou: "Aqui Lisboa, Radiodifusão Portuguesa, Programa 1. Lamentamos informar mas, afinal , o Papa Paulo VI não morreu pelo que voltamos à programação normal". Nem mais....
Quando, nessa noite, cheguei à zona da regência de estúdios deparei-me com o senhor Rebelo com a cabeça entre as mãos com ar de quem não se estava a sentir bem. Peguntei-lhe o que se passava e ele contou-me o episódio acima referido, Desatei à gargalhada perante o olhar reprovador do senhor Rebelo, aquele olhar "capaz de me matar"!!!
Devo dizer que esse colega estagiário, terminado o estágio, regressou ao centro regional de onde era oriundo, fez uma excelente carreira de locutor e já se encontra reformado.