Marcia Saad | mrmsaad@usp.br
Não é preciso uma grave crise, nem mesmo qualquer intercorrência para se derrubar o trabalho e esforço de muitos anos para que estruturas venham a ser reerguidas sobre novas bases.
São as pressões do tempo, as exigências de um mundo em constante mudanças e necessidades que se alteram do dia para noite. A influência da economia e, principalmente das novas tecnologias de informação e comunicação é inquestionável e vem aumentando de forma muito expressiva.
As bibliotecas foram bastante afetadas por esse turbilhão, ou seria um ”tsunami” de mudanças. Elas deixaram de ser edificações com prateleiras intermináveis de livros para se tornarem ambientes/espaços de aprendizagem, conhecimento e informação. Nesse ambiente, serviços passaram a ser mais estratégicos dentro do núcleo de atribuições. Quanto maior for o espectro de serviços relevantes aos seus usuários, melhor para sua reputação.
Mesmo em épocas mais tranquilas, o trabalho do bibliotecário sempre foi questionado por seus usuários e, principalmente pelos mantenedores da instituição, reflexo do desconhecimento, gerando uma ideia pré-concebida, um estigma que resiste às mudanças.
Mas, a despeito da crise de valores pela qual passa a biblioteca e mesmo pelo declínio de sua importância como armazenadora do patrimônio científico e cultural, é justamente nesse momento que o trabalho do bibliotecário se faz tão necessário e imprescindível.
Senão vejamos; os Ids dos pesquisadores, sua produção bibliográfica, as métricas de avaliação da qualidade dos artigos e demais produções, a integridade dos dados da pesquisa e dos trabalhos e muito mais, integram o portfólio de atribuições da Biblioteca e de seus profissionais.
Os estudos de avaliação de aquisição de materiais bibliográficos, digitais, ou impressos, locais, ou remotos, passam primeiro pela decisão da Biblioteca.
É justamente por essa competência de gerir uma organização tão complexa como são as bibliotecas, que as prioridades são determinadas pela capacidade de avaliação do ambiente externo e interno.
O momento exige dos profissionais da informação que assumam um papel preponderante no apoio ao pesquisador e à Universidade, visando melhorar a suas posições nos rankings internacionais.
Nós, da Divisão de Biblioteca da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo estamos trabalhando forte nessa direção para liderarmos o setor de serviços especializados.
Isso re-direciona nosso foco, altera nossos rumos, mas fortalece nossa posição.
Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças. (Leon C. Megginson)