ENTREVISTA | PERÍCIA

Pablo Francez

Francez: Atuo como perito criminal desde 2002, inicialmente atuei em local de crime, posteriormente no laboratório de biologia forense e atualmente estou lotado no laboratório de genética forense. Também sou coordenador e professor em cursos de especialização do INFOR.


O que levou o senhor a escolher essa carreira? Acredita que o entretenimento tenha influenciado de alguma forma a sua escolha ou de outros profissionais que conheça? 

Francez: Meu interesse pela ciência e a oportunidade de trabalhar na minha área como biólogo. Na minha época ainda não havia filmes e séries sobre a área como o CSI, sendo assim não foi um fator que influenciou  na minha escolha.


Há um ou mais casos que o senhor possa citar que tenha marcado sua carreira? 

Francez: O caso da airfrance em que atuei na identificação das vítimas e o naufrágio do navio Anna Karoline III.


O que mudou na perícia no que se refere aos avanços tecnológicos desde a época em que ingressou até agora? Alguma similaridade com o que vemos na ficção? 

Francez: Muitas novas ferramentas e equipamentos são incorporados a cada ano. Quando entrei o DNA era algo muito restrito a poucos Laboratórios no Brasil, atualmente todos os estados tem o seu lab e o banco de DNA também foi um agrande inovação.


No mundo da ficção uma investigação possui equipes dedicadas para cada caso, além de contar com uma gama de equipamentos de alta tecnologia que auxiliam no trabalho. Em que isso difere da realidade, considerando o cenário nacional e internacional? 

Francez: Não temos tantas equipes e nem a disponibilidade de todos os equipamentos e insumos que gostaríamos. Sendo assim, a vida real ainda está muito distante da ficção.


No mundo da ficção há sempre muita complexidade e emoção em cada caso. Na atuação real, com quais sentimentos, bons e ruins, o senhor costuma lidar? 

Francez: Trabalhamos com as mazelas da humanidade, então precisamos ter um bom apoio psicológico e da família. O lado positivo p mim é a possibilidade e emoção de resolver crimes e tirar os criminosos de circulação, evitando por exemplo os crimes em série.


Na sua opinião, quais as principais diferenças da Investigação Forense e a Perícia Crimina retratada no mundo da ficção para a atuação real? 

Francez: Nos filmes os casos tem que ser resolvidos rapidamente par acabar no episódio. Na vida real nem sempre conseguimos ter tanta celeridade na resolução dos casos.


Em seus momentos de descanso costuma ler ou assistir filmes, séries e/ou documentários criminais/investigativos? Consegue se identificar com alguma personagem no que se refere à sua atuação profissional? Se sim, de qual forma? 

Francez: Não costumo assistir filmes ou séries sobre investigação. O mais conhecido para mim é o CSI.


Poderia citar livros, filmes ou séries, que na sua opinião, são mais "viajados" e outros que são mais "coerentes" com a realidade? 

Francez: Cito o CSI novamente como tendo algumas viagens. Porém tem um filme de um paranormal que descobre crimes, etc. Não sei o nome, que para mim é muita viagem.


Algo a acrescentar sobre o tema? 

Francez: Boa sorte no trabalho.