RESUMO
Este relatório técnico apresenta as estimativas numéricas das fases de desenvolvimento de Bactrocera carambolae Drew & Hancock (Diptera: Tephritidae) e de seu bioagente Fopius arisanus (Sonan, 1932) (Hymenoptera: Braconidae) em áreas priorizadas a partir do trabalho de zoneamento territorial, tanto o apresentado para as áreas aptas à PQP quanto ao do parasitoide. Bactrocera carambolae Drew & Hancock (Diptera: Tephritidae), ou mosca-da-carambolae, é um inseto-praga exótico polífago, que foi detectado no Brasil em 1996 no município do Oiapoque, estado do Amapá (AP), e, em anos seguintes, nos estados do Pará (PA) e Roraima (RR). Essa mosca-das-frutas é listada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como praga quarentenária presente (PQP), desde a IN SDA n.38 de 14 de outubro de 1999, e está sob controle oficial em áreas de AP, PA e RR, por meio das respectivas Superintendências Federais de Agricultura (SFA) estaduais dos estados com áreas atacadas, contando com apoio de outras instituições estaduais, municipais, de pesquisa, entre outras. Em 2015, o Mapa instituiu o Programa Nacional de Combate as Moscas-das-Frutas (IN Mapa n.24 de 8 de setembro de 2015), que contempla o “Subprograma de Bactrocera carambolae”, organizando e intensificando as atividades com foco em monitoramento e controle da PQA. As ações, atualmente coordenadas pelo “Programa de Prevenção, Contenção, Supressão e Erradicação da praga Bactrocera carambolae”, são disciplinadas pela IN Mapa nº 28, de 20/julho/2017 e vêm viabilizando também a identificação do comportamento do inseto em condição nacional, impedindo a sua dispersão para outros estados. Os principais hospedeiros de B. carambolae, além de sua biologia nesses hospedeiros, e em condição controlada de laboratório (dieta artificial), e de estratégias com foco no controle biológico da PQA por Fopius arisanus (Sonan, 1932) (Hymenoptera: Braconidae), importado do EUA em 2012 para o controle dessa PQA, foram disponibilizadas. Entre os cultivos hospedeiros da PQP no Brasil, citam-se carambola (Averrhoa carambola) e goiaba (Psidium guajava), amplamente encontrados ao longo do ano nos estados em que a praga está presente, como também infestações reportadas em taperebá (Spondias mombin) e em acerola (Malpighia emarginata) no AP. O Projeto DefesaInsetos (Embrapa SEG n. n.40.18.03.007.00.00), cuja atividade de pesquisa com foco em B. carambolae foi autorizada pelo DSV/SDA-Mapa em 23/04/2019 por Ofício n.28/2019/CGPP/DSV/DAS/Mapa (Processo SEI n. 21000.050281/2018-59 SEI n. 7101489), já disponibilizou ao DSV/SDA-Mapa zoneamentos territoriais brasileiros indicando áreas aptas tanto ao melhor desenvolvimento de B. carambolae quanto ao melhor desenvolvimento de seu bioagente F. arisanus. Assim, indicou os municípios brasileiros mais favoráveis à ocorrência de picos populacionais da PQP e aqueles mais aptos às liberações inundativas do bioagente, apoiando estratégias de manejo com foco no controle biológico eficaz da PQA. Porém, condições térmicas municipais específicas, ao longo do ano, nas localidades sinalizadas podem interferir no tempo de duração das principais fases do ciclo de desenvolvimento, tanto de B. carambolae quanto de F arisanus, em decorrência dessas sazonalidades, devendo ser investigadas. Nesse contexto, o conceito de demandas térmicas foi utilizado, contribuindo para apresentar estimativas do desenvolvimento esperado, tanto para as principais fases de vida de B. carambolae, em diferentes hospedeiros e municípios dos estados do AP, RR e PA, quanto para as principais fases de desenvolvimento do seu bioagente F. arisanus nesses mesmos estados. Condições térmicas dos municípios aptos avaliados foram consideradas, a partir das disponibilizadas pelo INMET. Na indisponibilidade, em literatura técnica, de demandas térmicas do ciclo de F. arisanus em B. carambolae, as apresentadas para o parasitoide em Bactrocera dorsalis (Hendel 1912) (Diptera: Tephritidae) foram utilizadas. Bactrocera dorsalis é praga quarentenária ausente (PQA) no Brasil e foi priorizada por trabalho conjunto realizado pelo DSV/SDA-Mapa e Embrapa, sendo alvo de pesquisa do Projeto DefesaInsetos. Este relatório técnico apresenta os trabalhos técnicos realizados contemplando as estimativas numéricas das fases de desenvolvimento de B. carambolae e de seu bioagente F. arisanus. Os resultados aqui apresentados comprovam a entrega de resultado, previsto para 2022, pela Contribuição para Inovação nº 3 do Projeto DefesaInsetos, de responsabilidade da Embrapa Amapá. Nesse sentido, também solicita a aprovação do DSV/SDA-Mapa para a publicação e/ou divulgação do conteúdo técnicos dos trabalhos aqui apresentados, no todo ou em parte, em publicações, eventos e/ou mídias de difusão técnico-cientifica nacional e/ou internacional. Os resultados apoiam as políticas públicas nacionais para o controle da PQA B. carambolae no Brasil.
Relatório original: 154 páginas