VI ENCONTRO INTERNACIONAL DO GRUPO DE PESQUISA
PRODUÇÕES LITERÁRIAS E CULTURAIS PARA CRIANÇAS E JOVENS
Problemáticas contemporâneas: estudos sobre autoria e imaginário
O VI Encontro Internacional do Grupo de Pesquisa Produções Literárias e Culturais para Crianças e Jovens tem por objetivo constituir um espaço de reflexão, reunindo pesquisadores brasileiros e estrangeiros envolvidos em questões sobre a produção literária em geral e, nomeadamente, para crianças e jovens que, além de visarem a discussões sobre a formação do leitor literário, colocam em pauta estudos de literatura em seu diálogo com o imaginário.
Busca-se empreender reflexão crítica sobre como a produção artística se acomoda na realidade contemporânea, em que as artes estabelecem potentes diálogos entre si e com outras formas do saber, criando interfaces de linguagens, interrelação entre saberes, vínculos com materialidades diversas e interações entre diferentes faces dos processos produtivos, os quais não se isolam, inclusive, dos dispositivos digitais que empreendem uma nova dimensão performativa. Fato que engendra relações novas entre arte, criação e técnica, em que os artistas enfrentam não só desafios ao explorar os limites dos suportes e suas materialidades, bem como os dos processos interativos autorais de criação. Esse contexto tem demandado investimento crítico, e, inevitavelmente, abarca reflexões no âmbito dos estudos sobre imaginário e a noção de autor.
Convirá acrescentar o fato de que, se a problemática que envolve a noção de autor tem movido boa porção da teoria do literário do último século, reformulando o seu lugar e demonstrando como a noção de autor traz decisivas implicações nos conceitos de obra e em modelos de leitura, a notável ficcionalização da figura do autor, no interior da obra por ele realizada, vem trazendo questões novas aos processos construtivos da narrativa.
Em face dessas considerações, o VI Encontro Internacional do Grupo de Pesquisa Produções Literárias e Culturais para Crianças e Jovens realizará, de 20 a 22 de outubro de 2021, o I Simpósio Internacional “Autoria e Imaginário” - este em parceria com o Grupo de Pesquisa Arte, Cultura e Imaginário (UNISA-SP) - e, de 10 a 12 de novembro de 2021, a II Jornada do GPPLCPJ: Reflexões Contemporâneas sobre Autoria e Imaginário na Literatura para Crianças e Jovens.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA ABAIXO:
SOBRE A II JORNADA DO GPPLCCJ
REFLEXÕES CONTEMPORÂNEAS SOBRE AUTORIA E IMAGINÁRIO
NA LITERATURA PARA CRIANÇAS E JOVENS
Nesta edição, o evento privilegiará reflexões no âmbito da autoria e do imaginário, na dimensão artístico-literária das produções para crianças e jovens, observando a progressiva movência que esses conceitos percorrem em diferentes épocas e culturas.
Perscruta-se o objeto livro que se organiza em viés de múltiplas linguagens, abrem-se perspectivas de análises de filmes, games, HQ, em diálogo com o literário, em suma, todas as demais artes que, em seus diferentes campos de conhecimento, se debruçam sobre a arte poética. Esse contexto, inevitavelmente, inserido na cibercultura, provoca novos critérios de criação, criatividade e obra potencializados muitas vezes por características próprias das ferramentas digitais que engendram a dinâmica da sociedade contemporânea. Aspectos que, seguramente, têm demandado investimento crítico nos estudos sobre a produção literária e cultural para crianças e jovens e que abarcam noções referentes à figura do autor e questões relacionadas à autoria e ao imaginário.
Se tais reflexões têm dinamizado parte expressiva da teoria literária, no último século, demonstrando como a noção de autor traz decisivas implicações nos conceitos de obra e em modelos de leitura, a ficcionalização da figura do autor, no interior da obra por ele realizada, notadamente, vem trazendo questões novas aos processos construtivos da narrativa.
Assim, mesmo que as questões referentes à autoria, possam estar relacionadas a antigas discussões, continuam atuais e relevantes para os estudiosos da área e ganham feições novas nas dinâmicas dos processos artísticos atuais.
Nesse sentido, referenciamos Buescu (1998), que aponta não ser possível pensar em formas de recepção sem considerar suas instâncias de produção, que são historicamente formuladas, ou seja, faz-se necessário assumir a posição de que um texto artístico não é “autogerado”; pelo contrário, ele parte de sujeitos empíricos que se inserem em um determinado sistema cultural, social e político. Nas palavras da autora, "repensar o autor é dar conta da sua existência simbólica num quadro de sujeitos empíricos que, às vezes assim não pareça, coexistem num mundo: só essa coexistência sustenta uma comunidade que nos integra e nos ultrapassa integrando nomeadamente todos os outros, passados, presentes, futuros ou imaginários, que não somos: com quem somos." (BUESCU, 1998, p. 77).