8 Mini Mundos 

Proponho: afaste-se da realidade florida. Aprenda por intermédio da observação da realidade invisível e através da percepção micro. 

Traga luz ao que está oculto mas não imperceptível. 

Não são os parques temáticos ou as silenciosas capelas escondidas num interior muito escondido na vegetação, nem shoppings com várias lojas, supermercados, trilhas nas montanhas... Cheguei em um ponto onde tive que aprender a compreender de forma muito profunda o quanto a nossa visão se atrela a formas predefinidas de ser e se comportar. Compreender, acima de tudo, que a maioria das coisas que percebemos não são exatamente como as identificamos. 

Procuro: Santuários que são faróis liberados dos olhos daqueles que navegam na mente e apresentam poetas esquecidos no contraste de uma fruta, aqueles que procuram um professor em qualquer folha ou inseto que vivem em perfeita comunhão, os gênios autopublicados que desmistificam as cores de uma flor, romancistas que criam histórias ao ver o caminhar do gafanhoto, os mentalmente sensíveis - dispostos a enxergar profundamente o que é muito pequenino - Tampouco me importa quem esses são, como vivem, não me importa o peso do bolso, me importa o olhar atento, me importa a ideia. 

Assim como fungos apresento meu olhar nessa exposição, que pode ser tão minúscula quanto os micélios, mas cria redes infinitas e invisíveis, atua como a própria medicina preventiva que fortalece o retorno ao que consideramos de “eu”. Vejo o mundo como um conglomerado de conjuntos de hifas emaranhadas que sustentam e absorvem os nutrientes de uma existência com significado, com propósito. 

Questiono: Se a vida se dá no interior do mais pequeno substrato, não são as conexões invisíveis que se projetam na superfície e crescem acima de tudo que concebem aquilo que identificamos como “viver”? 

A energia imensa do que é micro sustenta todos os corpos.