Instituto Marcinho Megas Kamaradas

A Origem do Instituto: O Instituto se deu origem de um menino homem de nome Marcio dos Santos Rodrigues nascido no dia 17 de Setembro de 1992 na cidade de Belém, morador da Rua: Olária N: 67 na periferia de Belém.

  • Marcinho como era conhecido trabalhava como gerente de um restaurante na Doca, participava de um grupo de jovens da cultura de aparelhagem" Os Megas Kamaradas" nome atualmente do projeto, que desde muito cedo tinha atitude de fazer ações voltada pra sua comunidade, as ações do projeto se direcionava as crianças e adolescentes, as ações se realizavam nas respectivas datas 12 de Outubro e 25 de Dezembro.

  • No dia 4 e 5 de novembro de 2014 foi deflagrada uma onda de homicídios em bairros periférico de Belém, especificamente nos bairros da Terra firme, Guamá, Jurunas, Tapanã e Sideral. Essa chacina ocorreu após a morte do policial militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo, conhecido como "cabo Pety", suspeito de envolvimentos com milícias (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ, 2016).

  • Foram vitimadas 11 pessoas, 11 nomes que a naturalização do extermínio da juventude de periferia tende a apagar da memória, dos noticiários. Entretanto, a dor de perde um ente querido tem se tornado combustível para familiares, especialmente nós mães, na luta por" justiça", pelo não esquecimento dos que foram executados. Em todos os protestos e encontros nós repetimos o nome de cada vítima de forma religiosa, prometendo que não serão esquecidos, que não serão "calados" porque nós gritamos por eles, por "justiça".

  • Eu como mãe até hoje busco resposta, mas sem que ninguém me responda. O Estado é omisso e me apoiei num movimento com várias entidades de direito humanos, nascendo assim através dos familiares o movimento conhecido por Dhavida- Direitos Humanos contra a Violência e pela Vida, o qual apoia todas as famílias vitimadas pela ação ou omissão do Estado.

  • Eu só tinha dois caminho, morrer de dor ou viver com a dor e eu escolhi viver com a dor. Viver com a dor e tentar fazer com que as outras mães não passassem por essa dor, durante esta caminhada comecei a entender meu protagonismo perante esta sociedade violadora e excludente e com isso voltei a estudar e luto até hoje contra todas as adversidades . Eu junto com as outras mães nos unimos para que possamos dar esse apoio que nós não tivemos do estado a outras mães. Meu objetivo almejado é cursa uma faculdade de Direitos e conseguir refletir porque a justiça é alcançada por poucos e negadas pra muitos, porque o povo negro da periferia sofre todos os tipos de violações e são exterminados sem que ninguém do poder público faça alguma coisa, entender porque poucos com tantas riquezas e milhares morrendo de fome.

  • Algumas pessoas falam que sou uma guerreira, mas não me considero uma guerreira, porque não me vejo numa guerra, prefiro pensar que eu estou em uma luta do que em uma guerra, uma luta de formação por direitos, dignidade e amor ao próximo, e com isso decidir dar continuidade ao projeto do meu filho que tem como objetivos.1-Fomentar o protagonismo das crianças, adolescentes e famílias na periferia de Belém.2-Incidir nos espaços institucionais de controle social e politicas publicas.3-Discutir o contexto de violência e de constante chacina de adolescentes e jovens nas periferias de Belém. 4-Mobilização dos indivíduos, grupos e comunidades. Já chega de tantas mortes, me considero uma lutadora que busca conhecimento, busco mobilizar pessoa e mostrar uma direção para que elas cheguem até a justiça, pois passaram pelo mesmo sofrimentos que eu. Hoje sou defensora atuante dos direitos humanos e consigo enxergar que a luta não é só minha mais de todos que buscam por uma sociedade igualitária, pois o ideal era não temos que luta, o ideal seria uma sociedade sem desigualdade.

  • Ainda tenho esperança num Brasil melhor, um Pará pela igualdade, por direitos humanos para todos, sem sofrimentos, sem mortes, sem abandonos e sem mães que choram como eu .

Suzana Amaral mãe de Marcio dos Santos Rodrigues.