A compreender quais são os sinais vitais que devem ser aferidos;
A assimilar a importância e a necessidade de registros documentais dos sinais vitais do paciente;
A aprender as medidas de referência para cada sinal vital;
A conhecer o que é inspeção e sua função durante a avaliação do paciente;
A verificar os meios de realização da palpação durante a avaliação fisioterapêutica.
Os sinais vitais fornecem medidas quantitativas do estado do sistema cardiovascular/pulmonar do paciente, por isso é necessário aferir os sinais vitais do paciente na avaliação e monitorar esses sinais durante os atendimentos. Os sinais vitais devem ser aferidos no início e no final de cada atendimento, bem como ser registrados em prontuário para controle documental da condição do paciente. Se necessário, pode-se fazer a aferição a qualquer momento da sessão, pois os sinais vitais são fatores importantes na tomada de decisões das condutas a serem realizadas com o paciente.
Variações nos sinais vitais são um claro indicador de que ocorreu alguma mudança no estado fisiológico do paciente. Por isso, o fisioterapeuta deve estar atento a qualquer variação desses sinais durante o atendimento.
Também vamos abordar sobre a inspeção, que ocorre desde o primeiro olhar do profissional no paciente. É uma das primeiras etapas do exame físico e, por meio dessa observação clínica, iniciamos a identificação da condição geral do paciente. Posteriormente, conduzimos a inspeção para regiões específicas, de acordo com os relatos descritos na anamnese.
A palpação é realizada após a inspeção ou concomitantemente à inspeção. Durante a palpação, o fisioterapeuta toca as regiões corporais pertinentes às queixas referidas e busca investigar a temperatura, dor e condição das estruturas corpóreas do local.
Bons estudos!
O exame físico trata-se do momento da avaliação em que o fisioterapeuta poderá realizar uma série de exames, visando conhecer e formular um diagnóstico fisioterapêutico acerca do paciente. Sempre deve-se adequar o exame físico conforme a necessidade de cada caso.
A seguir, exemplos das etapas que podem ocorrer nessa fase:
SINAIS VITAIS
INSPEÇÃO
PALPAÇÃO
AUSCULTA PULMONAR
NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
DOR (ESCALA VISUAL ANALÓGIA DE DOR)
MOBILIDADE - GONIOMETRIA
TESTE DE FORÇA MUSCULAR
PERIMETRIA
TESTE DE SENSIBILIDADE
TESTE DE COORDENAÇÃO MOTORA
TESTE DE TÔNUS MUSCULAR
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
AVALIAÇÃO POSTURAL
Agora, vamos estudar a investigação dos SINAIS VITAIS, também conhecidos como SINAIS CARDEAIS.
Os sinais vitais fornecem medidas quantitativas do estado do sistema cardiovascular/pulmonar e refletem a função dos órgãos internos.
Variações nos sinais vitais são um claro indicador de que ocorreu alguma mudança no estado fisiológico do paciente. Avaliadas em repouso e durante e após o exercício, essas medidas também fornecem dados importantes sobre a capacidade e resistência aeróbia. Em conjunto aos outros dados do exame, as medidas de sinais vitais auxiliam o fisioterapeuta na tomada de decisões clínicas.
Os sinais vitais devem ser verificados no início e no final da sessão, bem como ser registrados em prontuário para controle documental da condição do paciente.
Os sinais vitais são: FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA, FREQUÊNCIA CARDÍACA, PRESSÃO ARTERIAL E TEMPERATURA CORPORAL.
Frequência respiratória é a quantidade de incursões respiratórias por minuto (irpm).
Eupneia ou normopneia são as quantidades de irpm consideradas normais, conforme demonstrado a seguir:
adultos: 2 a 16 irpm;
crianças (1 a 4 anos): 25 a 30 irpm;
recém-nascidos: 30 a 40 irpm;
prematuros: 40 a 60 irpm.
Taquipneia é o aumento da frequência respiratória, acima dos limites normais.
Bradipneia é a redução da frequência respiratória, abaixo dos limites normais.
Frequência cardíaca é o número de batimentos cardíacos por minuto.
Eucardia ou normocardia são as quantidades de bpm consideradas normais, conforme demonstrado a seguir:
adultos: 50 a 100 bpm;
crianças (1 a 4 anos): 80 a 120 bpm;
recém-nascidos: 100 a 140 bpm;
prematuros: 120 a 140 bpm.
Taquicardia é o aumento da frequência cardíaca, acima dos limites normais.
Bradicardia é a diminuição da frequência cardíaca, abaixo dos limites normais.
Para medir corretamente a pressão arterial, certifique-se de que o paciente:
não esteja com a bexiga cheia;
não tenha praticado exercícios físicos intensos nas últimas 24 horas;
não tenha ingerido bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumado até 30 minutos antes;
o paciente deve estar com as pernas descruzadas e o braço escolhido para avaliação posicionado na altura do coração, ao nível da linha intermamilar (4º e 5º espaços intercostais), apoiado com discreta flexão do antebraço (30 a 45º);
Deixe o paciente descansar por 5 a 10 minutos antes da medição;
Use braçadeira do esfignomanomtro de tamanho adequado;
Palpe o pulso radial e insufle a braçadeira até o desaparecimento do pulso radial, para estimar a pressão sistólica;
Posicione a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial;
Insufle a braçadeira rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg no nível estimado da pressão sistólica; em seguida, desinsufle lentamente;
A pressão arterial sistólica (PAS) é determinada no aparecimento do som e a pressão arterial diastólica (PAD) no desaparecimento.
OBS.: Quando a pressão sistólica e diastólica estiverem em categorias diferentes, classifique-se pela maior.
Para encontrarmos a PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM), utilizamos o seguinte cálculo:
PAM = PAD + [(PAS - PAD) / 3]
Temperatura corporal normal:
oral (adultos): 37ºC (maior em crianças e menor em idosos);
axilar: 36,4ºC (alguns décimos abaixo da oral);
retal: 37,6ºC (alguns décimos acima da oral).
Hipotermia é a redução da temperatura corporal, abaixo de 36ºC.
Hipertermia é o aumento da temperatura corporal, acima de 37ºC.
Considera-se que o indivíduo tem FEBRE quando sua temperatura corporal encontra-se acima de 38ºC.
A inspeção começa no primeiro contato do profissional da saúde com o paciente, seja à beira do leito, seja na sala de espera ou onde o paciente estiver sendo avaliado. Nesse momento, aplicamos o olhar clínico no paciente.
Na inspeção, a avaliação é realizada através da observação do paciente. Devemos observar o estado geral do paciente (bom, regular, ruim) estado de hidratação, nutricional, simetrias, edemas, alteração de cor e biotipo. Observamos as suas expressões faciais, o nível de consciência (fala, interatividade, disposição) e as atitudes do paciente.
Conforme os relatos do paciente e as suas queixas, devemos focar a inspeção em regiões específicas do corpo.
A postura geral do paciente e a capacidade de realizar atividades funcionais (mudar de posição no leito, transferir-se da posição sentada para em pé, deambular até a sala de exame) fornecem informações sobre a gravidade dos sintomas, pois manifestam o desejo de se movimentar, amplitude de movimento articular e força muscular. Essas informações, embora preliminares, ajudam a focar e individualizar o exame físico.
Para realizar o exame físico e inspecionar áreas específicas do corpo, o paciente deve estar adequadamente vestido de tal forma que possibilite a visualização das regiões investigadas.
Algumas anormalidades são identificadas na inspeção, tais como os exemplos de escoliose, joelho varo, joelho valgo, dedos em pescoço de cisne, que são demonstrados a seguir:
Os membros inferiores e a região lombar, que estão intrinsecamente envolvidos em atividades de apoio de peso, devem ser inspecionados como uma unidade funcional, assim como as condições que envolvem o ombro exigem o exame das regiões cervical e torácica.
As diáfises ósseas e as articulações são analisadas à procura de simetria ou assimetria pela comparação de um lado do corpo com o outro. Devem-se considerar os contornos e o alinhamento. As causas mais comuns de alterações nos contornos ósseos incluem as fraturas agudas, a formação de calo ósseo ou angulação óssea decorrente de fraturas consolidadas, as variações congênitas ou hiperplasia óssea em inserções tendíneas e a artrite.
As assimetrias também podem estar relacionadas com as condições dos músculos e tecidos moles, demonstrando condições de trofismo muscular, rupturas, frouxidão ligamentar e até mesmo uma luxação articular.
O fisioterapeuta deve visualizar a região anterior, posterior e lateral do corpo. Na inspeção, podemos realizar um exame do alinhamento postural. Na vista anterior, ambos os olhos, ombros (acrômios), cristas ilíacas, espinhas ilíacas ântero superiores, trocanter maior do fêmur, patelas e maléolos mediais dos tornozelos devem estar nivelados horizontalmente. Os ângulos da cintura devem ser simétricos. As patelas e os pés devem estar voltados anteriormente. Lateralmente, a linha de gravidade deve cruzar o meato acústico externo, o acrômio e o trocanter maior, passar ligeiramente posterior à patela e aproximadamente 5 cm anterior ao maléolo lateral (conforme a imagem a seguir).
As porções cervical e lombar da coluna devem apresentar curvas lordóticas normais e a porção torácica uma curva cifótica normal. Na vista posterior, os lóbulos das orelhas, os ombros, os ângulos inferiores da escápula, as cristas ilíacas, as espinhas ilíacas póstero superiores, o trocanter maior, as pregas das nádegas e joelhos e os maléolos devem estar nivelados. A coluna vertebral deve estar ereta, com a borda medial da escápula equidistante da coluna bilateralmente. Devem-se observar deformidades em varo e valgo do joelho e do calcâneo
Na inspeção, investigamos o tamanho e o contorno de estruturas de tecidos moles bilateralmente, buscando encontrar edema, derrame articular ou alterações de trofismo (atrofia, hipotrofismo ou hipertrofismo).
A cor e a textura da pele fornecem pistas importantes de condições patológicas, onde a cianose, que é uma descoloração azulada da pele e do leito ungueal, indica falta de oxigênio e excesso de dióxido de carbono em vasos sanguíneos superficiais. Ainda, visamos identificar casos de palidez, eritemas, hematomas, feridas abertas, cicatrizes e qualquer acessório que o paciente possa estar utilizando no momento (bengala, andador).
Sugere-se que a palpação siga imediatamente ou seja integrada à inspeção e ocorra antes de outros procedimentos de teste, pois outros procedimentos podem interferir na condição do paciente, dificultando a localização de áreas sensíveis à palpação.
As informações obtidas com a palpação também ajudarão a orientar a tomada de decisão em relação à necessidade de testes e medidas adicionais. A palpação requer conhecimento detalhado da anatomia e uma abordagem ordenada. Todas as estruturas em uma superfície corporal devem ser palpadas antes de prosseguir para outra superfície.
Por exemplo, todas as estruturas da superfície anterior do paciente devem ser palpadas antes de começar a palpar estruturas da superfície posterior. O lado não envolvido é palpado primeiro para familiarizar o paciente com o procedimento e também para servir de modelo comparativo.
A palpação de ossos, estruturas de tecidos moles e pele é realizada por meio da variação na pressão tátil do profissional da saúde e o uso de várias partes das mãos. A pressão tátil leve possibilita a palpação de tecidos superficiais como a pele, enquanto que a pressão tátil profunda é necessária para palpar estruturas mais profundas como o osso.
O fisioterapeuta, ao realizar a palpação, deve solicitar que o paciente descreva a sensação do toque, visando localizar estruturas doloridas. Algumas lesões em estruturas profundas ou proximais levarão a sintomas em outras áreas do corpo, mas a sensação dolorosa localizada muitas vezes ajuda a implicar estruturas específicas.
Normalmente, utilizam-se as pontas dos dedos para a palpação, mas grandes estruturas mais profundas, como o trocanter maior do fêmur ou a borda da escápula, são mais fáceis de localizar com o uso de toda a superfície da mão. Movimentar a pele e tecidos moles com as pontas dos dedos em diferentes sentidos ajuda o fisioterapeuta a analisar a mobilidade miofascial. Devem-se considerar a densidade e extensibilidade da pele e dos tecidos moles.
Alterações na temperatura da pele podem ser mais fáceis de detectar usando a superfície posterior da mão. Deve-se observar a temperatura em áreas localizadas da pele: temperaturas frias sugerem circulação reduzida, enquanto o calor indica aumento da circulação e, muitas vezes, inflamação.
Muitas vezes, podem-se encontrar espasmos musculares e aderências na pele e tecidos conjuntivos com a palpação. A qualidade dos pulsos periféricos fornecerá informações superficiais do suprimento de sangue arterial. O edema bilateral nos tornozelos e pernas que forma depressões à pressão tátil (cacifos) pode indicar insuficiência cardíaca ou má condições renais. O edema depressível unilateral normalmente está associado à obstrução do retorno venoso.
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Coordenação e Revisão Pedagógica: Claudiane Ramos Furtado
Design Instrucional: Gabriela Rossa
Diagramação: Vinicius Ferreira
Ilustrações: Marcelo Germano
Revisão ortográfica: Ane Arduim