Uso das TDIC na EPT

O uso das TDIC na Educação Profissional e Tecnológica

A ideia da Educação Profissional e Tecnológica sugere uma educação integrada à superar o ser humano dividido historicamente pela divisão social do trabalho entre a ação de executar e a ação de pensar, dirigir ou planejar.

Trata-se de superar a redução da preparação para o trabalho ao seu aspecto operacional, simplificado, escoimado dos conhecimentos que estão na sua gênese científico-tecnológica e na sua apropriação histórico-social.

Como formação humana, o que se busca é garantir ao adolescente, ao jovem e ao adulto trabalhador o direito a uma formação completa para a leitura do mundo e para a atuação como cidadão pertencente a um país, integrado dignamente à sua sociedade política. Formação que, neste sentido, supõe a compreensão das relações sociais subjacentes a todos os fenômenos (CIAVATTA, 2005, p. 85). 


A educação politécnica, também denominada educação tecnológica, são termos trazidos por Karl Marx dando-lhe sentido a união do estudo e trabalho, do conhecimento e da prática para uma outra sociedade, com sentido de obter superação da divisão social do trabalho. 

Entretanto, após minuciosos estudos filológicos da obra de Marx, Manacorda conclui que a expressão "educação tecnológica" traduziria com mais precisão a concepção marxiana do que o termo "politecnia" ou "educação politécnica". De qualquer forma, os dois termos expressam o mesmo conceito. 

Em síntese, ao longo de três décadas muitas foram as lutas políticas, o denso significado da "educação politécnica" como educação omnilateral ou formação em todos os sentidos da vida humana (física, intelectual, estética, moral e para o trabalho, integrado a formação geral e a educação profissional). 

Superação da acumulação flexível das TDIC

As possibilidades, por contradição ao pretendido pela acumulação flexível, estão postas; há contudo, um longo caminho a percorrer, para que processo educativos presenciais e a distância, passem ser desenvolvidas por docentes qualificados e com prometidos com a emancipação humana, a começar pela formação dos professores, pela democratização do acesso aos meios e pele avanço dos estudos nessa área, que particular no que tange aos novos processo de relação e de produção do conhecimento (KUENZER, 2016, p. 36). 

Sob a visão materialista histórica, a utilização de tecnologias pode ser utilizada no ensino, desde que não se abra mão da função mediadora do professor e o mesmo esteja formado para tal. 

A utilização de tecnologias são bem-vindas pois, estimula o desenvolvimento da capacidade de análise crítica e da autonomia intelectual e ética.

Nesse sentido, as tecnologias são novas forma de mediação entre o ser humano e o conhecimento, e seu uso na prática pedagógica como base nas categorias do materialismo histórico.

Educação Tecnológica e o uso das TDIC

A tecnologia passou a ter um lugar de centralidade em quase todas as práticas sociais, em particular, no processo educativo e de pesquisa. Assim, o trabalho como categoria central de produção de saber, e, trabalho, ciência e tecnologia são indissociáveis (LIMA FILHO, 2005; MOURA, 2007). 

O papel da educação tecnológica vai além da instrumentalização para a empregabilidade. Evidentemente, não se nega a importância dos conhecimentos técnicos e tecnológicos inerentes à formação, mas não se restringe a esses.

Assim, ratifica se a importância da formação humana integral, omnilateral, na perspectiva da autonomia e da emancipação que vai tornar viável a inserção do país de forma autônoma nessa “outra globalização”.


Enfim, a produção resgata o acúmulo teórico conceitual e prático do campo, calcando se nas dimensões ontológica e histórica do trabalho e em uma concepção de educação que pressupõe a formação plena do sujeito (MOURA, 2014, p. 56) .

TDIC e a relação indissociável na formação humana

A ciência, é a parte do conhecimento sistematizado e deliberadamente expresso na forma de conceitos representativos das relações de forças determinadas e apreendidas da realidade considerada. O conhecimento de uma seção da realidade concreta ou a realidade concreta tematizada constitui os campos da ciência, as disciplinas científicas. 

A ciência conforma conceitos e métodos cuja objetividade permite a transmissão para diferentes gerações, ao mesmo tempo em que podem ser questionados e superado historicamente, no movimento permanente de construção de novos conhecimentos. 

Definem, assim, duas características da relação entre ciência e tecnologia. A primeira é que tal relação se desenvolve com a produção industrial.  A segunda é que esse desenvolvimento visa à satisfação de necessidades que a humanidade se coloca, o que nos leva a perceber que a tecnologia é uma extensão das capacidades humanas. 

Embora existam diferentes conceitos de tecnologia alguns aspectos são recorrentes nas definições encontradas. A tecnologia sempre modifica uma realidade a partir da utilização de um conjunto complexo de conhecimentos tecnológicos acumulados, transformando tanto a base técnica como as relações humanas. 

Como objeto de estudo a tecnologia pode ser entendida como uma “ciência transdisciplinar das atividades humanas de produção, do uso dos objetos técnicos e dos fatos tecnológicos. Do ponto de vista escolar é a disciplina que estuda o trabalho humano e suas relações com os processos técnicos” (MACHADO, 2008). 

TDIC como ferramenta social

A tecnologia está amplamente difundida entre os diversos domínios da existência humana e, conforme se amplia sua influência na vida das pessoas, é normal que se coloque a questão sobre o seu sentido, surgindo a necessidade deum esforço de discernimento e compreensão teórico-crítica. Na busca dessa perspectiva teórico-crítica sobre a tecnologia em nossa sociedade, um desafio tem emergido como fundamental: a possibilidade de pensá-la como uma dimensão da cultura. 

Para Vieira Pinto, o ser humano, na ideologização da tecnologia, não vê o aparelho na sua real condição de instrumento que deve ser compreendido no seu papel de transformação da realidade. Assim, o ser humano, na ideologização, em vez de fazer da máquina um instrumento de transformação, a vê como instrumento de adoração.