Chamava-se Custodinho Cardoso Pereira e era natural de Pindelo.Também era conhecido pela alcunha de “ o charneca” e, sabe-se que passou fome, enquanto criança.
Em 1860 emigrou para Paris onde se inscreveu numa fábrica de instrumentos musicais.Familiarizou-se com os mais modernos instrumentos de sopro.
Regressado a Portugal, montou oficina no Porto.
Ganhou o concurso aberto pelo ministério da guerra em 1866, para o fornecimento de instrumentos para o exército.
A sua indústria rivalizava com as melhores do estrangeiro. Ganhou várias medalhas em exposições: Paris em 1889, Antuérpia em 1894.
Montou uma fábrica de pianos.
Foi ele quem ofereceu o órgão da Igreja (agora já inutilizado).
Ajudava, monetariamente, a freguesia no tempo do Abade Tomé: na construção da capela do cemitério, nas obras da residência e, sobretudo, na gruta de Nossa Senhora de Lurdes.
A casa Castanheira, de instrumentos musicais, foi fundada por ele.
Aqui está mais um homem que Nespereira não deve esquecer.
Merece ser homenageado, dando-se o seu nome a uma rua, preferencialmente em Pindelo.
(Ou será que isso já foi feito e sou eu que estou atrasado no tempo)?
Mas um homem de tanto prestígio merece, ainda, ser invocado pela terra que o viu
nascer em qualquer evento, ou referência cultural da freguesia .
Também devia ter o seu nome perpetuado numa artéria de Cinfães, pois não são assim tantas as referências de vulto nascidas no concelho. Penso eu.