PROJETO DE ORIENTAÇÃO SEXUAL

O Projeto de Orientação Sexual foi desenvolvido de 1989 a 1992 na rede municipal de ensino de São Paulo e teve assessoria direta do Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS).


O projeto foi desenvolvido com adolescentes do ensino fundamental e visava a discussão sobre a sexualidade, os preconceitos, os tabus, as emoções e as questões sócio-político-culturais que permeiam o tema, proporcionando aos educandos a oportunidade de refletir sobre seus próprios valores e os dos outros, tendo em vista a vivência da sexualidade com mais possibilidade de segurança, prazer, amor, liberdade e responsabilidade.


A metodologia proposta era, antes de tudo, aberta, democrática, crítica e dialógica.

No trabalho de Orientação Sexual, o professor não era um “expositor” de temas, mas tinha como ponto de partida o interesse, as dúvidas, os questionamentos levantados pelos alunos. O professor era o articulador das discussões de temas significativos, escolhidos pelos alunos a partir de suas necessidades, favorecendo a descentralização do poder do saber, uma vez que cada um era respeitado ao expor suas ideias e seus conhecimentos sobre o tema. Sua função era coordenar, organizar, esclarecer e problematizar a partir da necessidade da turma, sem impor valores.


Por meio do confronto de diferentes pontos de vista, da diversidade de opiniões, de novas informações, bem como do não estabelecimento prévio de condutas, dogmas e valores sobre a sexualidade, o projeto propiciava a todos a construção e reconstrução de seu conhecimento, de sua visão de mundo e da sexualidade.


O documento apresentado a seguir contém a metodologia e a forma de desenvolvimento do projeto na rede municipal, descrevendo todas as etapas do seu desenvolvimento. Traz também alguns relatos da implantação do projeto em escolas, assim como os dados de sua implementação (quantidade de escolas; alunos e turmas envolvidas); de depoimentos de pais, alunos e educadores envolvidos na proposta.