francisco das chagas batista
Francisco das Chagas Batista
(Anna Clara Gobbi)
O cordelista paraibano Francisco das Chagas Batista nasceu no dia 5 de maio de 1882. Enquanto estudava, por volta de 1900, também vendia água e lenha em Campina Grande. Nessa época, publicou seu primeiro folheto, Saudades do Sertão (1902). Anos mais tarde, passou pelo seminário em Olinda. Em 1913, o poeta fundou a Livraria Popular Editora. Publicou, em 1929, o que estudiosos afirmam ser a fonte mais confiável de pesquisa em poesia popular, a obra “Cantadores e poetas populares”. Adaptou obras clássicas, como “A Escrava Isaura” (de Bernardo Guimarães) e “Decameron” (de Boccaccio). O poeta faleceu em 26 de janeiro de 1930.
Dentre suas obras mais aclamadas, além das adaptações clássicas já citadas, o poeta também cantou a vida de Antônio Silvino, no cordel “Antônio Silvino, vida, crimes e julgamento”, publicou “Os horrores do inverno de 60: O clamor do povo do Nordeste” e “Resultado da revolução de Recife: o enterro da justiça”.
Confira, abaixo, um trecho de A Escrava Isaura em cordel:
A encantadora Isaura
Era privilegiada"
Talvez se o leitor a visse
Julgasse ser uma fada,
Um anjo ou uma estátua viva
Pelo Eterno modelada.
Isaura era um diamante
Lapidado por escala!
Era a pérola mais fina
Que refulgia na sala
O seu lugar era o trono
E não a imunda senzala.
Era um cofre diamentino
De virtude e de doçura:
Se a deusa Vênus a visse
lhe invejava a formosura;
Se os anjos viessem à terra
Lhe invejavam a candura!
Referências:
BATISTA, F. C. A Escrava Isaura. Rio de Janeiro: Editora GED, 1930.
SILVA, J. F. S. Biografia Francisco das Chagas Batista. Casa Rui Barbosa, [200-?]. Disponível em <http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/FranciscoChagas/franciscoChagas_biografia.html>