Uma líder de fé, coragem e generosidade
Pouco se sabe sobre a vida de Lídia de Tiatira, mas sua história, contada em apenas três versículos do livro de Atos, tem um grande significado.
Por que Lucas incluiu a história dessa mulher na Bíblia? O que podemos aprender com ela?
Lídia era uma mulher independente e próspera, algo notável para sua época. O fato de sua casa e seu negócio serem mencionados indicam que ela era uma líder respeitada. Seu título de "temente a Deus" sugere que ela era gentia, mas já seguia os ensinamentos judaicos antes de conhecer Jesus.
A história de Lídia está registrada em Atos 16:13-15 e 40. Durante sua segunda viagem missionária, Paulo teve uma visão na qual um homem pedia ajuda em Macedônia (Atos 16:9). Obediente ao chamado, Paulo viajou com Lucas, Silas e Timóteo para Filipos, uma colônia romana na região.
Diferente do que esperava, Paulo não encontrou um homem, mas um grupo de mulheres reunidas às margens do rio para oração. Entre elas, estava Lídia, uma vendedora de tecidos de cor púrpura, uma mercadoria de luxo usada por sacerdotes e membros da realeza. Deus abriu seu coração para receber a mensagem de Paulo, e ela creu em Jesus Cristo.
Após sua conversão, Lídia e toda a sua casa foram batizadas. Em um gesto de generosidade e coragem, ela insistiu para que Paulo e seus companheiros ficassem em sua casa. Essa decisão era arriscada, pois o cristianismo não era aceito na cidade, mas Lídia escolheu a fé ao invés do medo. Lídia sabia dos riscos que corria, que incluíam inclusive possíveis consequências aos seus negócios caso clientes não simpatizantes do cristianismo soubesse que ela havia se convertido. Mas ela sabia que seu sustento, o sucesso de seus negócios e sua segurança eram algo que não dependiam dela em primeiro lugar, mas sim do próprio Deus.
Lídia não apenas abriu seu coração para Cristo, mas também sua casa para a igreja. Sua hospitalidade fez de seu lar o primeiro ponto de pregação cristão em Filipos. Quando Paulo e Silas foram presos injustamente e depois libertos milagrosamente, eles retornaram à casa de Lídia para encorajar os novos irmãos na fé (Atos 16:40).
Sua história nos ensina que Deus usa pessoas comuns para propagar Seu Reino. Lídia era uma empresária, mas se tornou uma das primeiras líderes cristãs na Europa.
Coragem: Ela não hesitou em seguir a Cristo, mesmo sabendo dos riscos.
Generosidade: Compartilhou sua casa e recursos para apoiar a obra de Deus.
Fé ativa: Não apenas acreditou, mas agiu de acordo com sua nova vida em Cristo.
Deus também pode usar você para impactar outras pessoas. Assim como Lídia, abra seu coração, sua casa e seus talentos para o Reino. Ore por oportunidades de compartilhar o amor de Cristo e confie que Ele guiará seus passos.
Que possamos aprender com a coragem, generosidade e fé de Lídia e permitir que Deus nos use para Sua glória!
Navegando pelo Caos e Oportunidade
Uma Mulher do Comércio Colonial: Margaret Hardenbroeck Philipse
Margrieta Hardenbroeck conseguiu prosperar em um período tumultuado na Nova York colonial, demonstrando sua habilidade de crescer em meio ao caos.
Sua história é notável, pois ela aproveitou oportunidades que, em outras colônias americanas, não estavam disponíveis para mulheres, evidenciando seu espírito empreendedor.
Crescendo em Amsterdã, centro do comércio internacional na década de 1650, Margaret teve contato com práticas de negócios incomuns para mulheres da época.
A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais fundou a colônia de Nova Holanda, tendo Nova Amsterdã como capital. Em 1657, a imigração aumentou significativamente, mas as mulheres representavam apenas cerca de 6% desses imigrantes.
Muitos enfrentaram jornadas perigosas e repletas de incertezas. Para aqueles como Margaret, que se aventuraram nesse novo mundo, a coragem era essencial.
Chegando no final da década de 1650, Margaret ajudou seu primo no comércio de bens domésticos, utilizando suas habilidades comerciais para se adaptar rapidamente ao ambiente movimentado de Nova Amsterdã.
Após se casar com Pieter Rudolphus de Vries, um comerciante de Amsterdã, ela expandiu suas atividades comerciais. Com a morte dele em 1661, manteve o controle de seus bens e acumulou uma considerável riqueza.
De acordo com a lei inglesa de "coverture", as mulheres casadas perdiam sua identidade legal. No entanto, Margaret continuou negociando independentemente, desafiando as restrições impostas às mulheres na época.
Margaret era vista como uma empresária confiante, habilidosa na precificação justa de seus produtos, demonstrando um forte conhecimento das dinâmicas do mercado.
Ela fazia parte de um círculo social influente, desempenhando um papel significativo na configuração do cenário econômico e político de Nova York e do Nordeste colonial.
Ao lado de Frederick Philipse, Margaret teve grande participação no comércio de grãos, especialmente com as ilhas do Caribe inglês, como Barbados e Jamaica, reforçando sua influência no comércio transatlântico.
As atividades comerciais de Margaret estavam profundamente ligadas à escravidão, operando dentro de uma comunidade onde pessoas escravizadas eram fundamentais tanto para o trabalho quanto para a estrutura social.
Apesar da escassez de registros sobre sua vida posterior ou morte, acredita-se que Margaret teve um impacto mais significativo do que os documentos históricos mostram.