A importância da educação para prevenção da gravidez precoce
No processo de desenvolvimento de cidades, a especulação imobiliária é um procedimento recorrente, que consiste na maior valorização de imóveis e estabelecimentos. Como consequência direta, há a formação de periferias, estruturadas para realocar os moradores que ocupavam tais áreas. No que se refere às periferias, devido à forma que sucedeu suas construções, a maior parte dos residentes tem seus direitos básicos comprometidos e negligenciados, sendo a educação o principal deles.
Ao analisar a comunidade do Buracão na periferia de Governador Valadares, no bairro Carapina, com o intuito de proporcionar uma ação coletiva aos moradores do local, os alunos do primeiro período do curso de Psicologia noturno da Univale, norteados na problemática da educação sexual para as adolescentes, buscam compreender como a educação (ou a ausência dela) impacta as relações entre os adolescentes da comunidade. Ademais, no propósito de realizar um gesto concreto, foi desenvolvido uma campanha de arrecadação para as jovens mães que se encontram em estado de vulnerabilidade financeira.
Para a realização dos trabalhos, todas as reuniões foram feitas através da plataforma Google Meet. A primeira, realizada no dia 17 de março, foi marcada por muitas ideias e nenhum consenso. Como o grupo encontrou dificudade em entender a proposta do trabalho, foi necessário tirar dúvidas com a professora Adriana Portugal.
Na segunda reunião, dia 23 de março, a turma decidiu o tema para o portfólio: "A importância da educação para prevenção da gravidez precoce", e organizou a campanha de arrecação de leite para as mães do Buracão. Na ocasião, a sala foi divida em cinco grupos para facilitar a organização dos trabalhos, tendo um representante para cada grupo.
A divisão obecedeu à seguinte ordem:
Arrecadação I - Kaillany Soares (representante), Elaine Cristina, Marcus Vinícius e Victória Dantas.
Arrecadação II - Miguel Ângelo (representante), Jordan Chalub, Luciana Alcântara e Luiza Lanes.
Pesquisa I - Taiane Colares (representante), Emanuelle Pompilio, Mariana Ramos e Ana Caroline Medeiros.
Pesquisa II - Romero Meireles (representante), Roberth Magalhães, Gabriel Mascarenhas e Kéven Hiury.
Portfólio - Nicky D'Cesares (representante), Bárbara Cristina, Bárbara Ayala e Vinícius Subtil.
Time de representantes
Ao examinar alguns aspectos do Buracão, localizado na parte funda do morro da periferia central Carapina, determinado depois da linha ferroviária na direção do bairro Grã-Duquesa, vemos um aglomerado urbano em território vulnerável. Ali há pobreza, abandono e descaso do poder público; escadarias, travessias e vielas (algumas feitas pela prefeitura) amontoadas em uma colina de difícil e pouco acesso. As moradias quase não possuem distanciamento entre si, são casas antigas sem reforma na beira do barranco com alto risco de desmoronamento em temporais. Entulhos e lixos, matos sem podar, pavimentação precária, pontes improvisadas para travessia dos moradores feita pela própria comunidade em conjunto, de forma que não há acesso de veículos como ambulâncias ou mesmo de limpeza do local.
Arquivo projeto Periferia Central 2021
A comunidade é, e vem sendo, desassistida há anos, o que traz revolta, tristeza e perda da esperança. Aproximadamente 100 famílias coabitam ali, com carência de direitos sociais básicos de um cidadão e com o sentimento de invisibilidade. Há o medo pelas crianças que vivem no local sem a segurança devida e pela falta de combate efetivo da criminalidade, que também é um fator de risco. É importante a sensibilidade na questão da desigualdade social e a empatia pelos moradores do Buracão. São histórias de vida de uma divisão conjunta de um terreno em que todos juntos lidam com suas angústias e problemas, com a esperança de ter voz e vez.
Arquivo projeto Periferia Central 2021
As famílias vivem em situação de extrema necessidade social, com inúmeras carências relacionadas à moradia, renda e acessibilidade. O perfil sociodemográfico da população possui uma grande concentração de crianças e adolescentes que necessitam de uma atenção maior por parte dos moradores e dos poderes públicos da cidade. Semelhantemente, idosos, grávidas e pessoas com mobilidade reduzida, que enfrentam dificuldade na locomoção por conta do difícil deslocamento dentro da comunidade.
Apesar de ser um território demarcado pela vulnerabilidade, precariedade e pelo grande descaso público, a população do Buracão nunca deixou de ter a hospitalidade e a união como características principais do seu cotidiano. O sentimento de abandono é recorrente na vida dos moradores tal como os muitos relatos de preconceitos e discriminação que sofrem por morarem no local. É uma comunidade composta por pessoas com autoestima baixa, que já perderam a esperança e cansaram de esperar por promessas jamais cumpridas por parte do governo. Entretanto, é um povo empenhado e disposto a lutar por melhorias de vida que são suas por direito.
A população se acidenta gravemente e com frequência nas valas e buracos expostos nos becos e ruelas do bairro, questionando o por quê do Município não tomar providências. Em novembro de 2017, uma equipe de limpeza foi enviada ao bairro. Segundo uma reportagem do site da prefeitura, a área estava a quase 10 anos sem receber limpeza. Em outra matéria, também veiculada no site da prefeitura em 2019, Eliane da Silva comenta sobre a construção de uma escada no Beco Galiléia: "Muitos moradores tinham perdido a esperança, pois foram décadas lutando para que esse serviço fosse realizado."
Em uma audiência pública em março de 2018, o Pastor Laércio, a professora Eunice Nonato, o vereador Geremias Brito e outras lideranças da comunidade, foram recebidos pelo Prefeito André Merlo para a elaboração e aprovação dos projetos executivos para obras de urbanização, habitação e regularização fundiária do Carapina. Todavia, durante uma reunião com o primeiro período de Psicologia noturno da Univale, em abril de 2021, quase 3 anos após a audiência, a professora Eunice relatou que as obras feitas não foram suficientes para atender o básico do que a comunidade precisa. A maior parte do bairro ainda é intransitável, não há iluminação pública em vários lugares e as obras do PAC não saíram do planejamento, mesmo que as intervenções tenham sido classificadas como emergenciais. A população ainda aguarda a ação da prefeitura e faz constantes apelos pela assistência necessária no local.
Pensando na inserção do psicólogo na comunidade na forma de trabalhar com questões emergentes que impactam na saúde e na qualidade de vida, o 1° período de Psicologia noturno planejou o estudo da relação da gravidez na adolescência com o baixo nível de escolaridade provocado pelo abandono ou evasão escolar, visando ações transformadoras assistenciais e preventivas na comunidade do Buracão.
Se caracteriza por uma fase de amadurecimento, um período de transição no desenvolvimento físico e psicológico do ser humano entre a infância e a idade adulta. O objetivo cultural da adolescência é preparar o indivíduo para assumir o papel de adulto. Esta fase deve ser compreendida e acompanhada pela família, escola e Estado, dentro de um contexto que favoreça o crescimento e o desenvolvimento do diálogo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define adolescência como sendo o período da vida que começa aos 10 anos e termina aos 19 anos completos. Para a OMS, a adolescência é dividida em três fases: Pré-adolescência – dos 10 aos 14 anos, Adolescência – dos 15 aos 19 anos completos.
No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos e define a adolescência como a faixa etária de 12 a 18 anos de idade (artigo 2o), e, em casos excepcionais e quando disposto na lei, o estatuto é aplicável até os 21 anos de idade. A gravidez é considerada precoce quando a mulher engravida entre 10 e 19 anos.
Vergonha e aumento da baixa autoestima pela adolescente;
Insegurança pela ausência do pai da criança;
Rejeição e repressão da família e de pessoas próximas;
Alteração da rotina da família que muitas vezes assume a criação da criança;
Aumento da despesa familiar em razão do nascimento da criança;
Baixo rendimento escolar e/ou abandono dos estudos ou evasão escolar, dificultando ou impedindo a conclusão da educação formal;
Dificuldade e despreparo para inserção produtiva no mercado de trabalho;
Depressão durante e após a gravidez, parto prematuro e aumento da pressão arterial
Aborto clandestino ou realizado de forma insegura, provocando maior taxa de mortalidade materna;
Maior risco para a saúde da criança e aumento da mortalidade infantil;
Maior dependência dos pais,
Aumento da vulnerabilidade à pobreza, violência, criminalidade e exclusão.
Falta de perspectiva de vida;
Situação econômica e/ou social desfavorável (mais de um terço dos adolescentes brasileiros, cerca de 8 milhões vive em famílias com renda per capita inferior a meio salário mínimo);
Ausência de programas de educação sexual nas escolas;
Ausência de programas de educação para saúde nos serviços públicos;
Ausência de programas de planejamento familiar nos serviços públicos;
Falta de estrutura familiar e/ou influência familiar negativa;
Baixa autoestima das adolescentes;
Condições de saúde inadequadas;
Educação escolar de baixa qualidade e baixo rendimento escolar;
Falta de lazer;
Desconhecimento sobre métodos contraceptivos ou uso inadequado dos mesmos;
Liberdade sexual e início de vida sexual precoce (média entre 14 a 15 anos);
Erotização midiática do corpo feminino,
Adultização, idealização de independência, liberdade e autoafirmação por parte das adolescentes.
No Brasil os índices de gravidez na adolescência estão 50% acima da média mundial;
A cada mil meninas, 46 se tornam mães adolescentes. Na América Latina, o índice é de 66,5%. Já no Brasil o número sobe para 68,4%. Atualmente mais de 434,5 mil adolescentes se tornam mães por ano no país;
Uma menina de 10 a 14 anos se torna mãe a cada 21 minutos, e a cada mil nascimentos no Brasil, cerca de 66 foram gerados por meninas com idade de 14 até 19 anos;
Cerca de 45% a 60% dos adolescentes brasileiros iniciam a vida sexual sem nenhum método contraceptivo;
Em uma pesquisa de 2016 do Ministério da Educação (MEC), cerca de 18,1% de meninas pararam de estudar em razão da gravidez e somente 1,3 % de meninos indicaram a gravidez como motivo de abandono da escola;
Dados do MEC de 2020 indicam que cerca de 66% dessas gestações não são planejadas e 75% dessas mães de 11 a 16 anos abandonam a escola,
Dados da Fundação Abrinq de 2019 apontam que cerca de 30% de jovens mães com até 19 anos não terminaram o ensino fundamental, agravando para 35% no Norte e Nordeste do país.
É dever dos pais promover um diálogo e relacionamento amigo com os filhos. Devem orientar os adolescentes sobre a importância de iniciar o relacionamento sexual quando estiverem mais preparados para assumir uma relação madura e responsável. As instruções deverão acontecer tanto para meninos como para meninas, já que o problema central é causado por pessoas de ambos os sexos e requer a união da sociedade como um todo, construindo um ambiente saudável e colaborativo.
Deve-se divulgar conteúdos em todas as escolas, particulares e públicas, de ensinos fundamental e médio, mostrando as consequências físicas, sociais, mentais e profissionais de uma gravidez na adolescência e implementar como obrigatória a disciplina de Educação Sexual;
Implementar Programas de educação para a saúde, com instruções sobre uso correto de métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis (DST) e programas de planejamento familiar
Implementar programas de colhimento às gestantes adolescentes com equipe multidisciplinar, oferecendo pré-natal, educação continuada e se necessário, cursos profissionalizantes.
Assistencial: Campanha de arrecadação de caixas de leite e cesta básica de alimentos contemplando 14 famílias da comunidade Buracão
Preventivas: Diagnóstico de expectativas e valores de adolescentes da comunidade referentes a sexualidade e a situação de gravidez na adolescência. Palestras, discussões, rodas de conversa na escola da comunidade com a participação de jovens da comunidade, pais, professores e especialistas em educação sexual para conscientização do uso de métodos contraceptivos, fisiologia do aparelho reprodutor humano, DST, gravidez precoce e importância do ensino para oportunidades profissionais e sociais.
Incentivado pelos seus alunos, o professor de história Miguel Dias Maciel concorreu e assumiu a direção da Escola Estadual Carlos Luz, situada no alto do morro do Carapina.
Preocupada com a necessidade de levar ações sociais para as crianças e jovens do bairro, a escola vem fazendo parcerias com instituições de Governador Valadares, inclusive com a Univale, através da professora Eunice Nonato.
No dia 31 de março de 2021, o grupo teve o privilégio de conversar com o diretor Miguel, que prontamente atendeu o convite. Na ocasião, ele contou um pouco da sua experiência na direção da escola e respondeu perguntas sobre a violência no bairro, a merenda escolar e a situação dos alunos durante a pandemia, dentre outros pontos.
Diferente de funcionários novatos que chegam na escola e não conhecem a realidade do bairro, os alunos não se assustam com barulhos de tiro que ocorrem eventualmente. As crianças enxergam a escola como um local de segurança e tranquilidade, onde eles podem merendar, são tratados com respeito, tem um espaço para lazer e criam amizades.
Por mais que existam alunos esforçados e medalhistas da Olímpiada Brasileira de Matemática (OBMEP), muitos não veem possibilidade de ascenção social, de entrar em uma faculdade e se formar. Muitos passam por necessidades, o que influencia a rotina de estudo. Mesmo assim, o perfil das crianças do Carapina não se diferencia em relação aos alunos de qualquer outra escola, de qualquer outro bairro.
Em outras escolas da rede pública na cidade pode haver variação entre classes sociais, abrangendo alunos de famílias mais abastadas e de famílias mais necessitadas. Porém, na Escola Carloz Luz o público é mais homogênio, formado por jovens carentes.
Não é novidade que muitos jovens vão à escola para merendar, pois não têm o que comer em casa. "A nossa merenda tem que ser, cumprindo sempre com a legislação, mais substancial", comenta Miguel. Quando ele pegou a direção, conseguiu transformar a merenda escolar em um almoço. Essa "simples" mudança gerou um sentimento de melhora na escola, aumentando a quantidade de alunos matriculados que subiu de 160 para 311 no período entre 2019 e 2020.
Impossibilitados de irem para a escola durante a pandemia, o governo do Estado determinou a elaboração de kit merendas para os matrículados. Com o recurso estadual, foi possível a elaboração de cestas básicas, que foram entregues diretamente aos alunos. O básico não faltou, e a distribuição das cestas está previstas para enquanto durar a pandemia.
Uma casa de com 3 jovens matrículados na escola, por exemplo, recebeu 3 cestas básicas, conseguindo suprir a necessidade por até quase 2 meses. Entretanto, uma família que não tem alunos matrículados acabou não recebendo o benefício.
Uma distribuição de cestas estava prevista para o início do ano de 2021, porém, com a onda roxa em Governador Valadares a escola foi impossibilitada de fazer a aquisição, que será realizada assim que for permitido.
O ideal é se formar e ter uma condição financeira favorável para então planejar uma gravidez. Quando ela ocorre de maneira precoce, acaba influenciando negativamente a vida da jovem, uma vez que o foco passa a ser cuidar da criança. Como consequência, há o abandono dos estudos.
Em 2019, quando Miguel Dias assumiu a direção, a escola contava com 4 alunas grávidas. Não é possível ter o dado de 2020 em diante, uma vez que o contato presencial foi impossibilitado com a pandemia. Não existe um registro de evasão escolar de adolescentes grávidas na comunidade do Buracão, porém, o diretor informou que pelo menos duas abandonam a escola todos os anos.
Miguel Dias ainda deixou claro que o espaço da Escola Estadual Carlos Luz está disponível para o grupo organizar e realizar atividades com a comunidade, assim que a situação da pandemia melhorar. Além do diretor, na conversa estavam presentes os alunos:
Kaillany Souza;
Miguel Ângelo;
Nicky D'Cesares;
Romero Meireles,
Taiane Colares.
No dia 24 de março foi dado início à campanha. Desde o primeiro momento, o foco era claro: arrecadar leite para as 14 mães do Buracão. Apesar da tarefa ter ficado sob a responsilidade dos grupos de arredação, todos da turma contribuíram para a divulgação. Para isso, foram criadas peças publicitárias que os alunos compartilharam no What's App e no Instagram.
As doações poderiam ser feitas de duas formas:
Entrega das caixas de leite diretamente aos alunos,
Doação de no mínimo 5 reais via Pix.
Kaillany Soares, representante de um dos grupos de arrecadação, ficou encarregada por administrar a conta do PicPay usada para receber as doações. Todos os alunos eram constantemente atualizados a respeito da quantia arrecadada.
Em decorrência das divugações e da dedicação dos alunos, a campanha obteve visibilidade, recebendo quantias inclusive de pessoas que não moram em Governador Valadares. Dentro de 24 horas, o valor já contava com R$291,03.
Após 25 dias, a campanha foi encerrada no dia 17 de abril. Ao todo, o grupo arrecadou R$3.721,07, incluindo doações pelo Pix e quantias físicas entregues aos alunos, além de 216 unidades de caixa de leite.
Não havia uma meta inicial, tampouco acreditava-se que seria possível arrecadar tanto. Por mais que cada um tenha se empenhado em divugar a campanha, os alunos ficaram surpresos com a quantidade de pessoas dispostas a ajudar. Isso mostra que é possível haver solidariedade mesmo em tempos de crise econômica.
Como o valor arrecado era muito alto para comprar somente caixas de leite, a aluna Bárbara Cristina deu a ideia de contemplar as mães também com cestas básicas
No dia do encerramento da campanha, foi convocada uma reunião para que a turma discutisse a possibilidade da inclusão de cestas na doação. Ainda, a professora Eunice Nonato havia mencionado anteriormente para a turma sobre uma senhora, residente do Buracão, que necessita de fraldas geriátricas.
Sendo assim, seria possível adicionar à conta pacotes de fralda para a senhora necessitada.
Na reunião, Taiane Colares apresentou à turma uma cesta básica no valor de R$109,90. Haviam opções de cestas mais baratas, que foram descartadas, uma vez que items básicos, como arroz e feijão, vinham em menor quantidade.
Surgiram duas ideias:
Doar 1 uma cesta para cada mãe e 1 cesta para outras famílias necessitadas,
Doar 2 cestas básicas para cada mãe.
Após votação, a turma escolheceu a segunda opção. Portanto, cada família iria receber 2 cestas básicas.
No sábado do dia 24 de abril, Elaine Cristina, Tailane Colares e Vinícius Subtil se encontraram para fazer a compra dos alimentos destinados ao Buracão. Após separar e embalar os items, os alunos contaram com a ajuda de Nery dos Santos, que levou as arrecadações até o Carapina de caminhão.
Ao chegar no bairro, muitas pessoas já estavam à espera. O caminhão estacionou no final da rua Caratinga, no alto do morro, e a equipe começou a separar as cestas. Apesar do trabalho, tudo ocorreu de forma tranquila e esperada. Também estavam presentes a professora Eunice Nonato, Paulo César, Lyneker Barrel e a UnivaleTV, que cobriu o momento da entrega. Além das cestas, foram entregues 370 unidades de caixa de leite, 182 pacotes de biscoito e 100 unidades de fraldas geriátricas.
Na ocasião, o aluno Vinícius Subtil aproveitou para fazer algumas perguntas para a Eunice Nonato. A professora é responsável por organizar doações para a comunidade do Buracão, através da própria Univale ou de parcerias com outras instituições.
Qual a importância das doações para a comunidade?
Dada a situação de pobreza que vem se acentuando durante a pandemia, a importância é garantir a sobrevivência dessas famílias, que possuem muitas crianças pequenas e que precisam muito.
Doações para o Buracão acontecem com frequência?
Antes do movimento da Univale, não, pelo contrário, Essa população, por viver em um buraco, as pessoas nem tomam conhecimento que ela existe, mas desde que a Univale começou com esse movimento para ter visibilidade e fazer um reconhecimento na cidade para situações de pobreza e vulnerabilidade, tem aparecido um pouco mais de atenção para com eles.
Além da Univale, existe mais alguma instituição envolvida com as doações?
Sim, existe várias outras instituições parceiras, como por exemplo a Ajuda Gv, Engenheiros Sem Fronteiras e outras parcerias que acabam ajudando também, mas sempre com a iniciativa da Univale.
Apesar do empenho dos alunos - de participar das reuniões, de organizar e divulgar a campanha, de pesquisar informações, de estar presente no momento da entrega e de confeccionar este portfólio - o trabalho jamais teria conseguido sucesso em impactar as famílias necessitadas se não fossem as arrecadações. Portanto, o 1° período de Psicologia noturno da Univale e a comunidade do Buracão agradecem pela solidariedade de todos aqueles que se comoveram com a situação do bairro e fizeram doações.
Obrigado
BRASIL. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Campanha visa reduzir altos índices de gravidez precoce no Brasil. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/assuntos/notícias/2020.
RAMOS, L. S. et al. A gravidez na adolescência produzindo evasão escolar: um exame bibliográfico. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 52, p. 1-7, jul. 2020.
SANTOS, C. A. dos.; NOGUEIRA, K. T. Gravidez na adolescência: falta de informação? Adolescência & Saúde, v. 6, n. 1, p. 48-56, abr. 2009.
VALVERDE, D. L. D. O psicólogo na comunidade: uma perspectiva contemporânea. 2011. Disponível em: https://www.psicologia.pt . Acesso em: 04 mar. 2021.