História de uma Associação!

Era uma vez ...

Associação Desportiva e Cultural de Arnoso Santa Eulália

Sendo, já hábito a cultura do desporto dos jovens da freguesia com a prática do futebol de onze desde a década de sessenta, utilizando campos de futebol de outras freguesias e depois com aluguer de campos, aos lavradores da freguesia, com a colocação de umas balizas de madeira e com utilização de cal hidráulica se recriava um espaço desportivo. De realçar que eram os próprios atletas que assumiam as despesas das instalações e equipamentos. Os balneários eram nas casas vizinhas e o banho era de mergulho nos tanques próximos!


Julho de 1975

Temos que referir que por esta altura a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, propôs às freguesias arranjar terrenos para a prática desportiva e cultural, e que a mesma, disponibilizava as ajudas necessárias para as infraestruturas.

Elementos que depois fizeram parte da Comissão Desportiva, mais outros e até um que mais tarde se virou contra a ocupação do passal. Numa reunião de amigos, efectuada em frente à mercearia do "Marinho", servindo o muro do Sá Gomes como assento, é que se faz a discussão para arranjar terreno para a prática desportiva. Falou-se em alguns terrenos como o Tojal do Sr. Manuel da Quintão ficando o genro deste, de o sondar para um possível aluguer. Também para o passal do mosteiro foi criada uma comissão para falar com o padre Arménio.

Não houve, na altura, quem cedesse terreno por oferta, pagamento de renda ou compra para o efeito, se pensou em avançar para a ocupação do antigo passal da freguesia do Mosteiro do Salvador de Arnoso, o qual, não possuía qualquer registo a não ser que o Pároco usufruía da receita da renda, como benefício paroquial. Isto foi o que se soube na altura porque mais tarde apareceu escritura do benefício paroquial da freguesia. Não era por acaso que na parede da casa ali existente havia e há, embora danificada por qualquer vândalo, uma pia de água benta o que significa que ali moraram os párocos depois de o mosteiro ter deixado de ter monges e passou a ter pároco nomeado pelo Mosteiro de Pombeiro, mais tarde pelos senhores de Pindela.

Assim se criou em assembleia da freguesia a Comissão Desportiva para a instalação da futura Associação Desportiva e Cultural, comissão esta composta pelos seguintes elementos: Manuel Ferreira da Costa; Joaquim Novais da Silva Pereira; Avelino de Araújo Leite; Augusto Machado da Cunha e Joaquim Novais da Cunha.

É falso, que se pense, que esta associação apareceu espontaneamente para tomar de assalto o referido passal, por isso esta comissão só esteve activa por ordem da comissão administrativa até à criação da A.D.C. que tem a sua primeira reunião em 29 de Outubro de 1975, e legalizada por escritura pública no notário da Póvoa de Varzim em 03 de Abril de 1976, e foi feita "escritura" na Póvoa de Varzim porque o notário de Famalicão arranjou sempre argumentos de indisponibilidade para fazer a mesma.

Em Novembro de 1975 a Fábrica da Igreja e o Beneficio Paroquial põem uma acção no tribunal de Famalicão contra a Comissão Administrativa da junta de freguesia. A Associação Desportiva e Cultural nas pessoas dos seus dirigentes e Interessados Insertos (Do latim insertuwww.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/inserto s.a.um. ). De realçar que da Comissão Administrativa acusou os efectivos e suplentes menos José Campos, na A.D.C. deixou de fora o José Pereira, Joaquim Pereira e o Adão Pinto, mas integrou o António Machado e o Carlos Alberto Araújo. Sabemos agora, que o Pároco tinha informações mais ou menos seguras quer do que se ia fazendo no parque (recebia fotografias tiradas pelo fotógrafo de Nine) quer mesmo daquilo que se ia passando nas reuniões de direcção (alguma informação chegaria "pároco" já deturpada ou não completa) o mesmo se passava com as reuniões da Comissão Administrativa e Junta de Freguesia.

Este processo acabou em 21 de Julho de 1980 por acordo em tribunal, para tal foi imposto aos réus a obrigação do reconhecimento de que o terreno era propriedade da Fábrica da Igreja e o pagamento de 700 contos, pago em partes iguais pela Câmara Municipal, Junta de Freguesia e A.D.C. O terreno seria escriturado em nome da Junta de Freguesia porque a Associação o não podia fazer. Posteriormente foi elaborada uma escritura do direito à superfície à A.D.C. enquanto esta existir como associação.