Bactrocera carambolae Drew & Hancock, 1994 (Diptera: Tephritidae: Dacinae) ou mosca-da-carambola é um inseto-praga originário do Sul da Ásia, com primeiro registro na América do Sul em 1975 (Paramaribo, Suriname). No Brasil, a praga foi detectada em 1996 no município do Oiapoque, no Amapá, possivelmente a partir de dispersão de áreas da Guiana Francesa, onde já estava presente desde 1989 (MAPA, S/D). A mosca-da-carambola é praga quarentenária presente (PQP), com ocorrência em algumas áreas dos estados do Amapá (AP), Pará (PA) e Roraima (RR), sob ações do “Subprograma de Prevenção, Contenção, Supressão e Erradicação da praga Bactrocera carambolae” do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Além desses estados, todo território brasileiro é monitorado, com ênfase para áreas do Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins, por terem sido sinalizadas pelo MAPA como de alto risco para a dispersão da praga (MAPA, 2020).

Este relatório técnico-científico apresenta os zoneamentos territoriais mensais de áreas brasileiras favoráveis ao maior desenvolvimento de Bactrocera carambolae, com base em médias de fatores abióticos (temperaturas e umidades relativas), tanto aqueles registrados no país para o período de 2009 a 2018 como também os que conferem ao inseto-praga seu melhor desenvolvimento de fases de seu ciclo de vida e geração de número de descendentes. Os cultivos hospedeiros da praga aqui considerados foram acerola, caju, carambola, goiaba, manga, pitanga, laranja, tangerina e tomate.

Com base na análise dos resultados dos zoneamentos mensais obtidos, foram identificadas as microrregiões estaduais potencialmente favoráveis ao maior desenvolvimento de B. carambolae e, portanto, à ocorrência de picos populacionais, bem como suas respectivas quantidades de municípios passíveis de serem acometidos. Para os estados com áreas sob contenção oficial foram nominados os municípios por microrregião estadual, mensalmente, disponibilizando a informação de períodos do ano sujeitos às maiores populações de B. carambolae. Do mesmo modo, análises por regiões geográficas do país foram disponibilizadas.

Os zoneamentos mensais e respectivas análises decorrentes aqui apresentados são parte dos resultados esperados pelo Projeto “Estratégias para subsidiar ações de monitoramento e controle de insetos-pragas presentes e quarentenárias ausentes no território brasileiro - DefesaInsetos“ (Embrapa SEG n.40.18.03.007.00.00 – Execução autorizada pelo DSV/SDA-Mapa (Ofício n.28/2019/CGPP/DSV/SDA/Mapa - Processo SEI n.21000.050281/2018-59 -SEI n.7101489), o qual está sendo financiado exclusivamente por recursos do Sistema Embrapa de Gestão (SEG).

Relatório original: 36 páginas