Análise de Correlação entre os Candidatos

Embora cada candidato tenha recebido um número total diferente de votos, é possível investigar quem teve padrões de votação parecidos entre si nas diferentes seções eleitorais da cidade. Para isso, vamos usar uma ferramenta estatística chamada correlação de Pearson.

O dado aqui é a votação por seção eleitoral (são mais de 100 na cidade)

O que é correlação de Pearson?

De forma simples, é uma medida que indica o quanto duas coisas variam juntas. No nosso caso, ela mostra se dois candidatos costumam receber mais ou menos votos nas mesmas seções.

    • Se dois candidatos têm alta correlação positiva (próxima de +1), significa que, nas seções em que um foi bem, o outro também foi.

    • Se a correlação for negativa (próxima de -1), quer dizer que, onde um foi bem, o outro foi mal.

    • Um valor perto de zero indica que não há padrão entre eles: um ir bem ou mal em uma seção não tem relação com o desempenho do outro.

Por que isso é interessante?

Mesmo que os totais de votos sejam diferentes, a correlação ajuda a entender os territórios eleitorais compartilhados. Por exemplo:

    • Dois candidatos com propostas parecidas ou que disputam o mesmo eleitorado podem ter votações fortes nos mesmos bairros.

    • Já candidatos com perfis muito diferentes podem ter presença em regiões distintas.

Essa análise ajuda a ir além do resultado final e observar como o voto se distribuiu pela cidade, revelando afinidades ou disputas locais entre os candidatos.

Vamos aos resultados:

A matriz acima mostra as correlações de Pearson entre os quatro principais candidatos com base na votação em cada uma das 149 seções eleitorais. Vamos interpretar os principais resultados:

Os destaques da correlação são: entre Manoel e Gerri, a correlação é de -0.70, o que é forte e negativa. Isso indica que onde Manoel foi bem, Gerri foi mal, e vice-versa, sugerindo uma competição direta por regiões específicas da cidade. Entre Manoel e Jailson, a correlação é de -0.50, moderada e negativa, mostrando uma oposição considerável entre esses dois candidatos, embora menor que no caso anterior. Entre Gerri e Pasqualini, a correlação é de -0.38, também moderada e negativa, sinalizando algum nível de separação territorial ou de eleitorado, mas menos intensa. Entre Jailson e Pasqualini, a correlação é de -0.22, fraca e negativa, indicando que há alguma separação entre os votos desses dois, estatisticamente significativa. Já entre Jailson e Gerri, a correlação é de 0.06, praticamente nula, o que significa que suas votações foram independentes, sem padrão de semelhança ou oposição. Por fim, entre Manoel e Pasqualini, a correlação é de -0.08, também nula, mostrando que não houve relação entre os padrões de votação desses dois candidatos.

Em conclusão, mesmo com votações totais diferentes, a correlação mostra como os candidatos se distribuíram territorialmente. Manoel aparece claramente como o candidato mais competitivo frente aos demais, com correlação negativa forte com Gerri e moderada com Jailson. Gerri e Pasqualini também parecem disputar espaços semelhantes, ainda que com menor intensidade. A ausência de correlação entre alguns candidatos, como entre Manoel e Pasqualini, sugere segmentações distintas de eleitorado. Essa abordagem ajuda a entender não apenas quem teve mais votos, mas quem disputou com quem nos bairros e regiões da cidade.