Minicurso no Senado Federal do Brasil

Relações China - América Latina

e implicações para EUA e Japão no contexto global

Por Floriano Filho

27 e 31 de Março e 3 e 10 de Abril de 2023,

segundas e sextas, das 10 ao meio dia 



Sobre

Este minicurso trata de questões globais em apenas quatro encontros de duas horas, cada.  As relações entre China e América Latina são colocadas no contexto global da relação com os Estados Unidos e Japão, respectivamente primeira e terceira economias mundiais. O tema de cada encontro poderia ser desdobrado em semestres inteiros de aulas. Portanto, nosso objetivo é dar, ao longo de duas semanas, uma visão abrangente e condensada dos vários tópicos abordados, particularmente quanto aos seus aspectos estratégicos, pragmáticos e úteis para o Brasil e outros países. O conteúdo do curso é voltado para formuladores de políticas públicas, interessados em relações internacionais, especialmente em estudos asiáticos. Este minicurso foi montado com base em licença capacitação para realizar parte de pós-doutorado na Universidade de Tóquio. Tendo em vista a quantidade enorme de publicações em texto e vídeo sobre o assunto em inglês, a maioria absoluta dos documentos referenciados aqui está na língua inglesa.  Em vista também da atual disputa geopolítica que se desdobrou em um confronto de narrativas auxiliadas inclusive por inteligência aritificial, procurou-se apresentar fontes confiáveis e diversificadas, seja em termos da origem geográfica ou institucional.  As informações ou opiniões expressas no curso são do pesquisador e não do Senado Federal ou do Instituto Legislativo Brasileiro.

Apresentação do Tema

A relação entre a China e a América Latina e Caribe (ALC) tem crescido de forma exponencial nas dimensões política, social, diplomática e até militar. Mas o campo econômico é provavelmente o mais visível internacionalmente, com o comércio e os investimentos ganhando um simbolismo central no que muitos consideram uma transformação paradigmática no contexto de uma nova ordem econômica global. Os canais multilaterais que também têm impulsionado esse relacionamento incluem a “Iniciativa do Cinturão e Rota” (BRI), o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), criado pelos países do BRICS.

A China é o segundo maior parceiro comercial da América Latina depois dos EUA, por conta da relação comercial deste com o México no âmbito do USMCA, o Nafta renovado. Ainda assim, para a maioria dos países latino-americanos, incluindo o Brasil, a maior economia da região, os chineses já são os principais parceiros comerciais há anos. Segundo dados do FMI, o comércio total da China com a América Latina em 2021 foi de mais de US$ 420 bilhões. Isso representou um salto de cerca de 41% anual, com importações e exportações recordes de US$ 222,58 bilhões e US$ 229,01 bilhões, respectivamente. Esse valor se compara a US$ 895 bilhões com os EUA ou a US$ 42,6 bilhões com o Japão (Wits, 2020).

Petróleo, soja, ferro e cobre são as quatro principais commodities que os países latino-americanos exportam para a China. Seus preços foram afetados pela pandemia após o pico de 2014. As commodities energéticas são cruciais no comércio com Pequim e incluem grandes quantidades de petróleo colombiano, venezuelano e equatoriano, ou outras commodities minerais e agrícolas como minério de ferro brasileiro e soja. O chamado Triângulo do Lítio, dada a sua importância para os Veículos Elétricos (VE), por exemplo, é uma das fronteiras que contrapõem interesses japoneses e chineses na região.

O Japão e parceiros como os EUA certamente acordaram para essa nova realidade. O Acordo Abrangente e Progressivo para Parceria Transpacífica (CPTPP), anteriormente conhecido como TPP, por exemplo, inclui Chile e Peru, e foi ratificado também como resultado da visão Indo-Pacífico de Tóquio, no contexto de suas políticas de Segurança Econômica.

Critérios para Certificação

O Pesquisador

O acadêmico e jornalista Floriano Filho concluiu pós-doutorado em  segurança energética e relações China-LAC-Japão (National Sun Yat-sen University, com bolsa de estudos em Taiwan, 2019, e na Universidade de Tóquio com bolsa da Japan Foundation em 2022). Anteriormente, foi diretor substituto  e coordenador de ensino superior da Escola de Governo do Senado Federal do Brasil. É Ph.D. em Desenvolvimento e Cooperação Internacional (relações estratégicas entre Japão e China, Universidade de Brasília, com estágios na Escola de Estudos Avançados Internacionais (SAIS),  Universidade Johns Hopkins, e no Instituto de Ciência Social da Universidade de Tóquio), concluiu M.Sc. em Telejornalismo (Columbia University, '91, com bolsa da CAPES); M.A. com distinção em Políticas de Comunicação (Universidade de Westminster, Londres, '01, bolsa Chevening); e MBA em TV Digital (UFF, '16, Rio de Janeiro). Foi estudante de pesquisa (Sociedade da Informação no Japão, '91 a '93) com bolsa Monbusho nas universidades de Tsukuba e Hitotsubashi.  Foi pesquisador com bolsa da Fundação Reuters (Universidade de Oxford, Comércio Global de Conteúdo Digital, '06) e na Câmara dos Deputados dos EUA (Fulbright-APSA, Políticas de Comércio dos EUA para energia e meio ambiente, '07 a '08). É integrante no Conselho Internacional do Centro para Democracia e Cultura, Universidade de Oklahoma, em Tulsa, e foi pesquisador não residente da Faculdade de Negócios Internacionais e Línguas Estrangeiras, Universidade Chihlee de Tecnologia (Taiwan, Ago/20 a Jul/22). 

Website Pessoal:  https://sites.google.com/view/floriano-filho/home ;    

Website da Pesquisa:   https://sites.google.com/view/floriano-filho-japan-studies/home