Constamos nas análises anteriores (veja-as aqui) que a votação em Aécio Neves em 2014 explica melhor a distribuição da votação em Bolsonaro no Alto Vale que a proporção de formados em curso superior. Na imagem acima, fizemos outra coisa, rodamos separados dois grupos:
As cidades com maior proporção de formados (acima de 8,01 %)
As cidades com menor proporção de formados (abaixo de 8,01%)
A lista das cidades ao qual pertencem cada grupo pode ser consultada AQUI
8,01 % é a mediana da distribuição de ambos os modelos. Fizemos um modelo interativo e com base nele construímos esse gráfico(o procedimento pode ser obtido AQUI). Ali é possível vislumbrar que as cidades com maior proporção de formados (em vermelho) tendem a votar mais em Neves e também em Bolsonaro.
Por fim, rodamos duas regressões separadas uma pros municípios azuis (com menor proporção de formados) e outras por vermelhos (com maior proporção de formados).
O lindo gráfico acima mostra as duas linhas de tendência. A linha de tendência vermelha (dos de maior propensão) parece mais inclinada, mas para ter maior poder de comparação é legal observar os efeitos na comparação dos modelos de regressão separados.
Vamos listar os achados da tabela acima apresentada. Leia-os e volte seu olhar para tabela é fácil de constatar assim:
Observations: deves ter notado que nos modelos das análises anteriores os números que ali constam são de 27 ou 28(se incluir Rio do Sul). Aqui os dois modelos tem 14 obsevações. O motivo é que rodamos duas regressões separadas uma para aquelas cidades com menor proporção de formados e outra para os com maior proporção.
R2 e R2 ajusted: são medidas de capacidade explicativa do modelo. Em ambos os casos o modelo dos de maior proporção saem-se melhor.
Neves14: Para o modelo 1, a estimativa é de que um por cento a mais em Neves eleve 0.53 % a mais em Bolsonaro. Para o outro modelo a, previsão é de que o aumenta seja de 0,43. Mas a diferença encontra-se no intecept:
O intercept imagina, supõe um cenário em que Neves obtenha 0% em um hipótetico munícipio . Se esse munícipio existisse, que chamaremos de A, fosse de menor proporção de formados, a estimativa seria de que Bolsonaro obteria 45,30%. Já o hipótetico munícipio B, se existisse e pertenceria ao grupo de maior proporção de formados, a estimativa é de que esse outro hipotético município teria votação bolsonarista de 54,74%.
A cada um por centro a mais em Neves, a cidade hipótetica A teria elevação de votação em Bolsonaro de 0,43. A cidade hipótética B tem maior aumenta, mas parte de maior votação inicial (54,74).
O gráfico abaixo simula A e B
B não alcança A até o verde, que é a maior votação bolsonarista em uma cidade do Alto Vale. Logo, podemos dizer que a votação em Neves tem mais influência sobre o Bolsonarismo, quando a cidade tem maior contingente de formados.