--- FORTALEZA DE SÃO JOÃO BATISTA ---
Castelo de S. João Baptista - Angra do Heroísmo
Franquia: 35 c. - 04.12.1934
Igreja de S. João Batista - Castelo - Angra do Heroísmo
Uniformes Militares Portugueses. Edição do “Jornal do Exército” – 1984. Aguarelas do Coronel Ribeiro Arthur.
Postal ilustrado Oficial do Batalhão da Ilha Terceira (1797) – Guarnição do Castelo de S. João Baptista. Não circulado.
Postal ilustrado Soldado do Batalhão da Ilha Terceira (1797) – Guarnição do Castelo de S. João Baptista. Não circulado.
--- O EXÍLO DOS RÉGULOS AFRICANOS ---
Os movimentos insurrecionais contra a administração portuguesa no sul de Moçambique, iniciados em 1893, têm em Gungunhana, último chefe vátua do território de Gaza, o responsável pelo último reduto de resistência ao domínio português.
Aprisionado em 28 de dezembro de 1895, em Chaimite, por Mouzinho de Albuquerque, o antigo chefe africano, inicialmente enviado para Lisboa, chega a Angra do Heroísmo a 27 de Junho de 1896 acompanhado do filho, Godide, o seu tio e velho conselheiro Molungo, e o chefe rival Matibejana, conhecido por Zixaxa.
Instalados no Castelo de São João Baptista, nos primeiros meses foi-lhes permitido, apenas, passear pelo recinto do forte, mas as medidas de segurança foram-se suavizando passando a ser-lhes admitido o acesso ao Monte Brasil onde costumavam caçar coelhos que depois cozinhavam.
A sua integração no quotidiano e costumes locais foi-se fazendo com relutância pelos exilados mais velhos, mas apesar disso gozavam de grande popularidade na cidade que os associou a várias iniciativas: as meninas usavam chapéus com abas "à Gungunhana", o Teatro Angrense dedicou-lhes a peça Gungunhana nos Açores, a fábrica de tabaco Flor de Angra comercializou a marca Régulos e oferecia brindes com as suas fotografias, enquanto António José Leite editou alguns postais com fotografias suas.
Por pressão das autoridades foram batizados em 1899, na Sé Catedral, e seis anos passados Gungunhana seria o primeiro a morrer, a 23 de Dezembro de 1906, vítima de uma hemorragia cerebral. Em 1911, foi a vez do seu herdeiro, Godide, que sucumbiu à tuberculose, e no ano seguinte, Molungo.
Zixaxa, o último sobrevivente, manteve o porte altivo e conta Vitorino Nemésio no 'Mau Tempo no Canal' que, passando pelo general Pimenta de Castro e à ordem do sargento da escolta de Curve-se! Não vê que é o nosso general?!, Zixaxa respondeu General?! General sou eu, que comandei dez mil homens!
Morreu em 1927, e foi o único que deixou descendência em Angra.
Zichacha, Molungo, Godide e Gungunhana no exílio (Ilha Terceira) - Junho 1896 (n/ circulado)
Gungunhana, Godide, Molungo e Zichacha (Ilha Terceira) - Janeiro 1904 (n/ circulado)