O contexto de polarização e de crise democrática tem preocupado um conjunto de recentes best-sellers de Ciência Política (LEVITSKY E ZIBLATT, 2018; MOUNK, 2019; RUNCIMAN, 2019). A polarização afetiva, em especial, é fruto de preocupação de trabalhos recentes no Brasil (FUKS E MARQUES, 2020; GUEDES-NETO, 2020) e no exterior (MASON, 2018; NORRIS E INGLEHART, 2019). A retomada dos elementos consensuais mínimos que constituem o regime democrático, bem como o esclarecimento público sobre o mesmo, podem ser essenciais para a constante melhoria e consolidação desse regime. A abordagem minimalista da democracia e o conceito de poliarquia são apresentados como uma contribuição nessa empreitada. Essa se faz através de uma síntese de obras de Joseph Schumpeter (2017), Robert Dahl(2005; 2006; 2012) e Adam Przeworski(1994). A crítica de Schumpeter ao conceito clássico de democracia e sua análise sobre a democracia competitiva deram origem a essa abordagem por tanto tempo dominante na teoria política. A constituição do conceito de poliarquia e a relevância da mesma para a consolidação do regime democrático é o apontamento analisado em Dahl. Partindo dos apontamentos de Schumpeter e Dahl, a adesão a um sistema eleitoral competitivo, mesmo após derrota eleitoral, é o tema apontado nessa leitura da contribuição de Prezworski. Por fim, ressalta-se a influência dessa perspectiva, como proposta para consolidar-se um entendimento menos precário dos elementos normativos que compõem aquilo que supõem ser democracia. A tarefa dos educadores diante dessa proposta é também destacada.