Este momento é um dos que eu mais gosto, o momento de conversarmos sobre análises e projeções de vendas, assim como do MIX ideal de produtos e serviços para atender determinado desejo organizacional (resultados e desempenho). Então, estamos em um grande desafio, como é possível potencializar as análises de Custo x Volume x Lucro para maximizar o resultado organizacional?
Na contabilidade gerencial, área e conhecimento que subsidia os processos decisórios de uma organização, a análise CVL é um dos tópicos importantes. A análise CVL é uma poderosa ferramenta de gestão, principalmente, nos processos de planejamento organizacional, assim como em etapas de elaboração de orçamento. Sendo assim, é uma ferramenta de análise “preventiva”, podendo prever situações indesejadas do futuro.
Em CVL (Custo x Volume x Lucro), as análises são instrumentos poderosos de gestão, contribuem em muito ao processo decisório. Desta forma, nesta unidade iremos estudar a empresa Macarrão Congelados S/A, que está precisando de nossa ajuda para a realização de diversas análises para potencializar os seus resultados em geral. Algumas perguntas estão sendo demandadas para que eu e você possamos durante e ao final desta unidade responder a todas. A empresa hoje comercializa mensalmente 2.050 quilos de macarrão congelado e gostaria de saber:
a) Com esta quantidade de mercadorias comercializadas por mês, a empresa consegue honrar com todos os seus compromissos no pagamento de gastos fixos e variáveis?
b) Com esta quantidade de mercadorias comercializadas é possível a empresa obter lucro? Se sim, qual o lucro encontrado em Reais e Percentual?
c) Qual é o ponto de equilíbrio na quantidade de unidades comercializadas por mês, que possa permitir um lucro zero?
Na Unidade 2, tivemos a oportunidade de conhecer os elementos da demonstração do resultado do exercício e observamos que a última linha da DRE é o Lucro Líquido ou Prejuízo.
Observe que a CVL irá proporcionar para nós um instrumento complementar de análises e projeções, desta forma, contribui muito para os gestores de uma organização, assim como para seus proprietários (investidores).
Trabalhar na área de finanças e custos é algo maravilhoso, saber que seu trabalho subsidia um conjunto de pessoas a tomar decisões cada vez melhores é uma sensação de dever cumprido muito legal.
Chegamos na terceira unidade, não mais, nem menos importante que as anteriores, a cada momento fomos complementando nosso conhecimento em finanças.
Quais as competências (conteúdo e habilidade) são necessários para conseguir resolver este estudo de caso?
● Ponto 1: a compreensão do contexto, ou seja, o diagnóstico do cenário, os dados fornecidos e sua análise posterior;
● Ponto 2: capacidade para compreender as informações e realizar o planejamento na relação custo, volume e lucro;
● Ponto 3: encontrar o melhor MIX para oferecer ao mercado.
A contabilidade de custos, em uma de suas principais funções, é fornecer subsídios para a tomada de decisão. Compreender o que é um custo e uma despesa é uma classificação importante identificada nas unidades anteriores, mas a variação dos custos e despesas no tempo é algo também importante, pois impacta na variação da informação no tempo e, consequentemente, na possível mudança na decisão.
Uma relação na contabilidade de custo importante é a relação dos custos fixos e variáveis, pois esta relação impacta na formação do preço de venda e nas projeções de lucro ou prejuízo da organização.
Deixaremos para você um link, a seguir, de um arquivo para compreender um pouco mais do contexto das relações de Custo x Volume x Lucro. O arquivo de nome ANÁLISE DAS RELAÇÕES CUSTO-VOLUME-LUCRO COMO INSTRUMENTO GERENCIAL: UM ESTUDO MULTICASO EM INDÚSTRIAS DE GRANDE PORTE DO RIO GRANDE DO SUL. Neste artigo, os autores complementam a abordagem desta unidade com diversos conceitos de autores sobre o tema CVL.
Para este início de conhecimento da relação custo X volume X lucro, vamos ilustrar por meio de um exemplo. Uma empresa que comercializa macarrão congelado, de nome Macarrão Congelado S/A, comercializa (revende) macarrão em pacotes individuais que pesam cada um exatamente 1 (um) quilo. As vendas são realizadas em todo o Brasil. O preço de venda atual praticado pelo produto é de R$ 30,00.
A Macarrão Congelado S/A gostaria de analisar e projetar a relação do custo e lucro com a variação do volume de vendas. Desta forma, ela gostaria de verificar como ficam o seu custo e lucro para uma venda prevendo a quantidade de 2.000 quilos e 2.200 quilos, ou seja, a criação de dois cenários.
Na Tabela 1, a seguir, os gastos operacionais atuais da empresa:
Tabela 1 - Gastos Operacionais
Fonte: o Autor.
Para iniciarmos as análises é importante separar os gastos fixos dos gastos variáveis (classificação), observe a Tabela 2 e 3:
Tabela 2 - Classificação dos Gastos - Fixos
Fonte: o Autor.
Tabela 3 - Classificação de Gastos - Variáveis
Fonte: o Autor.
Tabela 4 - Análise das Relações
Fonte: o Autor.
O cenário 2 tem uma previsão de vendas 10% que o cenário 1.
As primeiras análises que podemos realizar são:
a) Ao observar o valor total da receita entre o cenário 1 e 2, eles são diferentes, pois no cenário 1 temos 2.000 unidades de venda projetada (2.000 x R$ 30,00 = R$ 60.000,00), e no cenário 2, 2.200 unidades projetadas para venda (2.200 x R$ 30,00 = R$ 66.000,00);
b) Ao observar o valor unitário de venda, tanto no cenário 1 como 2 o valor é igual, pois o valor unitário de venda não possui alteração no valor individual de venda;
c) Os gastos variáveis no valor total também são diferentes, cenário 1 total de R$ 26.000,00 (2.000 * R$ 13,00), cenário 2 de R$ 28.600,00 (2.200 * 13,00);
d) O gasto variável unitário se mantém fixo nos dois cenários;
e) Os gastos fixos totais não iguais nos cenários 1 e 2;
f) Os gastos fixos unitários são diferentes entre os cenários 1 e 2. Cenário 1 de R$ 13,45 (R$ 26.900,00 / 2.000), Cenário 2 de R$ 12,23 (R$ 26.900,00 / 2.200);
g) Os lucros totais e unitários, nos 2 cenários são diferentes.
Interessante em uma primeira reflexão no exemplo anterior: os gastos fixos totais são variáveis unitariamente e os gastos variáveis são fixos unitariamente.
A relação custo X volume X lucro (CVL) tem alguns pontos fundamentais em suas análises:
a) Conforme o volume de vendas aumenta ou diminui, impacta no valor financeiro total das receitas;
b) Os gastos sempre são classificados em Variáveis e Fixos;
c) Nas análises de cenários, para uma comparação adequada, os valores de preço de venda, gasto fixo e variável se mantém constantes;
d) Os custos variáveis e receitas serão lineares nas análises realizadas.
Em relação a Gestão do CVL, existem 3 temas que também estaremos relacionando em nossos exemplos, observe a Figura 1, que são:
Figura 1 - Gestão CVL / Fonte: o Autor.
Descrição de imagem: a Figura 1 ilustra que a Gestão CVL, relação Custo, Volume e Lucro tem uma relação com outras 3 dimensões de análise: Ponto de Equilíbrio, Margem de Segurança e Margem de Contribuição.
Para iniciarmos nossa abordagem da gestão do CVL, vamos nos utilizar neste momento dos dados da empresa Macarrão Congelados S/A.
No exemplo anterior, iremos calcular a margem de contribuição dos cenários 1 e 2. Observe na Tabela 5:
Tabela 5 - Margem de Contribuição - Cenários 1 e 2 / Fonte: o Autor.
Observe que a Margem de Contribuição Unitária em R$ é a mesma nos 2 cenários, pois na abordagem da Margem de Contribuição o preço de venda e o gasto variável unitário tem valor fixo, que multiplicado ao volume de vendas diferem-se em seu valor na Margem de Contribuição Total. No exemplo observa-se que para 2000 unidades vendidas a margem de contribuição é de R$ 34.000,00, e no cenário 2 para 2.200 unidades comercializadas é de R$ 37.400,00. Este tipo de análise também recebe o nome de Análise de Margem de Contribuição pelo Valor Absoluto. Na Tabela 6, a seguir, foi incluído da coluna de percentual, observem:
Tabela 6 - Margem de Contribuição - Valor Absoluta / Fonte: o Autor.
Quando a análise da margem de contribuição é em percentual, observamos que o percentual, tanto no valor total como unitário a margem é a mesma. Este tipo de análise também é denominada de valor relativo.
Existe alguma diferença em analisar a margem de contribuição em valor ou percentual? A princípio não, uma abordagem não é melhor que outra. O processo de tomada de decisão pelos gestores em algum momento vai orientar que a decisão será facilitada pelo contexto da discussão que possa estar ocorrendo ou em valores reais ou percentuais, assim como o modelo de decisão próprio de cada gestor.
Você também deve ter observado na tabela anterior, que o valor da receita em percentual é sempre 100%, sim, sempre será assim, o valor de 100% é arbitrado a receita, devido deste percentual descontar o custo total em percentual dos gastos variáveis. A margem de contribuição quanto mais próxima do 100% melhor. Em nosso exemplo, a margem de contribuição está em 57%. Este valor de 57% é uma boa margem? Como podemos saber se este valor é o ideal?
Uma primeira análise é não confundir a Margem de Contribuição com a Margem de Lucro, são informações distintas. A Margem de Contribuição é o quanto a organização tem de sobras de recursos financeiros da diferença entre a receita menos gastos variáveis. Esta sobra tem que ser suficiente para cobrir os custos fixos, caso a sobra seja maior que os custos fixos teremos uma sobra final chamada de Lucro.
Uma análise complementar ao qual os administradores, frequentemente, utilizam é a análise de sensibilidade e incerteza. A sensibilidade está associada ao processo de tomar decisão, e da decisão tomada quais foram os resultados encontrados. Ao acompanhar os resultados no tempo das decisões tomadas, o gestor aprimora suas decisões, aumentando sua sensibilidade às decisões. Em uma argumentação técnica, a Análise de Sensibilidade é uma técnica do “ e se “ acontecer isto ou aquilo, o que irá acontecer com o nosso resultado? No contexto do CVL, a Análise de Sensibilidade contribui para responder perguntas como:
a) Qual será o lucro da organização caso os custos por unidade produzida aumentem em 10% e o valor do preço de venda mantenha-se o mesmo?
b) Qual será o aumento no lucro da organização caso aumentamos o preço de venda dos produtos sem aumentar o custo fixo?
c) Qual será o lucro da organização caso os custos variáveis diminuam em 10%?
Este e outros exercícios de reflexão podem ser realizados, para construir cenários e assim ensinar o cérebro a sensibilizar-se com as oscilações de algumas variáveis e os impactos nos resultados.
No mundo atual, temos um arsenal de ferramentas tecnológicas que permitem simularmos situações diversas e, assim, nos preparamos para os cenários desejados, ou seja, a análise de sensibilidade ficou mais fácil de realizar com o avanço das tecnologias.
Uma das análises derivadas da análise de sensibilidade e a Análise de Segurança. Nesta análise, assim como o nome sugere, é dimensionar a organização para o volume de vendas necessário acima da quantidade indicada no ponto de equilíbrio. Segue as fórmulas:
a) Margem de Segurança em valor absoluto
Margem de Segurança (MS) = Volume de Vendas – Quantidade no Ponto de Equilíbrio
b) Margem de Segurança em valor Relativo
Margem de Segurança = (Volume de Vendas – Quantidade no Ponto de Equilíbrio) /Volume de Vendas
Caso se deseje realizar os cálculos anteriores não considerando a quantidade de itens necessários, o cálculo pode ser substituído por valores monetários. A Margem de Segurança permite ao gestor uma certa tranquilidade, pois caso a empresa tenha uma queda por exemplo em seu volume de vendas comercializado, que já está previsto na margem de segurança, a empresa não irá atingir níveis de prejuízo.
Vamos ilustrar estas argumentações anteriores com a nossa empresa Macarrão Congelados S/A. Vamos considerar que a Macarrão Congelados previu uma receita com a venda de seus produtos no montante de R$ 100.000,00. Este faturamento permite deduzir todos os seus custos e, mesmo assim, a empresa apresenta um lucro de R$ 30 mil. Vamos imaginar qual o valor então mínimo de faturamento para garantir um Lucro Zero, os gestores da Macarrão determinaram que este valor é de R$ 70 mil. Desta forma, nosso cálculo da margem de segurança seria:
c) Margem de Segurança em Valor Absoluto:
Margem de Segurança = Receitas Totais – Receita no Ponto de Equilíbrio
Margem de Segurança = R$ 100.000,00 – R$ 70.000,00
Margem de Segurança = R$ 30.000,00
Isto significa que a empresa, caso tenha faturamento de R$ 70.000,00 no período, este valor é suficiente para cobrir todos os gastos e ter lucro zero.
Agora, vamos retornar no case da empresa Macarrão Congelado S/A e testar a Análise de Sensibilidade. Vamos testar como será o comportamento dos Gastos Fixos e Variáveis, conforme nosso volume de vendas aumenta. Na Tabela 7, a seguir, uma simulação com venda de 1 unidade até 3.000 unidades:
Tabela 7 - Gasto Fixo e Variável / Fonte: o Autor.
Ao analisarmos a Tabela 7 anterior, observa-se que quanto maior a quantidade de unidades vendidas, o custo fixo unitário diminui e esta é uma das essências da gestão de custos, diluir o custo fixo pelas unidades comercializadas, conforme tabela, quanto mais unidades vendidas, menor o valor que cada unidade vendida absorve de custo fixo. Esta reflexão é a análise deste aumento do volume de vendas denomina-se Economia de Escala.
Em relação ao custo variável unitário, o mesmo fixa-se em R$ 13,00 independentemente, da quantidade vendida, mas o custo total variável oscila conforme a quantidade vendida.
Esta análise é uma das possíveis de serem realizadas no contexto da Análise de Sensibilidade.
Podemos também demonstrar estas análises de forma gráfica, para ilustrar melhor ainda nossa sensibilidade:
Figura 2 - Gasto Fixo / Fonte: o Autor.
Figura 3 - Gasto Fixo - Unitário / Fonte: o Autor.
Figura 4 - Gasto Variável - Total / Fonte: o Autor.
Figura 5 - Gasto Variável - Unitário / Fonte: o Autor.
Agora, eu e você iremos retornar em nossa demanda do estudo de caso da empresa Macarrão Congelado S/A, como estão os resultados da empresa com a venda mensal de 2.050 quilos mês? Vamos para os cálculos e análises na Tabela 8:
Tabela 8 - Cenário Atual - 2.050 quilos / Fonte: o Autor.
Observa-se que com a venda de 2.050 quilos mês de macarrão congelado, a empresa apresenta um lucro final de R$ 7.950,00. Com os cálculos anteriores, podemos iniciar as respostas aos questionamentos:
a) Com esta quantidade de mercadorias comercializadas por mês, a empresa consegue honrar com todos os seus compromissos no pagamento de gastos fixos e variáveis?
Resposta: Sim, com a venda mensal de 2.050 quilos é possível honrar com os compromissos de custo variável de R$ 26.650,00 (30,00 * 2.050), mais os custos fixos de R$ 26.900,00. O total dos custos é de R$ 53.550,00, inferior em relação ao total que é de R$ 61.500,00.
b) Com esta quantidade de mercadorias comercializadas é possível a empresa obter lucro? Se sim, qual o lucro encontrado em Reais e Percentual?
Resposta: Sim, com a venda mensal de 2.050 quilos é possível obter lucro. O Lucro apurado foi de R$ 7.950,00 mês. O Lucro em percentual é: (R$ 7.950,00/R$ 53.550,00)*100 = 14,85%.
Fórmula do Lucro em Percentual:
Lucro % = (Lucro em R$ / Valor Total das Vendas) * 100
c) Qual é o ponto de equilíbrio na quantidade de unidades comercializadas mês que possa permitir um lucro zero?
Resposta: aplicando a fórmula do ponto de equilíbrio da quantidade necessária, temos:
Fórmula do Ponto de Equilíbrio da Quantidade Comercializada para Lucro Zero
Quantidade=Gastos Fixos / (Preço – Gastos Variáveis Unitários)
Quantidade = R$ 26.900,00 / ( R$ 30,00 – R$ 13,00)
Quantidade = R$ 26.900,00 / R$ 17,00
Quantidade = 1.582,35 quilos (valor sem arredondar)
Quantidade = 1.583 quilos (valor arredondado)
Neste item, podemos realizar a prova real, verificar se de fato nesta quantidade o lucro será zero, veja Tabela 9:
Tabela 9 - 1.582,35 quilos / Fonte: o Autor.
Observar que o lucro neste cenário é zero para a venda de 1.582,35 quilos.
Como as embalagens comercializadas são de 1 quilo, precisamos arredondar a quantidade de quilos para a venda, neste caso para 1.583 quilos, ver Tabela 10:
Tabela 10 - Venda 1.583 quilos / Fonte: o Autor.
Neste cenário, o lucro apresenta um pequeno valor positivo devido a empresa não vender embalagens com menos de 1 quilo.
Neste momento, vamos observar o CVL para um MIX de produtos e o comportamento dos resultados em uma organização.
Para iniciarmos esta análise, vamos propor um exemplo. Nossa empresa, Macarrão Congelados S/A, decidiu ampliar seu MIX de produtos e está ofertando ao mercado mais 2 produtos congelados em unidades de um quilo, agora comercializa além do Macarrão, Lasanha e Nhoque. A seguir, na Tabela 11, alguns dados atuais dos produtos comercializados:
Tabela 11 - Macarrão, Lasanha e Nhoque / Fonte: o Autor.
Observem que neste MIX de produtos comercializados, a quantidade de unidades vendidas de cada produto se diferenciam, observa-se que produto que tem maior representatividade de vendas em quantidade é o Macarrão, o que no mercado chama-se de produto “carro chefe”.
Assim como a quantidade, cada produto tem um preço de venda próprio. A multiplicação da quantidade de vendas vendida vezes o preço unitário de vendas, temos a receita total de vendas de cada produto.
O gasto variável unitário de cada produto no exemplo também apresenta valores individuais. O valor do gasto variável total é a multiplicação da quantidade de unidades comercializadas vezes o valor de gasto variável unitário.
Ao final da tabela, encontra-se a margem de contribuição de cada produto. Atenção, observe que a Lasanha, mesmo não sendo o produto que comercializa a maior quantidade de quilos por mês é o produto que tem a maior margem de contribuição. Não existe uma relação direta de que o produto mais comercializado é o que possui a maior margem de contribuição.
Agora, vamos inserir na Tabela 12 uma coluna com os totais de receitas e gastos variáveis da empresa, assim como inserir o custo fixo.
Tabela 12 - Totais / Fonte: o Autor.
Analisando a tabela anterior, a totalidade de quilos comercializados por mês é de 2.400, assim como a receita total da venda dos 3 produtos é de R$ 111.000,00.
Os gastos totais variáveis de R$ 77.000,00 e a Margem de Contribuição de R$ 34.000,00.
As novas informações são o gasto total fixo da organização, neste caso de R$ 32.000,00 e o Lucro Final de R$ 2.000,00.
Nesta combinação de produtos comercializados, com seus preços diferentes, gastos variáveis unitários diferentes e volumes de vendas distintos fizeram com que a organização apresentasse resultado final positivo, lucro.
Poderíamos contemplar a análise e compreender a participação de cada produto comercializado no MIX de produtos, veja a seguir:
Tabela 13 - Participação % / Fonte: o Autor.
As análises agora são contempladas com percepções complementares, que são:
a) Foram inseridas as colunas identificadas na tabela como A, B, C e D;
b) A coluna A apresenta resultados em percentual do produto macarrão, observa-se que a quantidade de quilos comercializado do Macarrão do total de produtos comercializados é de 42% (1000 quilos/2400 quilos). Mas a receita total representa um percentual menor em relação a receita total comercializa dos 3 produtos, o macarrão representa 36% da receita total, ou seja, o macarrão representa 40% no total de unidades comercializadas e 36% da receita total em reais. Este ponto é para exemplificar que não existe uma relação direta em percentual da quantidade comercializada com a receita total.
c) Continuando na coluna A o produto macarrão representa 34% dos gastos variáveis totais e a margem de contribuição de 41%;
d) Na coluna B, temos a análise em percentual do produto Lasanha, observe que nesta coluna chama a atenção que a Lasanha apresenta percentual da receita total de 40%, mesmo não tendo a mesma representatividade na quantidade de quilos vendido, tem a melhor receita total dos 3 produtos comercializados. A margem de contribuição da Lasanha também é a melhor entre os 3 produtos, com 45%;
e) A coluna C indica os percentuais do produto Nhoque. O Nhoque tem as menores representatividades em percentual em relação aos outros produtos, com atenção para a margem de contribuição, bem menor que as margens de contribuição do Macarrão e Lasanha.
A empresa Macarrão Congelado S/A, caso desejasse maximizar seu resultado e o mercado oportunizar a compra de seus produtos, deveria vender mais Lasanha, pois é o produto que tem a maior margem de contribuição. Esta decisão de aumentar a venda do produto A ou B não é simples, pois depende de muitos fatores, como já observados no conteúdo sobre precificação.
Deixaremos para você um link, a seguir, de um arquivo para compreender um pouco mais do contexto dos processos decisórios com a gestão de custos. O arquivo de nome A CONTABILIDADE DE CUSTOS COMO FERRAMENTA PARA TOMADA DE DECISÃO. Neste artigo, os autores comentam sobre o potencial da gestão de custos para o processo decisório das organizações.
Não deixe de assistir o Na Prática, no qual estamos abordando o tema do CVL como uma ferramenta de gestão de custos, que permite às organizações compreenderem seu passado na relação Custos, Volume e Lucro, assim como projetar seu futuro no desenvolvimento de cenários ou simulações, não perca.
Não deixe de ouvir o Podcast sobre a importância da comunicação assertiva no momento que se apresentam resultados econômicos na visão de custos aos gestores. O contexto da gestão de custos pode parecer racional, mas existem metodologias e ferramentas, que são utilizadas para chegar a um relatório final, importante comunicar o gestor deste caminho percorrido.
Até este momento, eu e você observamos a importância da relação custo, volume e lucro. O CVL é uma ferramenta de gestão de custos poderosa na gestão empresarial. A princípio, seu uso e projeções são de fácil compreensão, ajudando em muito os gestores organizacionais na criação de cenários para o atingimento de metas econômicas e financeiras.
Quais as competências (conteúdo e habilidade) são necessárias para conseguir resolver este estudo de caso?
● Ponto 1: a compreensão dos conceitos e terminologias de custos;
● Ponto 2: capacidade para compreender as informações necessárias para a análise;
● Ponto 3: capacidade para induzir os gestores a uma melhor decisão.