Subconjunto Terminológico para Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem em Diabetes Mellitus

Pesquisadoras:

Fernanda Azeredo Chaves

Tânia Couto Machado Chianca

Heloisa de Carvalho Torres

O Diabetes Mellitus tipo 2 é uma condição desafiadora para o profissional de saúde devido à complexidade do cuidado. Em 2021, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), o número de pessoas com DM no mundo foi de aproximadamente 537 milhões e estima-se que esse número seja de 783 milhões até 2045. O Brasil, em 2021, obteve a sexta colocação no ranking mundial com um quantitativo de 15,7 milhões de pessoas acometidas pela doença entre a faixa etária de 20-79 anos. Em 2045, estima-se que esse número seja de 23,2 milhões, sendo o diabetes mellitus tipo 2 (DM2), responsável por cerca de 90 a 95% dos casos (IDF, 2021).

A Association of Diabetes Care Education Specialist Educators (ADCES7) identificou sete comportamentos de autocuidado que podem ser adquiridos pelas pessoas com DM2 em decorrência da participação regular no processo de educação em diabetes. 

(ADCES; KOLB, 2021)

A efetividade no cuidado do diabetes está associada não só às escolhas cotidianas referentes ao tratamento e aos hábitos saudáveis de vida, mas, sobretudo, na capacidade da pessoa de controlar as questões emocionais que estão diretamente interligadas aos resultados do tratamento. 

(FALLA; CHAKROUN-BAGGIONIB; BÖHMEC; MAQDASYE; IZAUTEB; TAUVERON, 2021).

A Enfermagem pode, junto com os demais integrantes da equipe multidisciplinar, apoiar as pessoas com Diabetes Mellitus Tipo 2 a se tornem protagonistas do seu autocuidado.

O processo de enfermagem deve: 

ser centrado na pessoa, oferecendo oportunidades para que expressem suas necessidades e preocupações 

permitir que as pessoas participem do processo de tomada de decisões sobre seu tratamento 

permitir que as pessoas reflitam sobre as escolhas e as consequências delas em suas vidas 

Entre as terminologias disponíveis na área, destaca-se a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®). Trata-se de uma terminologia combinatória e enumerativa, organizada em conceitos primitivos e conceitos pré-coordenados. Os conceitos primitivos estão representados em um modelo de sete eixos (Foco, Julgamento, Meio, Tempo, Localização, Cliente, Ação) e podem ser combinados de forma a compor títulos que nominam diagnósticos (DE), resultados (RE) intervenções de enfermagem (IE).

Um subconjunto terminológico da CIPE pode ser definido como um conjunto de conceitos de DE/RE/IE, direcionado a determinadas condições de saúde, clientelas específicas (indivíduo, família e comunidade), especialidades de saúde/contextos de cuidados e fenômenos de enfermagem que favorecem a adoção da linguagem unificada e acessível aos enfermeiros (CIE, 2009). 

 

Objetivo: Apresentar um subconjunto terminológico para Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem em diabetes mellitus, baseado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta e na Teoria Social Cognitiva de Bandura. 

Para Horta (1979), o ser humano é definido como indivíduo, família ou comunidade, parte integrante do universo dinâmico (ambiente) e como tal está sujeito às leis que o regem, no tempo e no espaço. Além disso, por suas características, o seu humano é agente de mudança no universo e como tal, é também a causa de equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo. A enfermagem, como parte integrante da equipe de saúde, é a assistencia prestada ao ser humano para atendê-lo em suas necessidades, mantendo o equilíbrio dinâmico, prevenindo desequilíbrios e revertendo desequilíbrios em equilíbrio no tempo e espaço (HORTA, 1979).

Bandura (2008) pode complementar a teoria de Horta ao explicar o comportamento humano e a aplicabilidade do processo educativo no favorecimento do desenvolvimento de habilidades para a pessoa lidar de forma eficaz com a sua condição de saúde. Para o autor, um preditor eficaz da mudança de comportamento, é a autoeficácia, que se refere à confiança que uma pessoa tem em sua capacidade de executar efetivamente um determinado comportamento e alcançar o resultado desejado. O pensamento humano e a ação humana são considerados produtos de uma interrelação dinâmica entre influências ambientais, pessoais e comportamentais. O ser humano não é mero fruto do seu ambiente, embora receba dele influências (BANDURA; AZZI; POLYDORO, 2008).

SUBCONJUNTO TERMINOLÓGICO CIPE EM DM.pdf

PARA ACESSAR O SUBCONJUNTO TERMINOLÓGICO DA CIPE EM DIABETES MELLITUS É SÓ CLICAR NA SETA DO QUADRO ACIMA

O subconjunto poderá orientar de forma segura e sistemática os enfermeiros no cuidado a pessoa com Diabetes, favorecendo a execução do Processo de Enfermagem e melhora das práticas de autocuidado no diabetes.