Fatores psicológicos relevantes no esporte e no exercício físico: estresse, ansiedade, burnout e lesão;
O esporte e o exercício físico e suas relações com o ambiente sociocultural;
Esporte e exercício físico: aspectos de desenvolvimento psicológico;
Pesquisar, conhecer, compreender, analisar e avaliar a realidade social para nela intervir acadêmica e profissionalmente, por meio das manifestações e expressões do movimento humano;
Diagnosticar os interesses, as expectativas e as necessidades das pessoas de modo a planejar, prescrever, ensinar e orientar;
Produção de conhecimento e preparação para a intervenção profissional.
Até o momento, foi possível compreender que diversos fatores psicológicos são relevantes no comportamento humano, no que tange ao esporte e exercício físico. Nesse momento, seguiremos dentro dessa temática, mas abordaremos, especificamente, estresse (stress), ansiedade, burnout e lesão.
Iremos perceber que o estresse é um fenômeno natural e fundamental para a sobrevivência do ser humano; da mesma maneira, ele não está relacionado somente a aspectos ruins, por vezes ele é necessário para que as adaptações possam acontecer. No entanto, quando o indivíduo está muito estressado psicologicamente, ele pode sofrer o fenômeno chamado de burnout; quando fisicamente, pode gerar lesão muscular.
Usualmente, a ansiedade, que se relaciona com a concentração, pela dificuldade de manutenção da atenção, pode gerar aumento no estresse (físico ou mental) e também ser responsável pelo desenvolvimento de burnout ou lesão. Por esse motivo, esses fatores serão trabalhados juntos. Compreender esses fatores e as relações com o comportamento humano são necessários para entender a atuação do treinador/professor com o aluno/atleta, possibilitando prevenção de lesões/burnout e formas para aumentar e diminuir o estresse, servindo como aspecto motivador, de permanência e eficiência na prática corporal.
Tanto estresse quanto ansiedade estão relacionados à pressão, seja ambiental ou interna, em que, muitas vezes, relacionam-se aos aspectos de vida ou morte (no sentido literal e no meio esportivo ao comparar-se com grandes sucessos/fracassos). A questão principal é entender quando e quanto desse estresse ou ansiedade são importantes para os aspectos do esporte e exercício físico e não são prejudiciais à saúde. De uma forma geral, existe uma quantidade mínima que associa-se com a necessidade para ativar o corpo, fisicamente e mentalmente, e permitir que o aluno/atleta execute a tarefa, mas quando acionado no momento errado ou na intensidade/quantidade equivocada pode não ser suficiente para a execução ou acabar gerando prejuízos à ação (movimento).
Para tanto, é importante definirmos o termo ativação, visto que relaciona-se diretamente. Segundo Weinberg e Gould (2017), ativação é uma combinação de atividades fisiológicas e psicológicas e está relacionado à intensidade da motivação naquele momento. Essa intensidade varia de “nem um pouco excitado” à “completamente excitado” (estado frenético).
É importante reforçarmos que a ativação, estresse e ansiedade não estão relacionados com situações “boas ou ruins”, isso significa que você não fica, necessariamente, muito eufórico (estressado ou ansioso) em situações positivas (ex.: receber um prêmio, antes de uma competição muito importante), pois elas também podem ocorrer em momentos negativos (ex.: catástrofe com pessoas importantes para você, perda de um título/jogo). Nesse momento, cabe levar a reflexão à educação sentimental e emoções, pois, normalmente, vai ser difícil que você tenha ouvido falar disso. Então, mais que se preocupar com polarização de sentimentos, é necessário entender que emoção é um processo fisiológico, está relacionado à liberação de hormônios e ações do nosso corpo (como aumento de batimento cardíaco, sudorese nas mãos, tremor, entre outros) e sentimento é a “interpretação dessa emoção”. Assim, ao sentir esses aspectos corporais, podemos traduzir em medo, estresse, ansiedade, felicidade, tudo vai depender do momento/ação que desencadeou esse fenômeno (chamamos normalmente de gatilho) e quais as experiências que temos. Por exemplo, se, ao ver um cachorro, o seu corpo reage fisiologicamente daquele modo mencionado, e alguém falou para ter cuidado, pois o animal em questão poderia morder, você pode ter “gravado que era perigoso” e, possivelmente, ao ver um cachorro, acione o gatilho da memória que reflete medo e desencadeia os aspectos fisiológicos, sentindo medo. No entanto, se no momento interpretou de uma forma amigável, fisiologicamente pode desencadear os mesmos aspectos, mas possivelmente irá interpretar de uma forma mais “positiva” e não sentirá medo, mas alegria, por exemplo. Dessa forma, é muito mais importante pensarmos em o que estamos sentindo, entender o contexto que está inserido e quais os mecanismos de compreensão para criar diferentes rotas e então o momento (ambiente) e sua experiência serão capazes de desencadear a ação e sentimento daquela situação, do que direcionarmos nosso foco em polarização de emoções e sentimentos.
A ansiedade, segundo Weinberg e Gould (2017), é entendida como um estado emocional negativo, caracterizando-se como nervosismo extremo, preocupação e apreensão. Embora seja percebida como negativa, não se relaciona com desagradável, ou com desempenho de forma negativa, está relacionada à ativação ou excitação do corpo. Como a grande maioria de emoção possui um estado cognitivo e um somático, sendo a ansiedade cognitiva o componente de pensamento como preocupação e apreensão (relaciona-se com a atenção em outro momento de tempo e não no momento presente. Não existe ansiedade no que está acontecendo, no agora). O componente da ansiedade somática refere-se ao grau de ativação percebida. Para Cheng Hardy e Markland (2009), em situações esportivas, a ansiedade relaciona-se com um estado psicológico desagradável em reação ao estresse percebido do desempenho de uma tarefa que está sob pressão, ocasionando nervosismo no atleta.
Nesse sentido, e ao relembrarmos a temática de personalidade, percebemos que a ansiedade pode ser um estado de humor estável ou variável, portanto pode ser entendida como estado de ansiedade e ansiedade traço. Sendo que a ansiedade-estado relaciona-se com o momento emocional temporário, enquanto que a ansiedade-traço refere-se à personalidade, tendência ou disposição comportamental, a qual influencia o comportamento.
Como estado de ansiedade, entendemos que o componente de humor está em constante variação, sendo um estado emocional (“você está ansioso”). Spielberg (1966) afirma que é um sentimento subjetivo de tensão e apreensão, conscientemente percebido, acompanhado por ou associado com a ativação ou a excitação do sistema nervoso autônomo. Normalmente, no início de uma partida de algum jogo, estamos com o nível de ansiedade mais elevado e percebemos isso nos sinais fisiológicos, como a aceleração da frequência cardíaca, enquanto que, no desenvolver do jogo, o nível de ansiedade está mais baixo e pode alternar-se, novamente, mais ao final da partida ou quando sofre-se um ponto/gol. O mesmo acontece com um bailarino também antes de “subir” no palco, durante a apresentação da coreografia e ao final ou anterior a um momento mais difícil (ou que sempre era realizado de forma incorreta). O estado de ansiedade cognitivo, relacionar-se-á com o grau que a pessoa se preocupa (se atenta) ou tem pensamentos negativos. Enquanto que o estado de ansiedade somática relaciona-se às mudanças no momento da ativação fisiológica percebida, as diferentes respostas fisiológicas. Esse estado não necessariamente é uma mudança na ativação física, mas a percepção dessa mudança. Para Cheng, Hardy e Markland (2009), existe um controle percebido ou componente que regula o grau que a pessoa acredita ter os recursos e a capacidade de enfrentar os desafios.
Ao referirmos o traço de ansiedade, entendemos que faz parte da personalidade, sendo uma característica comportamental adquirida e que influencia o comportamento. Esse aspecto predispõe a percepção de uma variedade de circunstâncias com determinadas reações ou níveis de estado de ansiedade (SPIELBERGER, 1996). Normalmente, identificamos conhecendo os alunos/atletas e, principalmente, os momentos que estão sob forte estresse/pressão, como a cobrança de um pênalti, por exemplo. Para Smith et. al (2006), o traço de ansiedade possui três componentes: somático, cognitivo e ruptura da concentração, sendo que o traço ansiedade somático relaciona-se ao grau que uma pessoa costuma perceber sintomas físicos aumentados, como tensão muscular. O traço de ansiedade cognitivo indica a intensidade em que existe a preocupação ou uma pessoa tem autodúvidas. A ruptura de concentração tem relação com o grau de concentração interrompida durante um momento/evento, como uma partida de esporte. De uma forma geral, o traço de ansiedade é uma disposição comportamental de perceber como ameaçadoras situações que objetivamente podem não ser perigosas e responder a elas com um estado de ansiedade desproporcional ao necessitado.
A ansiedade, tanto traço quanto estado, pode e deve ser avaliada para possíveis identificações de características, situações que mais desencadeiam e planejar formas de manejo ou ferramentas para retornar a um estado básico e necessário para as mais variadas ações. Embora a ativação possa ter essa característica variável e, nesse sentido, relaciona-se com o ambiente em que está inserido, é possível identificar o grau de ansiedade com alguns instrumentos (questionários) como as seguintes escalas: “Competitive State Anxiety Inventory – 2” (CSAI-2 – MARTENS, VEALEY, BURTON, 1990) e a “Sport Anxiety Scale – 2¨ (SAS-2 – SMITH, SMOLL, CUMMING, GROSSBARB, 2006), mas existem outros testes para outros contextos e situações como pré-competitivo, por exemplo.
O termo estresse é entendido como um desequilíbrio substancial entre a demanda e a capacidade de resposta. Ou também como a quebra da homeostase, que é o equilíbrio estável do organismo humano em relação ao meio ambiente, e sabendo-se que essa estabilidade modifica-se por qualquer alteração ambiental, isto é, para cada estímulo há uma resposta (WEINECK, 1999). O estresse relaciona-se a um processo que exige uma sequência de eventos que levarão a um determinado fim. Estímulos que são débeis, não acarretam consequências. Estímulos médios apenas excitam. Estímulos médios para fortes provocam adaptações. Estímulos muito fortes podem causar danos (lesões e burnout). De acordo com um modelo proposto por McGrath (1970), o estresse consiste em quatro estágios que se relacionam entre si, figura a seguir, sendo demanda ambiental, percepção da demanda, resposta de estresse e consequências comportamentais.
Estágio 1 – Demanda ambiental: relação física e psicológica. Existe algum tipo de demanda imposta para o aluno/atleta, podendo ser física ou psicológica, como demonstrar um movimento na frente dos colegas.
Estágio 2 – Percepção da demanda: intensidade (ou grau) da percepção da demanda psicológica ou física. A percepção, entendimento, forma de lidar, não é igual entre as pessoas. Esse aspecto levará em consideração o nível traço de ansiedade e estado, as pessoas com níveis mais elevados de ansiedade percebem, em geral, mais situações como desfavoráveis (ameaçadoras) do que as aquelas com níveis mais baixos de ansiedade.
Estágio 3 – Resposta de estresse: relacionado à ativação física ou psicológica, resultando no estado de ansiedade. Se a percepção, por exemplo, gera sentimento de ameaça, a resposta será aumento do estado de ansiedade (cognitiva e somática).
Estágio 4 – Consequências comportamentais: o resultado ou desempenho das ações. O comportamento real sob o estresse. Esse estágio realimenta-se no primeiro, ou seja, o resultado pode ter um determinado impacto situacional, e este gerar mais desequilíbrio e mais estresse, tornando-se um ciclo contínuo.
O estresse então é definido como uma sequência de eventos que leva a um comportamento. É cíclico, pode ser avaliado tanto de forma negativa quanto positiva (através da ativação simpática e somática). A ênfase é colocada não só na situação, mas fundamentalmente na percepção (entendimento/reação) desse ambiente, a qual levará em conta as experiências, a personalidade (ansiedade traço, por exemplo) e o conhecimento das ferramentas para manejá-la. Segundo Lipp e Malagris (2001) o estresse pode ser definido em três classificações: estresse positivo (eustresse), estresse negativo (distresse) e estresse ideal. Sendo o eustresse o estresse em sua fase inicial ou estado de alerta, esse nível de ativação produz hormônios (adrenérgicos), ajudando a dar ânimo e vigor, entendido como uma energia benéfica e conduzindo a pessoa a elevar a capacidade de produção e criatividade. Não é possível permanecer muito tempo nessa fase, pois permanecer alerta por muito tempo torna o estresse excessivo.
O Distresse é o excesso de estresse, ocorre quando existe a ultrapassagem dos limites e esgota-se a capacidade de adaptar-se. Representa uma emoção negativa que tem efeito prejudicial sobre o atleta/aluno. Caracteriza-se por um cansaço excessivo, e a capacidade de produtividade fica prejudicada, pode levar a lesões/burnout.
O estresse ideal, como o nome sugere, relaciona-se aos mecanismos criados para o manejo do stress, gerenciando a fase de alerta, de maneira eficiente, e não permitindo extrapolar os seus limites. Alterna-se entre estar em alerta e sair do alerta.
Nesse sentido, o tipo de estresse (positivo ou negativo) tem relação com a percepção do indivíduo sobre a situação e poderá gerar determinados fatores, conforme esquema a seguir.
Os fatores situacionais que podem desencadear o estresse podem ser, por exemplo: a importância dada a um evento ou competição; a incerteza que cerca o resultado do evento. Além dos fatores psíquicos como ansiedade-traço, baixa autoestima e ansiedade física social (tendência de uma pessoa a ficar nervosa e apreensiva quando seu corpo é avaliado, por exemplo).
Segundo Loures et al. (2002), em uma situação de estresse, o organismo humano redistribui suas fontes de energia, antecipando uma agressão iminente. Esse mecanismo de adaptação é vantajoso se realmente houver perigo iminente. Entretanto, se esse estado persistir por muito tempo, o dano será inevitável.
Atualmente, o estresse atinge cerca de 90% da população global. Esse quadro está associado ao desenvolvimento de uma série de doenças, como câncer, depressão, diabetes e principalmente a hipertensão. No Brasil, por exemplo, 132 mil infartos são causados pelo estresse do dia a dia, conforme dados do Ministério da Saúde (OMS, 2020), fatores certamente afetados pela pandemia e isolamento mundial.
Conforme já mencionado, tanto a lesão quanto a síndrome de burnout, geralmente, são consequências de estresse extremo. A síndrome é uma resposta psicofisiológica de esgotamento, resultado de esforços frequentes, muitas vezes extremos e ineficazes de satisfazer demandas excessivas de treinamentos e competições. Envolve um retreinamento psicológico, emocional e às vezes físico. As atividades antes prazerosas em resposta ao estresse excessivo ou insatisfação passam a não ser mais interessantes. Iremos nos ater às relações no exercício físico e esporte, mas são situações que também acontecem em outras esferas, como no campo profissional (trabalho).
É necessário compreender os termos de burnout e treinamento excessivo, pois comumente são utilizados como sinônimos, ou confundem-se. Para tanto, por treinamento excessivo entenderemos como um manejo da variável de repouso dentro de uma periodização de treinamento, ou seja, um ciclo curto de treinamento com exposição dos alunos/atletas a cargas excessivas (próximas às cargas máximas). Dessa forma, um treinamento excessivo para um indivíduo pode ser mais leve para outro. Segundo Kentta (2001), o treinamento excessivo pode ser considerado como um processo que se desenvolve com o passar do tempo, podendo ser “positivo”, de manutenção ou negativo (burnout).
O treinamento excessivo negativo leva primeiro à estafa e, se mantido por muito tempo sem repouso adequado, em um estado mais grave de burnout. A estafa, segundo a American Medical Association (1966), é “um estado fisiológico de treinamento excessivo que se manifesta como prontidão esportiva deteriorada”, sendo entendida como um resultado ou a consequência de um treinamento excessivo em que o atleta/aluno não consegue mais alcançar os resultados, podendo ter uma redução de 5% ou mais quando estafado (WEINBERG, GOULD, 2017) durante ou após um período de treinamento excessivo, não apresentando melhora.
Para o burnout ainda não existe uma definição universal, mas Gould e Whitley (2009) definiram como: um afastamento físico, emocional e social de uma atividade anteriormente agradável, caracterizado por uma exaustão emocional e física. Ocorre em consequência de estresse extremo e crônico. Uma vez que um atleta/aluno passa pelo burnout, geralmente, acontece um afastamento do esporte/exercício e a possível desistência/abandono do esporte relaciona-se com exaustão psicológica e emocional, baixa autoestima e outros transtornos como depressão. Treinamento excessivo e burnout são de natureza física e psicológica e, por vezes, alguns sintomas são comuns, como fadiga física, esgotamento mental, apatia e perturbação do sono (WEINBERG, GOULD, 2017).
As lesões, normalmente, relacionam-se a aspectos físicos e psicológicos, ou seja, são em decorrência desses fatores e não somente um aspecto. Independentemente do motivo, a lesão em alunos/atletas irá desencadear aumento de ansiedade, estresse e estado de ativação, tanto em relação a um possível retorno/tratamento, quanto a uma reincidência no mesmo lugar ou outro por compensação e, em alguns casos, pode ocasionar abandono da prática e/ou burnout. O termo lesão refere-se a um trauma corporal resultando na incapacidade física e inibição temporária da função motora (às vezes permanente). Segundo Weinberg e Gould (2017) a lesão é entendida como multifacetada, relacionando o participante e a dor de modo: a dor ou lesão necessitar de atenção mental; a dor ou a lesão envolver alguma perda de função ou alteração da função, as quais afetam de forma direta as capacidade de atuação; a pessoa que está lesionada precisa decidir se inicia ou continua a participação enquanto está com dor ou lesão. Os autores, ainda trazem que uma linha tênue separa a lesão do desconforto, sendo que o segundo não necessariamente limita a ação (sem prejuízo de movimento).
A relação dos fatores psicológicos e propensão à lesão está documentada na literatura com diversos artigos que apontam essa possibilidade, assim como a sobrecarga. A grande dificuldade está na compreensão se aquele desconforto ou estado de estresse é um indicativo de lesão e, em alguns momentos, aceitar que aquela lesão precisa de atenção/tratamento não sendo possível continuar na prática pela possibilidade de piorar o grau de lesão. Para isso, é necessário um olhar atento do professor/treinador em relação a esses aspectos. Nesse sentido, as respostas emocionais passam pelos cincos estágios da resposta de pesar (HARDY, CRACE, 1990): negação, raiva, negociação (barganha), depressão e, então, aceitação e reorganização (conforme figura a seguir).
A análise do comportamento humano em relação à lesão no exercício físico ou esporte é fundamental para o auxílio no retorno à prática, pois, como já comentado, diversos sentimentos de falta de identidade e baixa autoestima não favorecem o tratamento e, muitas vezes, não obtém-se sucesso no retorno. Segundo Bianco, Malo e Orlick (1999) a recuperação da lesão seguirá essas etapas: a) fase de lesão ou doença: auxiliar o aluno/atleta com a revolta emocional; b) fase de reabilitação e recuperação: auxiliar a manter a motivação e a adesão aos procedimentos e protocolos de reabilitação; e c) fase de retorno à atividade total: só será completa quando o aluno/atleta conseguir voltar ao esporte na sua totalidade. Principalmente na fase da reabilitação, é importante o estabelecimento de metas e treinamentos de visualização do esporte; auxiliam ao caminho neuromotor, auxiliando no estímulo neural, cada vez mais a plasticidade neural e diversos tratamentos fisioterápicos auxiliam o manejo e retorno, mas ainda permanece a ideia que o aluno/atleta precisa querer/desejar melhorar/retornar. Para tanto, níveis de motivação precisam ser constantemente treinados, mas mantendo o comprometimento com o protocolo de treinamento, para não gerar uma reincidência ou, em alguma medida, perder-se aspectos desenvolvidos anteriormente. Para que uma recuperação seja total, os aspectos psicológicos e físicos da reabilitação devem ser considerados.
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Coordenação e Revisão Pedagógica: Claudiane Ramos Furtado
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Diagramação: Vinicius Ferreira
Ilustrações: Rogério Lopes
Revisão ortográfica: Igor Campos Dutra