Sumário:
Sumário:
O Guia Eficiente foi desenvolvido com o objetivo de auxiliar e orientar jornalistas na produção de conteúdos acessíveis às pessoas com deficiência. Para a construção do Guia foram levadas em consideração todas as deficiências sensoriais: deficiência visual, auditiva, motora e cognitiva.
O projeto tem como diferencial aos outros guias existentes a sua produção exclusiva para profissionais do meio jornalístico com foco regional e, além disso, todo o seu conteúdo é acessível para pessoas com deficiências sensoriais, podendo ser validado e indicado por esses indivíduos.
Para a construção desse projeto foram abordados procedimentos metodológicos que contemplam a pesquisa exploratória de outros guias e manuais sobre acessibilidade, pesquisa bibliográfica relacionada aos materiais encontrados, pesquisa teórica sobre Acessibilidade Comunicativa e a proposta de inovação com a construção do Guia. Todos os conteúdos aqui expostos passaram por validação de pessoas com deficiência e especialistas na área, com o intuito de trazermos o conteúdo mais completo e fidedigno ao tema, colaborando com a construção de um jornalismo mais acessível.
O Guia Eficiente é um produto técnico desenvolvido durante o Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Indústria Criativa (PPGCIC) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) pela mestranda Juliana Alves, com orientação do Profº Drº Marco Bonito.
Leis:
Lei Nº 13.146, de 6 de Julho de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência);
Lei Nº 10.436, de 24 de abril de 2002 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências;
Decretos:
Decreto Nº 6.949, de 25 de agosto de 2009 - Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo de 2007. Institucionaliza o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico – eMAG no âmbito do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação - SISP;
Decreto Legislativo Nº 186, de 09 de julho de 2008 - Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007;
Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 - Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000;
Convenções:
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2007) - A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu respectivo Protocolo Facultativo foram ratificados pelo Congresso Nacional em 09/07/2008 pelo decreto legislativo nº 186/2008 e todos os seus artigos são de aplicação imediata;
Portarias:
Portaria Interministerial nº 1, de 12 de Janeiro de 2017 - Dispõe sobre procedimentos para a elaboração e a publicação dos relatórios circunstanciados, previstos no art. 120 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, sobre a situação de acessibilidade em sítios, portais, sistemas e serviços mantidos na internet pelos órgãos do governo pertencentes à Administração Pública Federal e as devidas providências a serem adotadas para melhoria da acessibilidade desses ambientes digitais;
Portaria Nº 3, de 7 de maio de 2007 - Institucionaliza o Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico – eMAG no âmbito do Sistema de Administração dos Recursos de Tecnologia da Informação - SISP.
Conteúdos jornalísticos impressos como jornais e revistas normalmente são entendidos como inacessíveis apenas para pessoas com deficiência visual, porém pessoas com algum tipo de deficiência motora, auditiva ou cognitiva também podem ser prejudicados nessa forma de comunicação.
Os conteúdos impressos são pensados exclusivamente para pessoas típicas. Há um mito de que todas as pessoas com deficiência auditiva conseguem acompanhar um conteúdo jornalístico impresso, mas o que muitos não sabem, é que o português é a segunda língua para pessoas surdas e dessa forma a fluência linguística delas varia de acordo com o seu aprendizado e desempenho. Conforme a legislação vigente no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais é uma das línguas oficiais do país e primeira língua das pessoas surdas, dessa forma é um direito linguístico à acessibilidade das pessoas surdas terem o tradutor/interprete de Libras.
A sugestão do Guia Eficiente para a produção de um conteúdo completamente acessível é que na primeira página do produto impresso exista um Qr Code, sempre posicionado no mesmo local, para que as pessoas possam escaneá-lo e serem direcionadas àquele conteúdo de forma acessível.
Acessibilidade para pessoas com deficiência visual:
Ao escanear o Qr Code, estas pessoas devem ser direcionadas a uma página web do veículo onde constem todas as mesmas informações que estão apresentadas no formato impresso. Desta maneira, PcD visual podem usufruir de softwares que fazem a leitura do conteúdo para elas.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
O conteúdo precisa apresentar uma hierarquia entre título, subtítulo e corpo do texto para que seja feita a leitura de forma correta;
Evite parágrafos longos;
Todas as imagens precisam contar com descrição. Use a fórmula simplificada: Formato + Sujeito + Contexto/Paisagem + Ação;
Todos os vídeos precisam de audiodescrição do que está acontecendo em cada cena apresentada;
Ícones, imagens e nomenclatura de ações e menus devem ser compatíveis com o mundo real, representar ações concretas e atividades de vida cotidiana para que possam ser mais facilmente reconhecidas
Para uma boa descrição do conteúdo de um gráfico, recomenda-se informar:
O tipo de gráfico: de barras, de colunas, de pizza etc.;
O tipo de dados apresentados: informações extraídas dos cabeçalhos das linhas e colunas da tabela que deu origem ao gráfico;
O propósito do gráfico: assim como as imagens, também os gráficos devem ter sua descrição adequada ao contexto, principalmente às informações que devem receber destaque e a seu nível de detalhamento;
O link para os dados na íntegra deve estar fora da descrição da imagem, de modo que possa ser consultado por todos os usuários.
Permitir alterações em configurações do Navegador Web e/ou do Sistema Operacional. Usuários com daltonismo normalmente alteram a configuração e personalizam as cores de fundos e textos, além de aumentarem o tamanho de fontes e imagens, com o objetivo de melhorar os contrastes;
Possuir um programa ampliador de tela: software que funciona como uma lupa para ampliar a área da página onde o foco está posicionado;
Páginas Web projetadas com contrastes adequados.
Acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva:
Para pessoas com deficiência auditiva é necessário pensar na interpretação do conteúdo para Libras, pois a língua portuguesa é a segunda língua destes indivíduos.
Ao escanear o Qr Code, a pessoa será direcionada a uma página com os mesmos conteúdos que estão no material impresso interpretados em libras.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
Evite usar jargões e metáforas, pois isso dificulta a interpretação do conteúdo em Libras;
Se possível, utilize pessoas para realizar a interpretação em libras. Os softwares existentes hoje em dia que utilizam avatares para a interpretação não conseguem interpretar exatamente o que está escrito, podendo causar uma confusão na mensagem do conteúdo.
Acessibilidade para pessoas com deficiência motora:
Tratando-se de acessibilidade para pessoas com algum tipo de deficiência motora é comum observar que normalmente a indicação para tornar os conteúdos acessíveis são tecnologias assistivas que tornam os computadores acessíveis e não os conteúdos; como por exemplo o mouse adaptado, teclado expandido, rastreamento ocular, comandos por voz etc. Essas ferramentas auxiliam o acesso das PcD motora, mas não tornam os conteúdos acessíveis à elas.
Se o tipo de deficiência motora não interferir no movimento das mãos e dedos, o material impresso cumpre o seu papel. Porém, se houver algum impeditivo nesses movimentos, também é possível tornar o conteúdo acessível a partir do Qr Code.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
Criar um layout simplificado, mas sem perder a estrutura e informação do conteúdo. O layout simplificado aliado as TA facilitam a pcd motora a percorrer toda a página de conteúdo.
Tornar todas as funcionalidades disponíveis através do teclado;
Tornar todas as funcionalidades disponíveis através de comandos por voz.
Acessibilidade para pessoas com algum tipo de deficiência cognitiva:
Para tratarmos de acessibilidade para pessoas com algum tipo de deficiência cognitiva neste Guia, pesquisamos sobre acessibilidade para pessoas com TDAH e pessoas no espectro autista, pois estas são comumente afetadas pela falta de clareza na comunicação.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
O material impresso precisa ser realizado com hierarquia de conteúdo, com divisão bem definida entre títulos, subtítulos e texto;
Para as fontes do texto no material impresso, sempre prefira as sans-serifadas, em que se possa distinguir claramente os caracteres e que permita que o texto possa ser minimamente legível.
Sempre usar espaçamento padrão entre as letras, as palavras e as linhas;
Utilize uma linguagem visual e textual simples, evitando jargões, erros ortográficos, metáforas, abreviações e acrônimos, fazendo uso de termos, expressões, nomes e símbolos familiares ao contexto de seus leitores. A compreensão do conteúdo deve ser facilitada através de linguagem visual e textual com linguagem simples e apropriada ao conteúdo.
Pense sobre a organização visual da página. Utilize espaços em branco entre os elementos da página para separar conteúdos distintos ou focar a atenção em um conteúdo.
Quando pensamos na produção de conteúdo jornalístico em formato de áudio, é preciso perceber que este tipo de produção jornalística não é acessível a todas as pessoas.
Os dois principais meios utilizados são a rádio tradicional e o podcast. A sugestão do Guia Eficiente é que para rádio tradicional haja uma transmissão em tempo real em formato de vídeo, onde é possível adicionar legenda, janela de LIBRAS e audiodescrição. O podcast segue a mesma orientação e tem o facilitador de inserção da acessibilidade por ser um conteúdo gravado previamente.
Acessibilidade para pessoas com deficiência visual:
Por se tratar de um conteúdo sonoro, o rádio e suas variações conseguem atingir com seus conteúdos às pessoas com deficiência visual.
É preciso se atentar ao seguinte aspecto:
Apesar do conteúdo alcançar estas pessoas, é interessante que ocorra antes de todos os programas uma audiodescrição das pessoas que estão participando e do local onde está sendo gravado.
Acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva:
Para este público, o rádio e suas variações estão completamente inacessíveis. Por ser um conteúdo disponibilizado em formato de áudio, pessoas com deficiência auditiva necessitam que haja algum tipo de ferramenta de acessibilidade para que possam usufruir dos conteúdos disponibilizados nestas plataformas.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
O programa de rádio, se realizado ao vivo, deve contar com uma transmissão em vídeo para que desta maneira possa contar com janela de libras seguindo as normas brasileiras da ABNT e legenda automática;
Para podcasts ou alguma outra variação de rádio em que o programa é gravado previamente, as ferramentas de acessibilidade são as mesmas, porém contam com a facilidade de produção, inserção e melhoria destas ferramentas de acessibilidade.
Acessibilidade para pessoas com deficiência motora:
As dificuldades que este público enfrenta ao consumir o conteúdo em formato de áudio são de caráter tecnológico e não de produção de conteúdo. Entretanto, se o conteúdo de áudio for publicado em alguma plataforma online é preciso pensar sobre a acessibilidade para este público.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
Se publicado online, o layout da página deve ser simples, sem inserção de publicidade e/ou conteúdos que atrapalhem o acesso ao conteúdo desejado;
Tornar todas as funcionalidades disponíveis através do teclado;
Tornar todas as funcionalidades disponíveis através de comandos por voz.
Acessibilidade para pessoas com deficiência cognitiva:
O conteúdo em áudio, sendo no formato tradicional ou em transmissão por vídeo, precisa contar com algumas modificações para que se torne acessível para pessoas com TDAH ou no espectro autista.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
Utilize uma linguagem simples, evitando jargões, metáforas, abreviações e acrônimos. Procure fazer uso de termos, expressões, nomes ou símbolos familiares ao contexto dos ouvintes;
Evite barulhos muito altos e o uso de sons que possam ser perturbadores ou explosivos, como sirenes e fogos de artifício;
Evite sobreposição de falas. É preciso que uma pessoa fale de cada vez para facilitar a compreensão da mensagem pelos ouvintes;
Uma informação precisa ser transmitida de forma direta e sem quaisquer interrupções para o usuário, com isso, seja objetivo em sua fala.
Conteúdos audiovisuais jornalísticos compreendem programas de televisão, documentários, vídeo-reportagens, etc. Por ser um conteúdo que necessita de mais de um sentido para sua completa compreensão, é de extrema importância que ele conte com recursos de acessibilidade.
Acessibilidade para pessoas com deficiência visual:
Um conteúdo audiovisual é um dos conteúdos jornalísticos que mais possui barreiras para as pessoas com deficiência visual atualmente.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
É necessário que haja audiodescrição de cada imagem/cena apresentada para poder contextualizar às pessoas que não enxergam ou tem dificuldade de enxergar a entenderem do que se trata a mensagem como um todo;
Imagens devem aparecer com nitidez, evitando o branco e preto absoluto;
Imagens que utilizam as cores vermelha e verde precisam de um suporte que explique e as diferencie, para que não haja prejuízo às pessoas com daltonismo no entendimento da informação.
Acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva:
Alguns aparelhos de televisão e plataformas audiovisuais da internet já contam com legendas automáticas, mas em muitos casos essas legendas são geradas com erros ortográficos e/ou gramáticas, dificultando o entendimento da informação.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
É necessário que haja a legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE) em todos os conteúdos audiovisuais, certificando-se que a legenda esteja acompanhando o que é falado, sem erros de escrita;
É necessário a inserção da janela de libras no canto inferior direito da tela, acompanhando toda a programação. A janela de libras sempre deve seguir as normas brasileiras da ABNT;
Evite usar gírias e metáforas, pois esse tipo de linguagem pode não ter interpretação para a linguagem de sinais.
Acessibilidade para pessoas com deficiência cognitiva:
Para que conteúdos jornalísticos audiovisuais sejam acessíveis a pessoas com TDAH e/ou espectro autista é necessário que alguns ajustes sejam feitos na etapa da elaboração e produção do conteúdo.
É preciso se atentar aos seguintes aspectos:
A informação precisa ser transmitida de forma direta e sem quaisquer interrupções para o público, com isso, seja objetivo em sua fala;
Elementos em excesso podem distrair a audiência. É importante que não haja na tela elementos que não fazem parte do que está sendo comunicado;
Use as cores com consciência. As cores não devem ser a única forma de transmitir um conteúdo e o contraste entre as cores de fundo e objetos de primeiro plano deve ser adequado para distinguir os itens e diferenciar conteúdos ou relacionar informações similares. O conteúdo também deve ser compreendido sem imagens e as cores devem ser utilizadas de forma adequada como um complemento para distinguir ou relacionar objetos;
Utilize uma linguagem visual e textual simples, evitando jargões, erros ortográficos, metáforas, abreviações e acrônimos, fazendo uso de termos, expressões, nomes e símbolos familiares ao contexto de seus usuários. A compreensão do conteúdo deve ser facilitada através de linguagem visual e texto com linguagem simples e apropriada ao conteúdo;
Evite barulhos altos e o uso de sons que possam ser perturbadores como explosivos, sirenes e fogos de artifício.
Uma das formas mais comuns de acompanhar notícias jornalísticas atualmente é por meio das páginas na internet, principalmente pelo público mais jovem. Além de ser um dos meios mais consultados, este também é um dos meios com mais barreiras de acessibilidade para pessoas com algum tipo de deficiência sensorial. São ajustes simples, mas que fazem muita diferença para o público que busca por notícias.
Acessibilidade para pessoas com deficiência visual:
É importante que o site não possua nenhum impeditivo aos programas leitores de tela que pessoas com deficiência visual utilizam para que o conteúdo seja apresentado em formato de áudio para elas;
Todo o conteúdo em formato de imagem ou gráfico necessita de uma descrição textual ou em áudio;
O conteúdo precisa apresentar uma hierarquia entre título, subtítulo e corpo do texto para que seja feita a leitura de forma correta;
Evite parágrafos longos;
Todas as imagens precisam contar com descrição. Use a fórmula simplificada: Formato + Sujeito + Contexto/Paisagem + Ação;
Todos os vídeos precisam de audiodescrição do que está acontecendo em cada cena apresentada;
Ícones, imagens e nomenclatura de ações e menus devem ser compatíveis com o mundo real, representar ações concretas e atividades de vida cotidiana para que possam ser mais facilmente reconhecidas;
Para uma boa descrição do conteúdo de um gráfico, recomenda-se informar:
O tipo de gráfico: de barras, de colunas, de pizza etc.;
O tipo de dados apresentados: informações extraídas dos cabeçalhos das linhas e colunas da tabela que deu origem ao gráfico;
O propósito do gráfico: assim como as imagens, também os gráficos devem ter sua descrição adequada ao contexto, principalmente às informações que devem receber destaque e a seu nível de detalhamento;
O link para os dados na íntegra deve estar fora da descrição da imagem, de modo que possa ser consultado por todos os usuários.
Permitir alterações em configurações do Navegador Web e/ou do Sistema Operacional. Usuários com daltonismo normalmente alteram a configuração e personalizam as cores de fundos e textos, além de aumentarem o tamanho de fontes e imagens, com o objetivo de melhorar os contrastes;
Possuir um programa ampliador de tela: software que funciona como uma lupa para ampliar a área da página onde o foco está posicionado;
Páginas Web projetadas com contrastes adequados.
Acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva:
Todo conteúdo audiovisual deve contar com legendagem para pessoas surdas ou ensurdecidas;
Todo conteúdo da página deve contar com interpretação em libras, incluindo a parte textual. A língua portuguesa é considerada a segunda língua para pessoas surdas e dessa forma a fluência linguística delas varia de acordo com o seu aprendizado e desempenho. Se possível, utilize pessoas para realizar a interpretação em libras. Os softwares existentes hoje em dia que utilizam avatares para a interpretação não conseguem interpretar exatamente o que está escrito, podendo causar uma confusão na mensagem do conteúdo;
Evite usar jargões e metáforas, pois isso dificulta a interpretação do conteúdo em Libras.
Acessibilidade para pessoas com deficiência motora:
Criar um layout simplificado, mas sem perder a estrutura e informação do conteúdo. O layout simplificado aliado as TA facilitam a pcd motora a percorrer toda a página de conteúdo.
Tornar todas as funcionalidades disponíveis através do teclado;
Tornar todas as funcionalidades disponíveis através de comandos por voz;
A interação com a tela sensível ao toque deve ter a sensibilidade adequada e prevenir erros de seleções e toque acidental em elementos da tela..
Acessibilidade para pessoas com deficiência cognitiva:
O site precisa oferecer opções para customizar a visualização de informação com imagens, som e texto de acordo com as preferências individuais da pessoa. Para pessoas com TEA, é recomendável que as informações sejam apresentadas em múltiplos meios, como texto, áudio e imagens, mas a pessoa deve ter a possibilidade de escolher com quais representações ela deseja que a informação seja apresentada;
Use um espaçamento padrão entre as letras, as palavras e as linhas, definido bem a hierarquia do conteúdo;
O contraste entre o primeiro e o segundo plano é o que torna um texto legível para os usuários: contudo, é necessário evitar altos contrastes entre textos e o plano de fundo. (evitar cores em alta frequência como preto e branco absolutos);
Uma informação precisa ser transmitida de forma direta e sem quaisquer interrupções para o usuário, com isso, seja objetivo em sua fala. Procure ser sucinto, não escreva parágrafos longos e utilize marcações que facilitam a leitura como listas e títulos para seções de conteúdo. Além de escrever textos com a linguagem adequada, devem ter uma estrutura que permita a legibilidade;
Contextualizar, informar e instruir como as ações disponíveis ao usuário poderão impactar em sua jornada pode tornar seu processo de interação menos frustrante;
Elementos em excesso podem distrair um usuário, fazendo com que ele atrase a execução de uma tarefa ou nem mesmo a termine: por isso, todo conteúdo que seja animado precisa ser repensado a fim de que ele não atrapalhe a atenção do usuário;
Utilize uma linguagem visual e textual simples, evitando jargões, erros ortográficos, metáforas, abreviações e acrônimos, fazendo uso de termos, expressões, nomes e símbolos familiares ao contexto de seus usuários. A compreensão do conteúdo deve ser facilitada através de linguagem visual e texto com linguagem simples e apropriada ao conteúdo;
Ícones, imagens e nomenclatura de ações e menus devem ser compatíveis com o mundo real, representar ações concretas e atividades de vida cotidiana para que possam ser mais facilmente reconhecidas;
Oferecer opções para customizar a quantidade e a disposição de elementos na tela e personalizar as funcionalidades. É importante que sites ou aplicações web utilizadas por pessoas com TEA sejam flexíveis em sua interação e funcionalidades, fornecendo escolhas para adaptar os recursos apresentados e o layout de acordo com as necessidades de cada usuário;
Projete interfaces simples, com poucos elementos e que contenha somente as funcionalidades e conteúdos necessários para a tarefa atual. Interfaces com muitos elementos podem ser complexas e causar estresse e frustração desnecessário;
Utilize espaços em branco entre os elementos da página para separar conteúdos distintos ou focar a atenção em um conteúdo;
A aplicação não deve se concentrar somente em textos para apresentação de conteúdo, forneça também representações em imagem, áudio ou vídeo e garanta que estas representações estejam próximas do texto correspondente;
Permita que ações críticas possam ser revertidas, canceladas, desfeitas ou confirmadas. Fornecer modo de reversão ou confirmação de ações críticas permite que a pessoa possa estar no controle das tarefas e atividades e previne a ocorrência de erros na utilização;
Consistência- Elementos e interações similares devem produzir resultados similares, consistentes e previsíveis. Botões, controles de formulário e outros elementos que exijam interação com o usuário devem produzir comportamentos previsíveis ao longo da aplicação, para que a pessoa possa reconhecer como utilizar o elemento e como o mesmo irá se comportar;
Use as cores com consciência. As cores não devem ser a única forma de transmitir um conteúdo e o contraste entre as cores de fundo e objetos de primeiro plano deve ser adequado para distinguir os itens e diferenciar conteúdos ou relacionar informações similares. O conteúdo também deve ser compreendido sem imagens e as cores devem ser utilizadas de forma adequada como um complemento para distinguir ou relacionar objetos;
Evite barulhos altos e o uso de sons que possam ser perturbadores como explosivos, sirenes e fogos de artifício;
Evite redirecionar páginas automaticamente ou determinar tempo de expiração para tarefas, pois o usuário é quem deve controlar a navegação e o tempo de realização das atividades;
Forneça feedback confirmando ações corretas ou alertando sobre possíveis erros e utilize áudio, texto e imagens para representar a mensagem, evitando ícones que envolvam emoções ou expressões faciais;
A interação com a tela sensível ao toque deve ter a sensibilidade adequada e prevenir erros de seleções e toque acidental em elementos da tela.
ATENÇÃO!
É importante lembrar que páginas na web com muitos anúncios e propagandas prejudicam não só as pessoas com deficiência, mas também pessoas típicas. Os sites precisam permitir que estas propagandas sejam ocultadas para auxiliar na navegabilidade e consulta de seus conteúdos.
Atualmente, as redes sociais digitais são um dos principais meios de consumo de informação, principalmente pelo público mais jovem. Ao pensar sobre acessibilidade para esse tipo de plataforma, devemos entender que elas são páginas desenvolvidas na web que não possibilitam mudanças ou personalizações no momento em que as utilizamos. Para tornar essas plataformas sociais mais acessíveis às pessoas com deficiência sensorial, podemos realizar pequenos ajustes em como produzimos e publicamos essas informações:
Acessibilidade para pessoas com deficiência visual:
Em textos escritos, evite utilizar parágrafos longos;
Todas as imagens precisam contar com descrição. Use a fórmula simplificada: Formato + Sujeito + Contexto/Paisagem + Ação;
Descreva as cores usadas nas postagens para auxiliar tanto as pessoas cegas ou com baixa visão, quanto pessoas daltônicas;
Todos os vídeos precisam de audiodescrição do que está acontecendo em cada cena apresentada;
Em produções visuais (imagens, cards, etc.), evite usar branco e preto absoluto;
Acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva:
Todo conteúdo audiovisual deve contar com legendagem para pessoas surdas ou ensurdecidas;
Todo conteúdo da página deve contar com interpretação em libras, incluindo a parte textual, se possível. Muitas pessoas surdas são alfabetizadas apenas em libras, por isso não conseguem compreender textos escritos em português. Se possível, utilize pessoas para realizar a interpretação em libras. Os softwares existentes hoje em dia que utilizam avatares para a interpretação não conseguem interpretar exatamente o que está escrito, podendo causar uma confusão na mensagem do conteúdo;
Evite usar jargões e metáforas, pois isso dificulta a interpretação do conteúdo em Libras;
Acessibilidade para pessoas com deficiência cognitiva:
UEm criações gráficas, como cards, use um espaçamento padrão entre as letras, palavras e linhas, definido bem a hierarquia do conteúdo;
O contraste entre o primeiro e o segundo plano é o que torna um texto legível para os usuários: contudo, é necessário evitar altos contrastes entre textos e o plano de fundo. (evitar cores em alta frequência como preto e branco absolutos);
Uma informação precisa ser transmitida de forma direta e sem quaisquer interrupções para o usuário, com isso, seja objetivo em sua fala. Procure ser sucinto, não escreva parágrafos longos e utilize marcações que facilitam a leitura como listas e títulos para seções de conteúdo. Além de escrever textos com a linguagem adequada, devem ter uma estrutura que permita a legibilidade;
Elementos em excesso podem distrair um usuário, fazendo com que ele atrase a execução de uma tarefa ou nem mesmo a termine: por isso, todo conteúdo que seja animado precisa ser repensado a fim de que ele não atrapalhe a atenção do usuário;
Utilize uma linguagem visual e textual simples, evitando jargões, erros ortográficos, metáforas, abreviações e acrônimos, fazendo uso de termos, expressões, nomes e símbolos familiares ao contexto de seus usuários. A compreensão do conteúdo deve ser facilitada através de linguagem visual e texto com linguagem simples e apropriada ao conteúdo;
Use as cores com consciência. As cores não devem ser a única forma de transmitir um conteúdo e o contraste entre as cores de fundo e objetos de primeiro plano deve ser adequado para distinguir os itens e diferenciar conteúdos ou relacionar informações similares. O conteúdo também deve ser compreendido sem imagens e as cores devem ser utilizadas de forma adequada como um complemento para distinguir ou relacionar objetos;
Evite barulhos altos e o uso de sons que possam ser perturbadores como explosivos, sirenes e fogos de artifício.
Normas ABNT para acessibilidade:
ABNT NBR 15599:2008 Acessibilidade: Comunicação na prestação de serviços
ABNT NBR 15610-1:2011 Televisão digital terrestre - Acessibilidade (Parte 1: Ferramentas de texto)
ABNT NBR 15610-2:2012 Televisão digital terrestre - Acessibilidade (Parte 2: Funcionalidades sonoras)
ABNT NBR 15610-3:2016 Televisão digital terrestre - Acessibilidade (Parte 3: Língua de Sinais (LIBRAS))
ABNT NBR 16452:2016 Acessibilidade na comunicação - Audiodescrição
ABNT NBR 15290:2016 Acessibilidade em comunicação na televisão
ABNT NBR 17060:2022 Acessibilidade em aplicativos de dispositivos móveis - Requisitos
Guias e cartilhas sobre acessibilidade:
Guia orientador para acessibilidade de produções audiovisuais
Manual sobre Desenvolvimento Inclusivo para a Mídia e Profissionais de Comunicação
Produtos digitais inclusivos para pessoas com TDAH, dislexia, discalculia e disortografia
Cartilha de Orientação para Construção de Conteúdo Acessível no gov.br
Comunicação e Acessibilidade Digital: Guia de referências para comunicadores
Libras - Linguagem Brasileira de Sinais
LSE - Legendagem para surdos e ensurdecidos
PcD - Pessoa(s) com deficiência
TDAH - Transtorno do déficit de atenção
Formas corretas de se referir às pessoas com deficiência:
Pessoa com deficiência visual
Pessoa cega
Pessoa com daltonismo/Pessoa daltônica
Pessoa com deficiência auditiva
Pessoa surda
Pessoa com surdocegueira /Pessoa surdocega
Pessoa com deficiência motora
Pessoa usuária de cadeira de rodas ou usuário de cadeira de rodas
Pessoa neurodivergente/Pessoa neuroatípica
Pessoa com TDAH
Pessoa com autismo/Pessoa no espectro autista
Pessoa com síndrome de Down
Pessoas sem deficiência/Pessoa típica
Expediente (2023)
Editora Executiva:
Juliana Alves Bral - Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Indústria Criativa (PPGCIC) da Universidade Federal do Pampa (Unipampa)
Consultores técnicos de acessibilidade:
Cláudio Luciano Dusik - Bacharel em Psicologia pela Universidade Luterana do Brasil (2001), Bacharel em Administração pela Universidade Federal do Pampa (2020). É Doutor e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013-2017). Atualmente é psicólogo na Prefeitura de Esteio/RS, Gestor na Secretaria Municipal de Educação, professor visitante do Ministério da Educação (polo UAB Esteio).
Giseli Pereira Alves - Mestranda em Comunicação e Cultura na Universidade Nacional de Buenos Aires. Bacharel em Jornalismo e Especialista em Negócios Digitais, atua desde 2016, tanto no âmbito acadêmico como profissional, em produções audiovisuais.
Keli Krause - Professora de Libras (Língua Brasileira de Sinais) na Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus São Borja. Doutora em Ciências Sociais (PUCRS); Mestra em Ciências Sociais (UNISINOS); Especialista em Docência em Libras (UTP); Graduada em Licenciatura em Letras/Libras (UFSC); Graduada em Bacharel em Sistemas de Informação (SETREM).
Marco Antonio Bonito - Professor Doutor Adjunto da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA, em pós-doutoramento na Escola de Comunicações e Artes da USP, ministra aulas no Mestrado em Comunicação e Indústria Criativa do Programa de Pós-graduação stricto sensu (PPGCIC) da Unipampa e também nos cursos de graduação em Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade e Propaganda), foi professor da pós graduação lato sensu em Atividades Criativas e Culturais, é pesquisador dos Grupos de pesquisa PROCESSOCOM (Unisinos), t3xto (Unipampa) e GJAC (UFPB - Grupo de pesquisa em jornalismo, mídia, acessibilidade e cidadania).
Willian da Motta Brum - Possui Graduação em Educação Física - Licenciatura pela Universidade Luterana do Brasil (2009). Certificação de Proficiência (PRÓLIBRAS) ensino de libras. Pós-graduado em Os estudos culturais e os currículos escolares contemporâneos da educação básica da UFRGS (2013). No momento pertence ao quadro de professor efetivo da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), exercendo sua função no ensino de libras. Possui experiências em educação de surdos como professor/Instrutor de LIBRAS na escrita de sinais e também como profissional de educação física.
Webdesigner:
Marco Antonio Bonito
Interprete de Libras:
Marenize Eder Santos