Na sexta-feira, servidores da UnB protestaram contra o corte do URP após a decisão do STF | Fernanda Fonseca e Amanda Gonçalves/Campus Multiplataforma
A primeira semana de greve dos servidores técnicos da Universidade de Brasília (UnB) começou nesta segunda-feira (05/06). A paralisação é contra o corte do benefício Unidade de Referência Padrão (URP) e conta com a adesão de mais de 3,2 mil profissionais, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub).
Na sexta-feira (02), a UnB informou que a greve dos técnicos não deve afetar as aulas. Porém, o Campus Multiplataforma apurou que professores podem decidir aderir à paralisação em assembleia que será realizada nesta segunda-feira. A reunião deve ocorrer por volta das 17h.
Este jornal digital também apurou que a greve está interferindo no funcionamento de diversos serviços da universidade. O Hospital Veterinário de Animais de Pequeno Porte da UnB, por exemplo, funciona somente em casos de emergência, e o empréstimo de equipamentos da Faculdade de Comunicação (FAC) foi suspenso.
A greve dos servidores técnicos da Universidade de Brasília acontece após decisão de 23 de maio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes de cassar a liminar MS 28819/DF. A medida garantia o pagamento do bônus com acréscimo de 26% sobre o salário dos servidores técnico administrativos da ativa e aposentados da UnB.
O benefício, que representa um quarto do salário dos servidores, era pago aos profissionais há cerca de 30 anos. O cumprimento da decisão, entretanto, vai depender de um parecer favorável da Advocacia Geral da União (AGU), que será encaminhado à Universidade.
"A URP representa parcela significativa da remuneração de nossos servidores e a decisão traz profundo impacto à nossa comunidade e às nossas famílias", afirmou a Reitoria da UnB em nota assinada pela reitora, Márcia Abrahão, e pelo vice-reitor, Enrique Huelva.
Segundo o Conselho Universitário (Consuni) da UnB, a paralisação dos técnicos da Universidade vai causar "impacto direto na qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão”.
Estudantes, professores e técnicos da Universidade protestaram na sexta-feira contra a decisão de Gilmar Mendes. O Campus esteve presente e registrou os atos que foram realizados no Campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, e em frente ao Ministério da Educação (MEC), na Esplanada dos Ministérios. Confira aqui.