Atribuição de
MENÇÃO HONROSA
A Professora Nelma Fernandes [Professora de Físico-Química], que pertenceu à Equipa da BE do Centro Escolar de Solum Sul, no ano letivo 2016/17 e início de 2017/18, lançou o desafio para que a Biblioteca Escolar fizesse parte do Projeto “EuGenus Lux”, candidata à 15ª edição do Prémio Ilídio Pinho 2018, cujo mote foi “A Ciência na Escola ao Serviço do Desenvolvimento e da Humanização”.
1. Aprofundamento e complemento dos conteúdos da Luz abordados no 8.º ano, em Físico-Química, e no 3.º ano, em Estudo do Meio;
2. Desenvolvimento e produto final orientados para a compreensão de fenómenos do dia-a-dia em que intervém a luz;
3. Aprendizagens adquiridas de modo dinâmico, tornando-as significativas;
4. Cariz multi e interdisciplinar e transversal a todo o currículo do ensino, em diversos níveis de escolaridade;
5. Interligação do conhecimento científico com questões que atualmente assolam a Humanidade, assumindo uma vertente antropológica, humanista e social, ligada entre outros aspetos, à Saúde e aos Direitos Humanos.
6. Execução da política educacional europeia e nacional assente, designadamente nos princípios e nas orientações previstas nos seguintes documentos:
Quadro Estratégico Europa 2020 para a cooperação europeia na educação e formação;
Schools for Health in Europe (SHE) - Escolas Promotoras de Saúde;
Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PA);
Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (ENEC);
Novo Currículo dos Ensino Básico e Secundário;
Diretrizes da IFLA para a biblioteca escolar;
Programa Rede de Bibliotecas Escolares / Quadro estratégico 2014-2020;
Referencial "Aprender com a Biblioteca Escolar".
Desde o início, e ao longo de todo o processo, houve uma colaboração estreita entre a Coordenadora deste Projeto [Professora Nelma Fernandes] e a Professora Bibliotecária do 1º Ciclo [Professora Nazarete Catré], tendo a Biblioteca Escolar proporcionado, entre outros aspetos, a realização de parcerias, desde logo com o Prof. Doutor Francisco Gil do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra [FCTUC] e o Professor Rui Costa [Professor de Biologia] do CEIFAC [Centro Integrado de Apoio Familiar de Coimbra].
Palestras inaugurais do projeto:
"África, berço da Humanidade. As origens" [Professora Nazarete Catré] e "A luz e a cor" [Prof. Doutor Francisco Gil].
A primeira permitiu uma viagem à origem da vida na Terra, na qual se inclui a da Humanidade.
A segunda permitiu descobrir que a cor de um objeto opaco depende da luz que incide nesse mesmo objeto, da luz que é refletida por esse objeto e da sensibilidade dos olhos a esse luz refletida pelo objeto. Os(As) alunos(as) puderam visualizar a cor da pele de cada um(a) com o espetrocolorímetro que os(as) ajudou a perceber que afinal os espetros obtidos a partir de vários tipos de pele são bastante semelhantes, com uma ligeira predominância para os vermelhos.
Recuámos historicamente para perceber melhor a origem da vida na Terra e, consequentemente, as origens da Humanidade. Vimos que, nas nossas origens, estamos unidos uns aos outros; todos os seres vivos partilham o mesmo tronco comum da grande árvore da vida, de que falava Carl Sagan.
Mais do que respostas, quisemos deixar interrogações e inquietações desde logo a partir do que nos foi revelado pelas mais antigas ossadas da nossa espécie [Homo Naledi], à data encontradas no Berço da Humanidade – África – onde tiveram início as primeiras migrações dos seres humanos.
Migrámos de África [somos afinal, desde cedo, e não deixaremos de ser, eternos migrantes, agora num mundo cada vez mais globalizante e de proximidade]. Assim povoámos e continuamos a povoar este maravilhoso planeta...
No final, foi ainda objeto de reflexão o belo poema de Rómulo de Carvalho, cientista e poeta [de nome António Gedeão] que viveu na cidade de Coimbra e que colocou, em verso, a Ciência ao serviço do combate à discriminação, fazendo-o em prol da promoção do ser humano.
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
As sessões com o 3º C, na Biblioteca Escolar do Centro Escolar Solum Sul, foram dinamizadas pelos alunos do 8º A envolvidos no Projeto EuGenus Lux e pelos Professores Físico-Química, Nelma Fernandes, Maria João Barros e Paulo Mascarenhas [Equipa desse Projeto], utilizando, para o efeito, os Kits por si construídos, no âmbito do mesmo...
Não devemos acreditar em tudo que vemos...
Foi o mote de reflexão para as experiências realizadas, nesta sessão sobre a luz e as cores dos objetos.
Nos dias 8 e 9 de janeiro de 2019 realizou-se, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, a Mostra Nacional da 15ª edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola” – 2017/2018, na qual aquele projeto foi apresentado por onze dos alunos envolvidos, tendo sido acompanhados pelos docentes Nelma Fernandes, Maria João Barros, Paulo Mascarenhas e ainda pelo Diretor do Agrupamento, António Couceiro, pela Professora Bibliotecária Nazarete Catré e pelo Prof. Doutor Francisco Gil, do Departamento de Física da FCTUC.
O folheto disponibilizado na Mostra Nacional da 15ª edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola” – 2017/2018, aos transeuntes.