Resumo
Lobesia botrana (Denis & Schiffermüller, 1775) (Lepidoptera: Tortricidae), conhecida como a traça-europeia-dos-cachos-da-videira, é um inseto-praga exótico que ataca principalmente videiras (Vitis vinifera) no exterior. O inseto está presente em vários países, incluindo Chile e Argentina, sendo que no Brasil é Praga Quarentenária Ausente (PQA), ou seja, apresenta importância econômica potencial, mas não está presente no território nacional. A presença de L. botrana em país próximo ao Estado do Rio Grande do Sul, grande produtor nacional de uva, vem demandando ações estratégicas preventivas à entrada do inseto no Brasil. A prospecção de áreas favoráveis à maior ocorrência do inseto no Brasil pode auxiliar monitoramentos preventivos, apoiando a política pública de sanidade vegetal nacional em suas estratégias de controle mais apropriadas às áreas passiveis de serem acometidas pelo inseto.
Grande destaque vem sendo dado ao cultivo de uva como hospedeiro de maior impacto da praga, porém outros cultivos hospedeiros vêm sendo sinalizados como atacados e, na ausência de uva podem servir de fontes de alimento e desenvolvimento do inseto, mantendo-o nas regiões. Entre esses cultivos hospedeiros, além de uva, citam-se ameixa, amora, pêssego, maçã, pera, entre outros. Desse modo, áreas com a presença de mais cultivos hospedeiros devem ser avaliadas.
Esta nota técnica-cientifica apresenta zoneamentos territoriais de áreas brasileiras mais favoráveis ao desenvolvimento de Lobesia botrana em cultivos de ameixa, amora, alecrim, caqui, kiwi, oliveira, pêssego, maçã, nectarina, pera e uva, considerando condições climáticas que expressam seu melhor desenvolvimento concomitantemente à localização geográfica brasileira de fatores abióticos (temperatura e umidade relativa) nacionais disponíveis (período de 2009 a 2018). Avaliações metodológicas de zoneamentos de áreas favoráveis a pelo menos um mês no ano, considerando médias climáticas mensais e anuais separadamente, também serão apresentadas, assim como um zoneamento de áreas favoráveis a L. botrana em pelo menos um mês/ano considerando presença de fatores naturais locais (aquíferos sedimentares (granulares) ou parcialmente sedimentares (cársticos) e pluviosidades médias anuais superiores a 250 mm). Visa também apresentar zoneamentos mensais de áreas favoráveis a L. botrana considerando somente os fatores climáticos (T e UR) no mesmo período climático dos demais. Esses zoneamentos, bem como suas respectivas análises decorrentes, são parte do resultado previsto "Informações bioecológicas e zoneamento territorial de áreas favoráveis à entrada e ao estabelecimento das pragas quarentenárias ausentes Toxotrypana curvicauda, Lobesia botrana e Bactrocera dorsalis" da Contribuição para Inovação "Levantamento de aspectos bioecológicos dos insetos-pragas quarentenárias ausentes Toxotrypana curvicauda, Lobesia botrana e Bactrocera dorsalis, bem como de seus respectivos cultivos hospedeiros" do Projeto “Estratégias para subsidiar ações de monitoramento e controle de insetos-pragas presentes e quarentenárias ausentes no território brasileiro- DefesaInsetos“ (Embrapa SEG n.40.18.03.007.00.00 – Execução autorizada pelo DSV/SDA-Mapa (Oficio n.28/2019/CGPP/DSV/SDA/Mapa- Processo SEI n.21000.050281/2018-59 -SEI n.7101489), o qual está sendo financiado exclusivamente por recursos do Sistema Embrapa de Gestão (SEG).
Palavras-chave: praga quarentenária ausente; traça-da-uva; Lepidoptera; Brasil.
Relatório original: 28 páginas