Concluída a fase de grupos do futebol feminino olímpico, conseguimos verificar se nosso modelo, apresentado na parte 1 dessa análise, prevê bem a situação dos que findaram na terceira colocação na fase de grupos.
As simulações testadas abaixo contemplam três casos:
Japão: 4 pontos, 0 de saldo e 2 gols pró
Austrália: 4 pontos, -1 de saldo e 4 gols pró
Zâmbia: 1 ponto, -8 de saldo e 7 gols pró
Na "vida real" a equipe japonesa se classificou. Já nas mil simulações, essa campanha essa resultou em alta probabilidade, tendo uma média de 89,98% das classificações
A Austrália também se classificou na atual edição olímpica. Nas simulações ter 4 pontos, -1 de saldo e 4 gols pró, a campanha da Austrália, gerou 92,4% de média. Teve % maior do que o Japão que teve maior saldo, isso se deve ao fato de que 4 pontos tem alta probabilidade de classificação em qualquer cenário, pois é o critério definidor da classificação (veja simulação 3 da parte 1 da análise).
A seleção africana foi a pior terceira colocada e por isso não avançou às quartas-de-finais. Mesmo tendo superado a seleção chinesa, melhor cotada, a pontuação não foi suficiente. O caso lembra muito o do Canadá na copa do mundo de 1999. Para a campanha canadense, o modelo previu menos de 3% de chance, para Zâmbia 7,4%. Com essa campanha era muito improvável a classificação, pois a campanha foi ainda pior do que a "façanha" de Dinamarca em 2013, México em 1993 e Paraguai em 2019.
A tabela 1 compara as % previstas pela simulação com o que se deu de fato nos jogos olímpicos. Houve notável acerto preditivo.
Em texto anterior desse site, fez-se algo similar ao recém encerrado Campeonato Europeu de Seleções (Euro 2020). A tabela 2 apresenta o resumo desses achados:
Levando em consideração as duas tabelas, verificamos que os classificados obtiveram em média 86,69% de previsão de classificação e os eliminados 31,53%.
Mostra-se assim que análises como as aqui propostas são um bom caminho para verificar probabilidades de classificação em competições em que terceiros de grupos se classificam ao mata-mata. Uma análise feita durante a definição da pontuação da segunda rodada, como a que fiz no caso da seleção brasileira, é um exemplo da aplicabilidade dessa análise.