CEIland
território de memória, cultura e futuro
Em 1959, uma classificação territorial do Distrito Federal foi elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base no Censo Experimental de Brasília. Essa divisão agrupou as áreas em quatro tipos principais: acampa-mentos, assentamentos temporários, assentamentos consolidados e áreas rurais. Os trabalhadores pioneiros, conhecidos como candangos, fixavam residência majoritariamente nos acampamentos, que eram habitações providenciadas pelas empresas construtoras, e nos assentamentos temporários. Dentre estes, destacavam-se o Núcleo Bandeirante e a Vila Amauri – esta última, um exemplo entre diversas ocupações informais, visto que seus moradores não possuíam títulos de propriedade dos terrenos. Já os assentamentos consolidados correspondiam às cidades-satélites (ou regiões administrativas) recentemente criadas. Segundo o censo daquele ano, apenas Taguatinga (fundada em 1958), Planal-tina (com origens no século XIX) e Brazlândia (estabelecida em 1933) eram reconhecidas nessa categoria (IBGE, 1959, p. X).
As cidades satélites eram para vir depois de Brasília ter chegado a um limite de população de 700 mil habitan-tes, digamos e que aí surgiria a cidades satélites devida-mente planejadas. Mas ocorreu o inverso, Brasília ainda estava vazia como um arquipélago urbano, com coisas muito isoladas, construídas, e a Novacap se viu diante daquela situação, de passada aquela primeira fase, de ter que localizar aquele pessoal, os operários que não estavam querendo voltar para o país deles, depois de ter passado aquele trabalho intensivo. E então a Nova-cap resolveu criar núcleos na periferia de Brasília para transferir essas populações que desejavam permane-cer. Uma solução não civilizada, digamos de processo europeu de fazer as coisas ou americano, mas uma so-lução improvisada pelas circunstancias que deu certo. Lúcio Costa (in): Lúcio Costa - a visão do futuro (1992)