Materia por Ethan Hae Beauchamp
Entre trocas de roupas e ensaios para apresentações, a rotina no mundo artístico não é nada fácil, diversos fatores compõem para que um evento aconteça da melhor forma possível. Em meio a isso, Lilith Fraser tem ganhando destaque no meio artístico pelo seu auxílio primordial aos artistas do nosso mundo, fornecendo uma experiencia única e sendo regada de elogios por quem tem solicitado seu trabalho.
Ellu: Como você começou no mundo da dança?
Lilith: No mundo da Dança foi através do grupo INVOGA, onde conheci a cantora PocaHontas que me levou para o ballet dela, posso dizer que ela é minha parceira até os dias atuais. Foi ali que conheci minha professora e a pessoa que me inspirou, Boa Diva, vendo o trabalho dela, vi que era possível.
Ellu: Qual foi a sua trajetória até aqui?
Lilith: Na época da Invoga eu atuava em festas da Trend Magazine, como modelo fotográfica e médica no hospital da finada Malibu, porém logo comecei a me cansar da mesmice das cidades. Pouco depois sofri situações muito complicadas e invasivas, muito além desse nosso mundo 3D, e decidi que se eu fosse me manter aqui, seria no artístico e apenas. Acho que essa decisão demorou a virar algo concreto, mas foi um divisor de águas pra mim.
Um ano depois, fui levada para a Tour Survivor da Jady Santorini, pela minha mãe adotiva. Dali pra frente comecei a me enfiar no meio dos Artistas, e reencontrei com o Ricardo Hoffman, que já conhecia desde os palcos da Pocah. Fiz parte do ballet dele por um tempo e acho que o maior "Boom", entre os dançarinos, veio da primeira Tour da Mari Maximoff, no ano passado, ouso dizer que a Mari nos esculpiu e nos fez quem somos, em termos de apresentações grandiosas e inovadoras.
No meio de tudo isso, eu tomei a iniciativa de coreografar e até criar uma apresentação do Ballet como atração principal, já que sempre éramos só um "complemento", as pessoas não olhavam para os bailarinos como artistas, realmente. Meio que o mundo artístico precisava da nossa existência, já que organizamos tudo, desde a coreografia, até figurino pra quem não tem as roupas próprias e tudo mais, mas ainda era uma coisa marginalizada. Pessoas como a Diva e o Ricardo, além de artistas que tem seus próprios ballets, como Jady, Xuxa, Pocah etc. começaram a mostrar que a existência do dançarino é primordial. Ainda assim, a gente enfrente todo tipo de dificuldades, principalmente com a prefeitura das cidades, que não tem entendimento do nosso trabalho.
Durante a minha trajetória, coreografei para o Miss, tanto da Vizion quanto da Star Group, e fiquei de mentora no início da primeira temporada do Drag Race, para ajudar as Drags com as danças.
Depois de sair do Hoffman Ballet, por motivos de saúde, fiquei afastada do FiveM por quase 7 meses. Quando voltei, fui acolhida novamente pela minha eterna rainha Mari e pelo rei do trap, o Shad, quem me conhece sabe o quanto eu amo e admiro esses dois. Também fui convidada, pela Ibiza a fazer parte do time camarote do BBB 2024. No programa a Ibiza me garantiu retomar o contato com pessoas que eu já conhecia, além de me apresentar muita gente nova e essa gente nova, pode ter certeza, é o motivo de vocês me verem tanto.
Ellu: Qual foi a motivação para fundar o próprio ballet?
Lilith: Depois do BBB, fui convidada pelo Francesco, meu parceiro do reality, para o Savage Haute Couture, como modelo e aceitei, foi coisa de 2 dias e estar na passarela. Logo depois surgiram shows de amigos ex BBB's, como Lenine, Greco e Sonio. Juntamos uma turma entre os modelos da Savage e fomos dançar para eles. Comentei isso com a Kim Bellucci que já estava com planos de expandir o grupo, e pronto. Unimos a minha experiência no assunto, a vontade de fazer algo além do que temos até hoje e a vontade de expansão de um grupo de sucesso. Eu só não esperava tamanha repercussão em apenas um mês de trabalho.
Ellu: Quais as portas se abriram desde então?
Lilith: Bom, não sei bem se deu tempo de abrir portas, mas que estamos sendo vistos, com certeza estamos. Uma das provas disso é que estou falando com vocês hoje haha. Porém, posso dizer que reatei muitos laços, tive oportunidade de estar em emissora de TV, revista, festivais e até parceria com a gigante Madrinha Luane estamos fazendo.
Ellu: Como foi a repercussão do seu trabalho?
Lilith: Assustadora! Eu estava desacostumada com a rotina de ballet e fui pega num tsunami. O lado bom da experiência é que eu pude surfar nessa onda imensa sem afundar. Hoje atendemos 16 artistas renomados do FiveM, e posso dizer que estou orgulhosa, não apenas por isso, mas por ver a rápida evolução dos nossos bailarinos, que fazem questão de manter o grupo unido e forte, sem esse apoio, seria impossível.
Ellu: Quais os planos para o futuro?
Lilith: Essa parte é a mais desafiadora, fazer planos que possam se concretizar.
A ideia, que já antiga, é mostrar espetáculos próprios, releituras e outras formas de manifestações artísticas. Em parceria com outra vertente não tão valorizada no FiveM, a galera do áudio visual, quero criar expressões únicas e autenticas, quero mostrar cada um dos nossos bailarinos e suas verdades. Isso, na minha opinião, já desafiador, conseguir colocar novos rostos em evidencia e mostrar como tem gente incrível por aí. Agora, dizer pra você, que não é fácil sonhar com tudo isso, não é um trabalho remunerado, não é uma expressão compreendida, as cidades (salvo umas duas ou três) dificultam nosso trabalho e estamos sempre brigando contra o tempo. Será que vai dar certo? Espero que sim, mas pode ter certeza que vocês verão muito esse e outros rostos por aí, muuuuuiiiitttaaas vezes.
Ellu: Agradecemos o seu tempo em nos conceder essa entrevista, adoramos conhecer um pouco mais da sua história.
Lilith: Gostaria de agradecer ao Ethan, que fez a ponte com a Ellu, e toda a equipe da Ellu pelo espaço e reconhecimento. É um trabalho desafiador, falando como uma pessoa com TDAH e como alguns de nós, minha sensibilidade sensorial é altíssima. Trabalho diretamente com música e a misofonia é algo que me aflige. Então por vezes sons podem causar dores físicas bem fortes, então pra trabalhar com isso preciso manter os sons todos ajustados, a luminosidade ajustada, pra não "morrer" no processo.
Também gostaria, deixar um imenso abraço em cada um dos meus colegas de sapatilha e artistas que compartilham seu trabalho e dia a dia conosco. Além disso, posso dizer que faremos audições para dançarinos. E esses, não precisam ser modelos agenciados da Savage, nosso elenco pode ter pessoas de outras agencias e que participam de absolutamente qualquer projeto. Nossa maior meta é que nossos bailarinos se preparem, e sejam livres, voem e brilhem.
E lembrar a todos do mundo artístico, que se nos unirmos somos maiores e melhores, conseguimos alcançar coisas maravilhosas, então lembre-se todas as estrelas podem e devem brilhar.
Materia por Ethan Hae Beauchamp