pigmalione

o PROJETO

“Il Pigmalione” (1816) é uma ópera em um ato de Gaetano Donizetti, sobre a famosa passagem da Metamorfose de Ovídio. Raramente encenada, é um título ideal para se introduzir o universo da música clássica a iniciantes, sendo uma alternativa ao repertório tradicional. Com uma adaptação contemporânea, buscamos promover renovação no mercado da música clássica, contando com a garantia de qualidade da música de um compositor consagrado. A renovação também está presente na encenação. O espetáculo traz não só um novo nome em sua primeira direção (Antonio Ventura) como também uma leitura inovadora de um enredo tradicional.

A direção musical é de Claudio Avila, a direção cênica de Antonio Ventura e a realização do espetáculo da Euterpe Cultural, através dos recursos do Edital Municipal em Cena, promovido pela Fundação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

a ÓPERA

Primeira ópera de Donizetti, Il Pigmalione é baseado no mito grego de Pigmaleão que, incapaz de se atrair por mulheres de carne e osso, esculpe Galateia, por quem se apaixona. Nesta encenação inédita, a história ganha uma roupagem tecnológica através da transposição da personagem Galatea de estátua para um avatar digital. Em pauta, a presença da internet nas relações românticas no século XXI, questão especialmente latente após o isolamento social provocado pela pandemia de COVID-19.

a RENOVAÇÃO

“Il Pigmalione” é uma ópera curta e raramente encenada. De fato, a produção deste projeto não encontrou registros da sua montagem no Brasil até o momento. Logo, não só é um título adequado para introduzir o gênero a iniciantes, mas também a oportunidade de sair do repertório tradicional. Assim, este projeto oferece a rara oportunidade de ampliar o conhecimento dos espectadores independente do seu nível de formação cultural. Ao trazer uma ópera inédita no país, o projeto promove renovação num gênero em geral dependente de repertório limitado, ao mesmo tempo contando com a garantia de qualidade da música de um compositor consagrado.

A renovação também está presente na encenação. Dirigido por Antonio Ventura, jovem diretor carioca em carreira emergente na ópera, o espetáculo traz não só um novo nome em sua primeira direção para uma grande Casa, como também uma leitura inovadora de um enredo tradicional. Através da transposição da personagem Galatea para um avatar digital, a nova versão busca discutir os limites entre real e virtual nas relações mediadas pela internet tanto através do conteúdo quanto da forma da apresentação e de seus desdobramentos, físicos e digitais. Em tempos de metaverso e relações líquidas, a solidão contemporânea também será abordada. Todos esses são temas especialmente atuais após a pandemia de Covid-19 e o isolamento por ela provocado. Além disso, roupagem têm enorme potencial de fazer com que novos públicos "conectados" se conectem também com a ópera.

Fotos: Ana Clara Miranda

FICHA TÉCNICA

Karla Calistrato

soprano

Bacharel em Música /Canto pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2008) e Bacharel em Música Sacra (com especialização em canto) pelo Seminário Teológico Batista no Sul do Brasil (2004). Recebeu menção honrosa por ocasião do III Festival Francisco Mignone de Jovens Intérpretes (2007). Foi vencedora do Prêmio Especial do 9° Concurso de Canto Maria Callas (2009). Cantou Dido, em "Dido and Aeneas” , de Purcell, sob a direção de Valéria Mattos (2004); Livia, em “L’Italiana in Londra”, de Cimarosa, no projeto "Ópera no Bolso" da Prefeitura do Rio de Janeiro; Fiordiligi em "Così fan tutte", de Mozart, no Festival de Inverno de Petrópolis (2006); Clorinda, em "La Cenerentola", de Rossini (2008); Hélène, em “Uma educação incompleta”, de Chabrier (2010); e Suor Genovieffa, em “Suor Angelica”, de Puccini. Foi solista junto à Petrobras Sinfônica, na Sala Cecília Meireles, em “Sonho de uma noite de Verão”, de Mendelssohn, sob a regência de Isaac Karabtchevsky (2009). Integra o Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, oconjunto de câmara Calíope e o coro Lírico Feminino da Associação de Canto Coral.

Jessé Bueno

tenor

Bacharel em Canto pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Jessé Bueno é atuante na cena lírica e musical brasileira desde 2008. Atuou em dezenas de Óperas e Musicais, com destaque para o protagonista Quintino, na estréia mundial da Ópera O Diletante de João Guilherme Ripper, considerado um do 10 melhores espetáculos do ano de 2014 segundo Jornal O Globo. Atuou também no musical Os Tropicalistas sob direção de Ciro Barcelos e Jules Vandstad, com arranjos de Tim Rescala. No Musical O Rei da Vela, foi dirigido por Allan Resende e Marcelo Castro. Em 2018 assinou a direção musical do Espetáculo Tropicália Cardboard no Festival Internacional de dança de Joenville sob a curadoria de Ana Botafogo. Em 2019, foi protagonista da Ópera o Elixir do Amor sob Regência de Silvio Viégas e direção de Menelick Carvalho. Ainda em 2019, foi um dos vencedores do primeiro Concurso de Canto Edmar Ferretti. Em 2022 atuou na Ópera O Engenheiro de Tim Rescala em récita apresentada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Antonio Ventura

direção cênica

Formado em Direção Teatral pela UFRJ, tem a ópera e dramaturgos canônicos como foco de trabalho. Dirigiu e traduziu “O estupro de Lucrécia” (2016, Mostras Bosque Puc-Rio e Satyrianas) e “Romeu e Julieta” (2018, Teatro Municipal Maria Clara Machado), ambos de Shakespeare; e foi o diretor cênico das óperas “Suor Angelica”, de Puccini (Associação de Canto Coral, 2019) e “O gato de botas”, de Montsalvatge (Opera Studio UFRJ, 2019). Trabalhou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nas funções de estagiário ― ópera “Faust”, de Gounod (direção cênica de André Heller-Lopes) ― e de assistente de direção ― óperas “Orphée”, de Philip Glass (direção cênica de Felipe Hirsch) e “Eugene Oneguin”, de Tchaikovsky (direção cênica de André Heller-Lopes). Desde 2020, dirige “Valsa n°6”, de Nelson Rodrigues, apresentada em versão on-line neste mesmo ano através do Edital Cultura Presente nas Redes e, já em 2021, em temporada e presencial no Teatro Laura Alvim. Em 2022, retorna ao TMRJ como assistente de direção em “Don Giovanni”, de Mozart (direção cênica de André Heller-Lopes).

Claudio Avila

direção musical

Formado pela Pró-Arte em Regência Coral e Análise Musical e mestrando em Música pela Unirio. Desde 1987 prepara coros e solistas. Preparou e regeu o Coro da 2ª. Igreja Batista de Barra do Piraí, o Coral Ars Plena e o Coral Feminino da Associação de Canto Coral (ACC). Desde 2005, realiza concertos cênicos com a Cia. Canto Brasil, dentre os quais “Música Negra: Brasil & EUA”. Em 2014 atuou como maestro interno, pianista e organista em “Suor Angelica”, de Puccini, na série Ópera do Meio Dia, no TMRJ. Foi diretor musical e pianista no espetáculo “Uma Tarde na Ópera”, na Casa da Arte e Cultura Julieta de Serpa. Foi pianista e preparador em “Gianni Schicchi”, de Puccini, em 2017. Em 2019 foi maestro, pianista e preparador na “Suor Angelica” realizada pela ACC. Em virtude da pandemia de COVID-19, realizou os “Saraus-Live” em parceria com a ACC, atingindo visualizações de mais de duas mil pessoas. Produziu durante este período também dois “Coros Virtuais” com o Coro Lírico Feminino.

ASSISTA AO VÍDEO DA APRESENTAÇÃO

FICHA TÉCNICA

Pigmalione: Jessé Bueno (tenor)

Galatea: Karla Calistrato (soprano)

Direção Geral e Cênica: Antonio Ventura

Direção Musical: Claudio Avila

Direção de Produção: Júlia Requião

Músicos: Flavia Chagas (violoncelo), Dirceu Leite (flauta e clarinete), Claudio Avila (piano)

Arranjo: Tibor Fittel

Cenografia: Gilson Santos

Iluminação: Fernanda Mattos

Concepção vídeo: Chico Abreu

Visagismo: Le Mendes

Artista plástico: Julio César Menezes

Assistência de Direção: Igor Viriato

Produção executiva: Rafael Eveno

Registro espetáculo: Pedro Freitas (direção e edição),

Arthur Luz (câmera),

Thiago Sobral (som direto e mixagem de som)

Comunicação: Jeane Cristina, Luisa Lima

Assessoria de Imprensa: Reg Murray

Apoio: Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro e

Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro

Realização: Euterpe Cultural

*Projeto realizado na Sala Mario Tavares no dia 28 de outubro de 2022, através dos recursos do Edital Municipal em Cena