Aprender o que é e como funciona a crase não é uma tarefa tão difícil assim! A crase é uma regra gramatical que assusta boa parte dos estudantes, seja da escola, faculdade e até mesmo de concursos públicos. Isso ocorre principalmente porque ela é ensinada por meio do famoso “decoreba”, assim como muitos outros conteúdos.
Mas por trás da regra da crase existe uma lógica que facilita o seu entendimento e torna o aprendizado muito mais orgânico. E é essa lógica que eu passarei a vocês neste post.
Bom, para começar, o que é crase? É a junção de dois “A’s”, o primeiro “a” é uma preposição e o segundo é um artigo feminino. Isso mesmo! A crase não é o acento grave (`) propriamente dito, mas sim a união dos “ A’s”.
Para facilitar a visualização, vamos convencionar aqui que a preposição ficará em negrito e o artigo ficará sublinhado. Olha só:
(a)+(a)=(à)
Mas por que isso ocorre? A melhor forma de falar sobre isso sem entrar em outras regras que (provavelmente) vão confundi-lo é através de exemplos. Então vamos lá! Observe a oração abaixo:
Eu fui à igreja.
A letra “a” nessa oração tem, corretamente, a crase marcada pelo acento grave. Olhe como ela fica no “raio-x”:
Eu fui (a)+(a) igreja.
O verbo “ir” necessita da preposição “a” para se ligar ao substantivo “igreja” (isso é uma regra gramatical chamada de regência, porém, não vamos se apegar muito a ela). “Igreja”, por sua vez, é um substantivo feminino que normalmente está acompanhado do artigo feminino “a”, por isso que os professores sempre dizem que a crase só ocorre antes de substantivos femininos.
Portanto, quando a preposição do verbo é um “a” igual ao artigo do substantivo, há a crase. É fácil de entender: para não precisar pronunciar as duas letras, retira-se uma e acrescenta-se o acento grave (`).
Identificando essa situação quando formos escrever, basta grafar um “a” com o acento grave (`), dessa forma: “à”. Mas atenção! A pronúncia permanece como se houvesse apenas uma letra “a” na frase, e não duas. A oração finalmente ficaria: "Eu fui à igreja.”
Como já disse antes, os exemplos são muito importantes para aprender a crase, então observe com atenção esses aqui:
Eu fui à praça;
Eu fui (a)+(a) praça;
Eu falei à diretora;
Eu falei (a)+(a) diretora;
Nós fomos à praia;
Nós fomos (a)+(a) praia;
Alguém bateu à porta;
Alguém bateu (a)+(a) porta;
Nós vamos à escola;
Nós vamos (a)+(a) escola.
Entretanto, como nem tudo nessa vida são flores, toda regra possui exceções. E essas exceções são o motivo de muitas pessoas detestarem crase. Mas como elas são uma pequena parcela disso tudo, na minha opinião não devem ser consideradas (pelo menos não no início do aprendizado).
Enfim, faça muitos exercícios, observe sua fala e sua escrita e tente se corrigir, aplicando a crase da maneira correta. Os exercícios farão com que você nem precise mais pensar para acertar a crase, pois fluirá naturalmente. Abaixo eu deixei uma lista simples de exercícios. Ao finalizar essa lista, procure mais e treine até cansar. Boa sorte!
https://rachacuca.com.br/quiz/58989/exercicios-de-crase/
Essas informações foram retiradas do livro Decifrando a crase, de Celso Pedro Luft. Compartilhe este conteúdo com quem você sabe que morre de medo da crase, para que o conhecimento se espalhe para mais pessoas.