stênio diniz

Stênio Diniz

(Kamila Angelo Delgado)

José Stênio Silva Diniz (26/12/1953 - Presente) nasceu em Juazeiro, Ceará. Stênio é neto de José Bernardo da Silva, um dos maiores editores de literatura de cordel no Brasil, que iniciou a primeira Tipografia do Ceará na gráfica Lira Nordestina.

Desde cedo o poeta e xilógrafo já trabalhava na Tipografia São Francisco que mais tarde daria a origem à Lira Nordestina, ajudava a sua família como podia: juntava papel e fazia o acabamento dos folhetos.

Quando começou a ser alfabetizado, aos sete anos, aprendeu a fazer composições e a imprimir. Aos 15 anos começou seu trabalho artístico na Tipografia de seu avô, inspirado nas xilogravuras de Mestre Noza e Walderêdo Gonçalves. Stênio Diniz é um dos grandes nomes da xilogravura no nordeste.

Para além das capas dos folhetos, do nordeste e do Brasil, ele já expôs mais de 100 vezes no exterior, principalmente na Alemanha, suas gravuras obtiveram enorme destaque no âmbito das artes plásticas. Em sua obra o artista apresenta a história do nordestino, também representa as secas no sertão.

Stênio também acredita no poder da arte para educar as crianças, inclusive defende uma pedagogia unida ao ensino das artes, ele também ministrava o conhecimento de diversas artes a crianças e adultos. O poeta é um dos fundadores da fundação dos Artistas e Amigos da Arte (AMAR).

Leia a seguir um trecho do cordel História do poeta que livrou-se das garras da televisão, publicado em 1987:

“Prezado amigo leitor

eu peço a sua atenção

para uma descrição

de importância relevada

sobre a poesia rimada

e a sua situação!

Por sentir que a poesia

teve grande decadencia

achei por conveniencia

o assunto analisar

e a todos explicar

dentro da minha vivencia!

A produção do poeta

antigamente abundava

pois, este, sempre criava

seu particular reinado

deixando bem registrado

aquilo que imaginava!

Este folheto é composto por 68 estrofes: sextilhas (seis versos), e as rimas seguem o esquema ABBCCB.

Referências:

COSTA, Isabel. Poesia visual do cotidiano: Com óleo, madeira, papel, tecido e tinta, o mestre da cultura Stênio Diniz, de Juazeiro do Norte, levou à Europa o Cariri em forma de arte. Vida & Arte, 25 de out. de 2017. Disponível em <https://www.opovo.com.br/jornal/vidaearte/2017/10/poesia-visual-do-cotidiano.html>. Acesso em 20 de maio de 2020

DINIZ, Stênio. História do poeta que livrou-se das garras da televisão. Juazeiro do Norte: [s.n.], 1987, 18p. Disponível em <http://acervosdigitais.cnfcp.gov.br/Literatura%20de%20Cordel%20-%20C0001%20a%20C7176/26690>. Acesso em 20 de maio de 2020

MEMÓRIAS DO CORDEL. Xilógrafos Nordestinos #4 - Stênio Diniz. Disponível em <http://memoriasdocordel.blogspot.com/2014/02/xilografos-nordestinos-4-stenio-diniz.html>. Acesso em 20 de maio de 2020