A suposição genealógica é uma hipótese que criamos para estabelecer uma procura racional de uma pessoa em árvores genealógicas.
E como funciona a «suposição genealógica»? Vamos lá. Você não sabe quando nasceu aquela bisavó paterna. Mas sabe mais do que pensa! As mulheres tinham filhos entre os 18 e os 40 anos, na média. Mas podiam se casar a partir dos 14. Então, compute o início da maternidade aos 15 a 20 anos.
Se você descobriu que o bisavô era de 1900, a bisavó era contemporânea! Pode colocar que a bisa era de 1905. Ou de 1895 Valem 10 anos antes e 10 depois. Pode não ser, mas isso é trabalhar com suposição genealógica. Uma pessoa nasceu aproximadamente em 1865? Seus pais devem ter nascido por volta de 1840. Ou isso, ou 10 anos, 10 depois... Certamente não nasceram em 1800! Pegou o espirito da coisa? Assim, você descobre a época a se pesquisar.
Exemplo (da ilustração):
O Manuel Ramos, do exemplo, é filho de José Ramos & Rosa dos Santos.
Temos o nascimento do Manuel, mas (AINDA) não temos nada sobre José e Rosa.
Temos (documentado!) que Manuel Ramos é o segundo filho do casal José-Rosa. Numa busca simples, havia (nov./2022) 2.059.130 de José Ramos no Family Search® e 15.218.579 registros de Josés Ramos no My Heritage® — para citar apenas a busca online.
Para fechar esse cerco, temos de de um José Ramos nascido em Coimbra (sabemos o distrito, mas não a freguesia), pois o neto do José, filho do Manuel, tinha a informação oral.
Como sabemos que o Manuel nasceu em 1900 e, em sendo o segundo filho, estimamos que o José tenha se casado com cerca de 25 anos mais ou menos. Assim anotamos: "aproximadamente 1870".
Pelo menos, sabemos que nos referimos a uma pessoa de determinada o (dez anos a mais oua menos) e que não se trata de um José Ramos de 1670, nem de um de 1810 ou de 1970.
Dessa forma, suposição genealógica torna-se um ponto de partida para a busca de uma comprovação mais efetiva.
Uma informação que — tomara! — vai mudar com o tempo, tornar-se mais precisa, quando descobrimos dados mais consistentes sobre aquela pessoa que pesquisamos.
Ao localizar uma data em documento, fotografe ou escaneie o documento. Anexe-o a todas as pessoas da árvore a quem servirá como "fonte de informação".
Exemplo: a sua certidão de nascimento fornece indícios consistentes da sua existência, do nome de seus pais, e de seus avós maternos e paterno. A sua certidão de nascimento é "fonte de informação" para 7 pessoas! Se você não sabe a data de todas as 7, pode ao menos criar uma hipótese geracional.
A suposição genealógica se baseia numa ideia simples: a lógica geracional.
Se uma pessoa tem hoje (2020) entre 30 e 40 anos, seus pais nasceram muito provavelmente nas décadas de 1950-60, seus avós nos anos 1920-30 e seus bisavós na virada do século XX até os anos 1910.
Claro que pode haver exceções. Mas exatamente por isso são exceções: de pessoas que se casaram muito cedo ou muitom tarde, em relação aos demais contemporâneos de geração.
Vejamos como se desenvolve o raciocínio, passo a passo, até chegarmos a uma conclusão plausível.
Caso:
Vamos analisar toda essa árvore de costados com nomes trocados, pois não se trata de uma árvore real. Porém, todas as situações são baseadas no caso já enfrentado.
Letícia quer descobrir o ano e local de nascimento da bisavó paterna-paterna: Concetta Rossi.
Concetta é mãe do Mário, que é o avô do Carlos Eduardo, engenheiro já aposentado.
Carlos Eduardo só sabe que sua avó era italiana, mas nunca soube de que cidade nem quando nasceu. Nunca soube onde os avós Francisco e Concetta viviam, onde se casaram, como se conheceram e nem onde estão enterrados.
Mário, o pai de Carlos Eduardo, está agora idoso, sem memória, sofrendo de Alzheimer há uns dez anos.
Teresa, sua mãe, morreu muito jovem, no parto do próprio Carlos Eduardo.
Depois da morte da mãe, Carlos Eduardo, o Cadu, viveu praticamente na casa dos avós maternos — Alzira e Manuel. Alzira era de família brasileira, nascida em Taubaté, descendente remotamente de portugueses, e Manuel era espanhol, nascido em Huelva, Andaluzia, Espanha.
Mário era vendedor e viajava muito pelo Estado de São Paulo, Sul de Minas e interior do Rio de Janeiro. Foi nos descrito pelo Cadu como pessoa muito "simpática, dada e falante", mas desinteressada dos assuntos de família. Nunca contou nada específico dos pais. Sabia cantar umas músicas em italiano e é só. Sabia que o pai, Francisco Borges, nasceu "perto de Campinas, ou pros lados de Campinas" e a mãe "na Itália". Evitava falar neles e não contava quase nada da infância ou juventude.
Tinha uma irmã, Aída, que morreu adolescente, antes até de o Mário se casar com a Teresa.
Mário não possuía nenhum documentos dos pais. Só uma fotografia do casal numa moldura oval e uma pequenina, dos quatro juntos: Francisco, Concetta, Mário e Aída. Carlos Eduardo escaneou as duas fotos e encomendou uma leve ampliação da foto pequena a uma designer gráfica.
Os avós maternos também só tinham referências gerais sobre os pais da nora.
Assim, Carlos Eduardo cresceu sem informações sobre a família dos pais do pai. Não sabe quantos irmãos os avós tinham, ou seja, se o Mário tinha tios ou primos.
Para Letícia, a família estendida eram seus próprios pais, a família da mãe, os avós maternos Luís e Maria Aparecida e a bisa Alzira, de quem ela se lembrava bem e o biso Manuel, que morreu quando ela era um bebê, mas de quem sabia muitos casos, piadas e histórias do tempo da Central do Brasil, depois RFFSA.
Letícia conseguiu montar sua árvore com nomes e muitas datas! Mas do lado paterno só sabia os nomes dos avós porque estavam na certidão de nascimento do Carlos Eduardo e a data de nascimento do bisavô Francisco, pois certa vez o avô Mário lhe dissera que a idade do Francisco "acompanhava o século XX".
Como descobrir alguma coisa da bisavó Concetta?
Aí fizemos a "pesquisa". Descobrimos vários documentos e pudemos apurar algumas datas de nascimento e falecimento. (Veja a ilustração.) Contudo, ainda não conseguíamos descobrir a data de nascimento de Concetta Rossi e assumimos o ano de 1900 com um "aproximadamente" para o Francisco Borges.
Vamos agora trabalhar com você, internauta leitor, a suposição genealógica e fazermos juntos o raciocínio.
Concetta teve o Mário em 1928 e a Aída em 1934.
Pela época, há muita diferença de idade entre os dois filhos: 6 anos. Ou ela perdeu gravidezes ou teve mesmo dificuldade de engravidar, já que pela época não era comum ter tantos anos de diferença entre os filhos.
As hipóteses são admissíveis, já que o casal não teve mais filhos.
Aída morreu "aos 16 anos" portanto, em 1950. Calculamos a data de nascimento da Aída porque o Carlos Eduardo sabia do ano da morte: 1950, "o ano do silêncio no Maracanã". Aída morrera mais ou menos uma semana antes do Brasil 1 x Uruguai 2. O pai falava isso. O Mário não sentiu tanto o Brasil perder a Copa, porque "havia perdido a irmãzinha, e isso nem tinha comparação: era muito mais triste".
A informação consiste com outras duas informações orais: foi «depois da guerra e devia ter uma pandemia, mas que ninguém sabia, como houve em 1918 e depois» e antes de o Mário se casar com a Teresa, o que aconteceu em 1954. E claro, havia a memória associativa da Copa de 1950!
No registro de casamento de Mário e Teresa — localizado! —, realizado em São José dos Campos, consta que Francisco era nascido "neste Estado" (São Paulo, sem citar a cidade) e que Concetta nasceu "na Itália".
Nos arquivos do Museu de Imigração do Estado de São Paulo havia poucas mulheres com o nome Concetta Rossi indexados, sendo que a maioria era adulta quando aqui chegaram (do século 19 para o 20). Talves as demais Concettas estivessem sem sobrenome, pois Concetta e Rossi são nomes italianos dos mais comuns.
Ora, se Mário nasceu na "virada do século", Concetta, pela lógica geracional, nasceu 10 anos depois ou até 10 anos antes. Mas não 25 anos antes ou 15 depois, mesmo porque o Mário nasceu em 1928! Então, as Concettas Rossis localizadas no Museu da Imigração não nos serviam.
E pode ser que esses Rossi tenham entrado pelo Rio de Janeiro!
De qualquer forma, pesquisados os arquivos do Rio de Janeiro, havia muitas Concetta sem sobrenome. Também de nada serviram para alguma evidência conclusiva.
A questão era: se não sabemos os nomes dos pais da Concetta, se não sabemos nem com que idade ela entrou no Brasil, nem com que idade se casou e teve filhos, a pesquisa fica mais difícil.
Na primeira metade do século 20, a maioria esmagadora das mulheres se casou entre os 18 e os 25 anos. No período pós-II Guerra, entre os 20 e 25, porque as mulheres (as que tiveram oportunidade) estudaram um pouco mais e já começaram a trabalhar.
No meio rural, os casamentos podiam ser um pouco mais cedo. Mas não muito. As exceções são sempre exceções e tornam-se assuntos de conversa em família:
«Pedro se casou muito tarde: tinha prá lá de 40 anos!»
«Ângela se casou tão cedo, era uma menina, tinha 16 anos.»
«Lourdes teve só dois filhos porque se casou quase aos 40.»
« Carlos quando se casou era tão jovem que ainda estava no Colegial...» — que era como se chamava o Ensino Médio. Todo mundo já ouviu essas conversas. E são sempre sobre as exceções. Então, anote-as.
Assumimos, provisoriamente, que Concetta teve o Mário com 20 anos! Então: 1928-20= 1908.
Escrevemos lá na árvore "aproximadamente 1908" para a Concetta — diferença de idade bastante razoável: o Mario podia muito bem ser 8 anos mais velho que a Concetta.
E ainda estaria muito bem e biologicamente correto, a Aída ter nascido com a Concetta aos 26 anos.
Assim funciona a suposição genealógica em relação ao tempo. Pode ser que, surgindo os documentos, haja diferenças. Mas elas variam em poucos anos.
Aí tivemos que descobrir o lugar em que Concetta nasceu e onde ela se casou com Francisco.
Voltamos para uma nova entrevista com Carlos Eduardo.
Depois de muitas perguntas, com respostas negativas ou vagas, indagamos por que o Mário, que nasceu em Campinas, foi se casar lá no Vale do Paraíba.
Não é lá uma pergunta historicamente sincrônica, porque no tempo em que Mário se casou, havia muita mobilidade espacial no território brasileiro, especialmente no pós-guerra.
Mas foi relendo durante a entrevista os nomes das cidades envolvidas na pesquisa que, meio sem nexo, a questão brotou intuitivamente:
— E por que será que o 'seu' Mário deixou Campinas e encontrou uma esposa no Vale do Paraíba?
— Ele foi trabalhar com vendas. Gostava muito de viajar de trem, era o que ele contava.
— E por que não foi ferroviário se adorava viajar?
— Mas ele foi ferroviário quando jovem! Só que por pouco tempo. Pensei que tinha contado isso... Depois que meu pai descobriu sua paixão por ser vendedor, caixeiro-viajante como se dizia, ele deixou a Paulista.
— Ahhh! — ele trabalhou na Paulista? Na Companhia Paulista de Estradas de Ferro?!
— Sim, no começo da vida ele também foi ferroviário. Da Paulista!
— E o pai dele?
— O pai dele não sei.
— Será que ele não era ferroviário também?
— Olha, talvez...
— Talvez... Será que sim? Será que não?
— Olha, talvez sim. Meu pai tinha muito apreço por uma miniatura de locomotiva antiga e disse que foi do pai dele. Onde será que foi parar essa miniatura?
— Ah, sim... Locomotiva em miniatura, que era do 'seu' Francisco... Será que seu avô não era mesmo ferroviário?
— Olha, pensando melhor, pode bem ter sido.
Ele chama a Regina Helena, sua esposa, cujo pai e avô — Luís e Antônio — também foram ferroviários, mas da Central do Brasil, em São José dos Campos.
— Regina, você se lembra de o meu pai ter dito alguma vez que o pai dele, o Francisco Borges, foi ferroviário?
— Cadu, seu pai não sei. Mas acho que meu pai falou nisso. E talvez até meu avô. Imagino que seu pai mesmo contou a eles. Você não se lembra? Me lembro disso, sim.
— A sua memória é bem melhor do que a minha. Não me lembro dos meus avós falarem nisso. Também, não me recordo de muita coisa. Do que me lembro é de eles me mandarem estudar. Sempre e muito. Ainda bem.
— Bem — finalizamos — pode ser que tenhamos aqui uma leve pista. Acho que um trilho para percorrer... (risos)
Com essa tênue linha, sem ter mais o que perguntar, saímos de lá e mergulhamos outra vez em pesquisa.
E investigamos, conversamos entre nós, mandamos e-mails para todos os oito cartórios de registro civil de Campinas, contatamos para pesquisadores e estudiosos das ferrovias brasileiras, avaliamos, telefonamos para colecionadores de ferromodelismo, conversamos por whatsapp com quase todo mundo que pudesse nos dar uma pista. Explicávamos a situação e houve muita gente interessada em nos dar indícios de fatos históricos e trilhas a serem percorridas. As pistas foram aumentando, as dicas se avultando.
Localizamos de cara não o nascimento, mas o óbito de Francisco Borges. No Cemitério do distrito de Sousas, Campinas, onde estava também enterrada a Concetta Borges! Assim, com nome de casada!
Descobrimos que Francisco Borges nasceu, viveu e morreu em Sousas. E que ele era ferroviário. Porque depois de descobrir onde estava enterrado, recebemos informações do cartório. Nascimento, casamento e óbito do Francisco. Portanto, ele nasceu sim, não apenas «nos lados de Campinas», mas na própria Campinas. Só que ninguém falava Campinas porque não era o centro de Campinas, onde o Mário nasceria em 1928.
Mas o registro de nascimento do Mário estava no centro de Campinas. Mas em Sousas, estavam lá o casamento do Francisco com a Concetta e o óbito de ambos.
Eles se casaram em setembro de 1926, o Francisco com 26 anos e a Concetta com 18.
Assim, embora ela nnão tivesse 18 anos e não 20 como presumimos, ela realmente nasceu em 1908! Porque eles não se casaram em 1927 como imaginamos, mas em 1926!
Só que, ao contrário do que acontecia na época, quando os filhos nasciam no ano seguinte ao casamento, o Mário nasceu exatos 2 anos depois: em setembro de 1928.
Mas no casamento civil, aparecia apenas Concetta Rossi, e textualmente o nome dos pais e... "italianos". No óbito, "nascida na Italia". Só
Os óbitos:
→ 1950, a Aída
→ 1951: o Francisco e
→ 1953, a Concetta.
Que desolador!
Por isso, a família da Regina Helena não conhecia ninguém. Foi uma sequência de perdas para o Mário: a irmã, o pai, a mãe.
Conversamos sobre essas conjecturas com o Carlos Eduardo. Talvez o Mário fosse ferroviário e fizesse uns "bicos" como vendedor. Com todas aquelas mortes seguidas, ele achou melhor fazer a vida em outro lugar. Seguindo os trilhos das ferrovias foi parar no Vale do Paraíba, conheceu a Teresa. Sozinho, se casou logo. Mas perdeu a esposa também, logo em seguida. Cruciante!
Mário teve uma vida de dolorosas perdas. Será que ela era tão fechado e retraído para «assuntos de família» ou será que a dor dos óbitos sucessivos nunca foi superado?
Para a família da Letícia, seus três irmãos, sobrinhos e os pais foi também um lastimoso espanto.
«Por que o Vovô Mário não falava nunca dessas perdas?»
A Genealaogia tem surpresas tristes, mas também traz explicações concebíveis que fazem as pessoas se reconciliarem com suas memórias e suas mágoas.
Em tempo: com as datas e os nomes dos pais dos noivos, localizamos o casamento religioso de Francisco e Concetta. Eles se casaram na hoje badalada — antes trivial — Paróquia de Santana, em Sousas. E o padre teve o cuidado de anotar a paróquia da comune onde Concetta foi batizada, no Vêneto, Itália.
Tudo descoberto. Muito revelado.
Com essa história — na qual, repetimos, estão alterados os nomes das pessoas para preservar, a pedido, sua privacidade — quisemos demonstrar como a suposição genealógica é só um ponto de partida.
Mas um ponto de partida que, acrescido com as perguntas certas, a experiência em pesquisa na história da família, um pouco de intuição, uma visão de História e outra de Geografia, e a ajuda desinteressada de muita gente generosa, indicam as respostas desejadas. E mais que isso. E até muito resgate de afeição.
Texto elaborado pela equipe de genealogistas de Descubra Seus Antepassados
Entre nascimento e casamento, suponha 25 a 30 anos.
Entre nascimento e morte, suponha 70 a 75 anos.
Cidade de nascimento: cidade onde se casou a mãe ou faleceu o pai
Cidade de casamento: cidade onde nasceu a noiva → as pessoas se casavam — e se casam — na paróquia (e no cartório) da noiva
Cidade de falecimento: cidade onde nasceu o último filho
Entre nascimento e casamento, suponha 15 a 20 anos, a depender do lugar. Em Portugal, pode supor de 20 a 25 anos)
Cidade de nascimento: cidade onde casou a mãe dela ou onde faleceu o pai.
Cidade de casamento: cidade onde nasceu a noiva ou onde morava a família
Cidade de falecimento: cidade onde nasceram os filhos (ou o último).
Apontamentos:
→ Na árvore, quando for data suposta, pode usar aproximadamente, ou por volta de, cerca de, ou o latim circa (o latim circa é adotado também em idioma inglês)
A suposição genealógica pode valer para cidades. Pelo menos como ponto de partida.
Se um casal se casou em Lavras, Minas Gerais, Brasil, por exemplo, é muito provável (não estou dizendo exatamente) que seu primeiro filho tenha nascido em Lavras.
Em se falando de município, é muito importante saber a formação administrativa daquela cidade.
Porque Lavras sofreu uma série de anexações, desmembramentos, aquisições, emancipações, divisões, anexações ao longo do tempo.
É Lavras mesmo ou é Luminárias? Ou seria Carrancas? De que época estou falando?
O Arraial de Sant’Ana das Lavras do Funil teve sua fundação na primeira metade do século XVIII. Os primeiros habitantes estavam empenhados na busca pelo ouro. A escassez do metal, no entanto, fez com que a agricultura e a pecuária despontassem como as principais atividades da região. Passando à condição de vila, em 1831, o povoado não parou de crescer. Já em 1868, Lavras obteve sua emancipação política e administrativa, vindo a se consolidar como uma das principais cidades de Minas Gerais.
O município de Lavras, após as separações político-administrativos de 1938, 1943, 1948 e início dos anos 1960, foi perdendo seus distritos para municípios vizinhos recém-criados, sendo atualmente composto por distrito único, contando apenas com a aglomeração urbana da sede.
Distrito criado com a denominação de Lavras do Funil, pela Resolução n.º 30, de 19-07-1813, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Lavras do Funil pelo Decreto de 13-10-1831, sendo desmembrado de Turvo. Sede na antiga vila de Lavras do Funil. Instalado em 14-08-1832.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Lavras pela Lei Provincial n.º 1.510, de 20-07-1868.
Pela Lei Provincial n.º 1.708, de 04-10-1870, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Rosário e anexado ao município de Lavras.
Pela Lei Provincial n.º 2.001, de 14-11-1873, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Nossa Senhora do Carmo das Luminárias e anexado ao município de Lavras.
Pela Lei Provincial n.º 2.702, de 30-11-1880, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Santo Antônio da Ponte Nova e anexado ao município de Lavras.
Pelo Decreto Estadual n.º 326, de 13-01-1891, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Conceição do Rio Grande e anexado ao município de Lavras.
Pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891, é criado o distrito de Ingaí e anexado ao município de Lavras.
Pela Lei Municipal n.º 315, de 12-09-1901, é criado o distrito de Ribeirão Vermelho e anexado ao município de Lavras.
Pela Lei Estadual n.º 319, de 16-09-1901, o município de Lavras adquiriu do município de Turvo o distrito de Carrancas.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911 o município é constituído de 8 distritos: Lavras, Nossa Senhora do Carmo das Luminárias, Carrancas, Conceição do Rio Grande, Ingaí, Ribeirão Vermelho, Rosário e Santo Antônio da Ponte Nova. Assim permanecendo nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de I-IX-1920.
Pela Lei Estadual n.º 843, de 07-09-1923, o distrito de Nossa Senhora do Carmo das Luminárias passou a denominar-se Luminárias, o distrito de Conceição do Rio Grande passou a chamar-se Ijaci e o distrito de Rosário tomou o nome de Coruja.
Pela Lei Estadual n.º 860, de 09-09-1924, o distrito de Santo Antônio da Ponte Nova passou a denominar-se Itutinga e o distrito de Coruja passou a chamar-se Itumirim.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933 o município é constituído de 8 distritos: Lavras, Carrancas, Ijaci, Ingaí, Itumirim, Itutinga, Luminárias e Ribeirão Vermelho. Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 88, de 30-03-1938, o distrito de Carrancas passou a denominar-se Nossa Senhora da Conceição de Carrancas.
O Decreto-lei Estadual n.º 148, de 17-12-1938, transfere o distrito de Carrancas do município de Lavras para ser anexado ao município de São Francisco Sales.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939 a 1943, o município é constituído de 7 distritos: Lavras, Ijaci, Ingaí, Itumirim, Itutinga, Luminárias e Ribeirão Vermelho.
O Decreto-lei Estadual n.º 1.058, de 31-12-1943, desmembra do município de Lavras os distritos de Itumirim, Ingaí, Itutinga e Luminárias, para constituírem o novo município de Itumirim.
A Lei Estadual n.º 336, de 27-12-1948, desmembra do município de Lavras o distrito de Ribeirão Vermelho, elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950 o município é constituído d 2 distritos: Lavras e Ijaci. Assim permanecendo em divisão territorial datada
de 1-VII-1960.
A Lei Estadual n.º 2.764, de 30-12-1962, desmembra do município de Lavras o distrito de Ijaci, elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1963 o município é constituído apenas do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2014.
Fonte: IBGE- Cidades https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/lavras/historico Acesso: em 6 outubro 2021
No Brasil, hoje, 202o, temos 5.570 municípios contra 1.304 no Censo de 1920 — dados do IBGE. Quer dizer que passados só 100 anos o Brasil viu aumentar mais de 4 vezes o seu número de cidades!
Para localizar nomes atuais, corretos e atualizados de cidades escreva no Google: IBGE Cidades + [nome da cidade]
Ou vá diretamente ao site é https://cidades.ibge.gov.br e busque pelo nome da cidade da qual você quer saber a formação.
Localizada a cidade no site — na verdade, um subsite do IBGE — entre onde aparecer o nome da cidade em: Panorama > História e Fotos > Formação Administrativa. Em Formação Administrativa, você procura os desmembramentos, emancipações, anexações, para ver exatamente onde vai pesquisar.
Veja bem: tem que ler bem, com atenção, interpretando o texto.
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