Não que assim tenha que ser, mas resolvi desta vez dar alguma sequência à minha crónica anterior "O Mérito de Quem Faz".
Assim, vou um pouco mais além, falando hoje no modo de fazer...
Não pretendo ensinar, porque não é essa a minha vocação, nem tão pouco criticar, porque essa é tarefa para quem tem realmente tempo, mas tão só opinar, tal como me foi sugerido.
Assim, e depois de ter defendido como já disse o mérito de quem faz, acho também, que quem faz não deve fazer de qualquer forma e não deve ter presentes apenas os fins, deve pelo contrário,dar especial atenção aos meios, pois são estes os alicerces que vão determinar se os fins serão sustentados e duradouros, ou apenas efémeros.
O primeiro dos passos para quem pretende fazer algo, deverá ser uma auto-análise, não à mesa do café rodeado de amigos, porque esses são quase sempre simpáticos mas num momento próprio, onde só a voz interior de cada um se faça ouvir.
Dessa auto-análise, deverá resultar a resposta à pergunta: "Sou capaz de fazer?"
Ninguém parte para nada, com a absoluta certeza de que vai fazer bem, até porque essa é uma consideração sempre subjectiva, mas deve contudo partir, com a convicção de que é capaz de fazer.
Depois, é importante na maior parte dos casos, saber se a nossa capacidade é suficiente, ou se pelo contrário, temos e devemos reunir-nos com outras pessoas, com outras sensibilidades, com outras formas de abordar as questões.
É também assim do máximo relevo, não criarmos um grupo de trabalho ou reflexão, ou outro, com a ideia vincada de que somos, de que temos que ser nós os líderes daquele grupo. Até porque, na maioria das vezes, um líder não se impõe...é naturalmente sugerido.
Atentos nesses pressupostos, e ao contrário do que se poderia pensar, vem a parte porventura mais fácil, ou seja... fazer.
E se a base for boa, bastará agora apenas que o percurso seja feito conscientemente, sem atropelos, seguindo os caminhos certos, mesmo que pareça que atravessar por cima da horta do vizinho, faria o caminho mais próximo.
Se vamos à frente, ou atrás? Isso é problema menor...
Aliás, já Exupery dizia "não caminhes á minha frente, posso não saber seguir-te, não caminhes atrás de mim, posso não saber guiar-te...caminha simplesmente a meu lado"...
Posto isto, e chegados ao final de um caminho, o mais importante é termos então a certeza que tudo fizemos de acordo com os mais elementares imperativos de consciência, que fizemos para servir e não para nos servirmos, que não fomos nós o único centro da acção.
Quanto às criticas, essas existirão sempre, pelos tais que têm tempo, mas repito, se estivermos de consciência tranquila: "Falem bem, ou falem mal...mas falem de nós"!