Em 1989, após a análise dos dados da problematização das escolas de educação infantil e do primeiro ano do ensino fundamental, optamos por um trabalho de formação continuada, em pequenos grupos, com encontros quinzenais ou mensais, partindo da prática dos educadores e com apoio de referenciais teóricos que possibilitassem reflexões e a construção de propostas pedagógicas mais propícias ao desenvolvimento e à aprendizagem de todas as crianças. Ao mesmo tempo em que se desenvolvia esse trabalho, as equipes da Diretoria de Orientação Técnica de Educação Infantil e Alfabetização (DOT 3) e dos Núcleos de Ação Educativa redigiram documentos que registram o movimento de reorientação curricular e o processo de formação. Esses materiais foram escritos a várias mãos e passaram por muitas leituras e debates até chegarem à versão final.

Nessa publicação estão expressos os objetivos dos grupos de formação, os princípios teórico-metodológicos, a fundamentação teórica, os textos utilizados, os principais conteúdos trabalhados no ano de 1989, a quantidade de grupos formados, as dificuldades e avanços percebidos e as referências bibliográficas. O texto procura mostrar como essa formação se diferencia de outras realizadas sob a forma de cursos, oficinas e palestras. Trata-se de um mergulho sobre a prática, sobre o cotidiano da escola com seus acertos e equívocos, suas possibilidades e limites. Uma formação que possibilita o desenvolvimento de uma consciência crítica e a busca por uma prática reflexiva. A elaboração desse documento contou com a assessoria da professora Madalena Freire

Esse caderno complementa o documento Reorientação curricular da escola: visão dos educandos. Foi elaborado pela professora Miriam Celeste Ferreira Martins, a partir de assessoria realizada em 1990 para as equipes da Divisão de Orientação Técnica de Educação Infantil e Alfabetização (DOT3) e dos Núcleos de Ação Educativa (NAE). Juntamente com integrantes das equipes de DOT e NAE, a assessora analisou os desenhos elaborados pelas crianças das Escolas Municipais de Educação Infantil, das classes do Plano de Educação Infantil (PLANEDI) e das Classes comunitárias. Nessa publicação o desenho é concebido como expressão de pensamento, linguagem, um texto pleno de significados. Ao analisá-los à luz das teorias, a assessora desvenda para os educadores um mundo de significados que poderiam passar despercebidos aos olhares menos atentos ou sensíveis.

Esse caderno faz uma retrospectiva histórica da Educação Infantil na cidade de São Paulo, desde os Parques Infantis criados em 1935 até 1988 e explicita o movimento de reorientação curricular que se desenvolveu durante a gestão de Luiza Erundina, Paulo Freire e Mario Sergio Cortella. Esse movimento de reorientação curricular compreende a problematização, o processo de formação, a reflexão sobre as concepções de educação infantil identificadas, a construção do projeto de escola e de uma nova proposta pedagógica. Foi elaborado de forma coletiva pelas equipes da Divisão de Orientação Técnica de Educação Infantil e Alfabetização (DOT 3) e dos Núcleos de Ação Educativa (NAE). Contou também com a participação dos educadores, funcionários e pais de alunos das Escolas Municipais de Educação Infantil, das classes do Plano de Educação Infantil (PLANEDI) e classes comunitárias.