A identificar as estruturas musculoesqueléticas e neurovasculares palpáveis da cabeça;
A reconhecer as estruturas musculoesqueléticas, neurovasculares e vísceras palpáveis do pescoço;
A conhecer as principais abordagens palpatórias da região da cabeça e do pescoço.
Clinicamente, a cabeça e o pescoço são uma parte fundamental do exame físico para uma série de condições fisiológicas e patológicas, comuns aos sistemas musculoesquelético, neurovascular, digestório, endócrino e respiratório. A cabeça e pescoço são facilmente acessíveis para palpar e conduzir exames, especialmente os exames neurológicos.
A cabeça abriga o encéfalo e contém os órgãos de quatro sentidos especiais: visão, audição, olfação e gustação. Vários ossos do neurocrânio e do viscerocrânio articulam-se entre si para compor o crânio e a face e abrigar estruturas do sistema nervoso central e periférico e dos sistemas digestório e respiratório. Uma união complexa entre os dois grupos de ossos constitui a articulação temporomandibular, que permite movimentos necessários aos processos de fala, mastigação e expressão facial.
Muitos sintomas craniomandibulares se apresentam como diferentes tipos de dor de cabeça, dor de ouvido, dor de dente, dor na mandíbula ou dor no rosto. Isso frequentemente envolve dor referida decorrente de estruturas como pontos de gatilho musculares (onde a dor é projetada de seções do músculo para outras regiões). Além das avaliações subjetivas e objetivas sistemáticas, é preciso avaliar os músculos, para diferenciar e descartar alterações e danos articulares.
O pescoço contém a porção cervical da medula espinal, da qual se originam os nervos que inervam a parte superior do corpo, incluindo o diafragma, músculo essencial para a respiração. Complexas interações entre essa e todas as outras regiões do corpo são, portanto, fundamentais para a sobrevivência e a função ideal do corpo. Além disso, o pescoço possui a vasculatura (artérias carótidas e vertebrais), nervos (nervos cranianos e espinais) e componentes linfáticos (linfonodos cervicais) e vísceras, como a faringe, a tireoide, a faringe, traqueia e o esôfago. O pescoço ainda inclui a coluna cervical, que suporta a cabeça e auxilia os órgãos dos sentidos especiais, posicionando a cabeça no espaço e deve sempre manter a linha que conecta os olhos no plano horizontal. A coluna cervical é a região sintomática mais frequente observada em práticas de fisioterapia, além da coluna lombar. Estruturas cervicais causam diferentes graus de dor e sintomas neurológicos na periferia (ombro e braço), bem como sintomas diretos na coluna cervical, náuseas e tonturas, disfagia e outras alterações.
Este capítulo abordará aspectos anatômicos e palpatórios da região cervicocraniana, evidenciando técnicas palpatórias das principais estruturas.
O crânio é o esqueleto da cabeça e é composto por duas partes: o neurocrânio e o viscerocrânio (ou esplancnocrânio). O neurocrânio envolve o encéfalo e as meninges cranianas e contém as partes proximais dos nervos cranianos e a vasculatura encefálica. O neurocrânio em adultos é formado por oito ossos: quatro ossos ímpares centralizados na linha mediana (frontal, etmoide, esfenoide e occipital) e dois pares de ossos bilaterais (temporal e parietal). A medula espinal mantém a continuidade com o encéfalo através do forame magno, uma grande abertura na base do crânio. O viscerocrânio (esqueleto facial) compreende os ossos da face e é formado por 15 ossos irregulares: três ossos ímpares (mandíbula, etmoide e vômer) e seis ossos pares bilaterais (maxilas, conchas nasais inferiores, zigomáticos, palatinos, nasais e lacrimais). Vários ossos do crânio (frontal, temporal, esfenoide e etmoide) são pneumáticos, isto é, contêm espaços aéreos, células aéreas ou seios.
Para ajudar no mapeamento dos ossos da cabeça, podemos dividir o crânio em regiões (Figura 1a). Na Figura 1b, veja os ossos que podem ser bem palpados.
Figura 1: (a) Regiões da cabeça; (b) Estruturas ósseas palpáveis da cabeça.
Fonte: adaptado de REICHERT, 2015.
Além das estruturas mencionadas acima, veja na Figura 2 as estruturas ósseas que são proeminentes e palpáveis.
Figura 2: Cabeça em leve hiperextensão. Estruturas palpáveis da face óssea.
Fonte: adaptado de REICHERT, 2015.
Os ossos parietal e temporal estão na parte lateral do crânio. O osso temporal e a mandíbula compõem a articulação temporomandibular (ATM). Veja na Figura 3 uma visão geral das estruturas laterais que podem ser palpadas.
Figura 3: Pontos e regiões palpatórias da face direita.
Fonte: adaptado de REICHERT, 2015.
Os ossos parietais e o osso occipital compõem a região posterior. O occipital é composto pelas áreas posterior (parte escamosa) e inferior (partes lateral e basilar). Também é dividido em duas áreas planas chamadas plano occipital e plano nucal. O plano nucal é coberto pelos músculos do pescoço e separado do plano occipital pela linha nucal superior. As linhas transversais e cristas, saliências e áreas encontradas no plano da nuca podem ser bem palpadas. A protuberância occipital externa (POE) é o ponto mais saliente. A posição das três cristas transversais pode ser descrita em relação à protuberância: linha nucal suprema, onde se inserem os músculos mímicos que são capazes de mover o couro cabeludo e as orelhas; linha nucal superior, onde os músculos intrínsecos são perceptíveis diretamente abaixo dessa linha (semiespinhais cervicais, esplênio da cabeça e porção descendente do trapézio); linha nucal inferior, um Dedo abaixo da POE, marca o local de inserção para os músculos profundos do pescoço (músculos retos e oblíquos).
É a junção entre os ossos temporal e mandíbula, unindo as faces articulares da fossa mandibular do osso temporal e do processo condilar da mandíbula. As duas faces articulares ósseas são totalmente separadas por fibrocartilagem, o disco articular da ATM. Movimentos permitidos nessa articulação incluem protrusão e retração, elevação e depressão da mandíbula. Para mastigar, movimentos em uma articulação temporomandibular são coordenados com o outro lado para criar uma ação de moagem. Os músculos da mastigação que atuam na ATM são o temporal, o masseter e os pterigóideos medial e lateral. O músculo temporal é um elevador poderoso da mandíbula e pode ser palpado sobre o osso temporal quando os dentes estão cerrados. O músculo masseter também é responsável pela elevação da mandíbula e pode ser sentido sobre o ramo da mandíbula quando os dentes estão cerrados. Os músculos pterigóideos medial e lateral são difíceis de serem palpados, pois estão mais profundamente localizados.
Existem vários músculos esqueléticos profundos, mistos e superficiais, distribuídos na face e no crânio. Alguns músculos mímicos da face formam esfíncteres importantes para os olhos e para a cavidade oral, e permitem que as emoções sejam refletidas através da expressão facial, como o orbicular do olho e o orbicular da boca. Muitos músculos da cabeça têm relação direta com a região do pescoço. Alguns músculos orofaciais podem ser palpados intra e extraoralmente. De todos os músculos palpáveis do crânio e da face, comentaremos aqui somente sobre os músculos mastigatórios masseter e temporal.
É dividido em partes anterior, medial e posterior. A avaliação desse músculo é essencial devido ao seu tamanho extenso e às diferentes ações das partes musculares individuais e sua referência de dor. Tem origem na linha temporal da parte escamosa do osso temporal e do osso parietal e inserção no processo coronoide da mandíbula. As partes anteriores contribuem para a protrusão e abertura da boca.
Posicione-se sentado atrás do paciente, que está sentado ou deitado. Usando a palpação extraoral comece pela região anterior das têmporas, palpando com pressão moderada perpendicular ao curso das fibras. A palpação da parte anterior começa na linha temporal da parte escamosa temporal do osso parietal. Apalpe essa parte do músculo de anterior para posterior e continue em direção à inserção do músculo no arco zigomático. Esse método é útil na localização de pontos de gatilho nas diferentes partes dos segmentos musculares. Os segmentos medial e posterior são palpados de forma semelhante. Você pode pedir para que o paciente abra a boca levemente ou cerre os dentes durante a palpação, para facilitar a diferenciação das estruturas individuais através da observação. Os dedos indicador, médio ou anelar podem ser usados para palpação na região das têmporas do paciente.
É um dos músculos mais fáceis de palpar (Figura 6). Possui uma parte superficial e uma parte profunda. Origina-se no arco zigomático e se estende até a tuberosidade massetérica no ângulo da mandíbula. Ele forma uma “tipoia” muscular no ângulo da mandíbula junto com o músculo pterigóideo medial, ambos atuando no fechamento da boca.
Posicione-se sentado próximo à cabeça do paciente no lado a ser avaliado. O paciente fica sentado ou deitado em uma mesa em posição relaxada com a cabeça ligeiramente elevada. A palpação é realizada intraoralmente, com o dedo indicador ou médio colocado por dentro da bochecha no lado vestibular, na região do ramo da mandíbula, e o polegar na parte externa da bochecha. O músculo também pode ser palpado extraoralmente na parte externa da bochecha. Para isso, o paciente pode ser solicitado a pressionar suavemente os dentes um contra o outro para a observação da saliência muscular que se forma durante essa ação e assim facilitar a palpação. Leve em consideração que às vezes dores de ouvido e de dente na área lateral da face podem ser causadas por dor referida originada no masseter.
O pescoço é a região delgada entre as clavículas e a cabeça e é uma passagem para os sistemas respiratório e gastrointestinal, bem como para estruturas neurovasculares essenciais e vísceras.
Existe uma relação neuroanatômica entre os núcleos encefálicos de vários nervos cranianos e a ampla inervação proprioceptiva dos músculos cervicais superiores e articulações cervicais. Essa relação pode gerar muitos sintomas cérvico cranianos.
A parte cervical da coluna vertebral faz parte do pescoço e possui sete vértebras e componentes articulares relacionadas a elas. Essas vértebras formam o canal vertebral que conduz à região cervical da medula espinal, região da coluna que apresenta maior mobilidade. Possui múltiplas camadas de ligamentos e músculos que mantêm o alinhamento entre a cabeça e a parte cervical da coluna vertebral como um todo. O tamanho, a forma e a localização desses músculos refletem a sua função nessa região bastante complexa. Alguns músculos que atuam sobre a cabeça e o pescoço também exercem ações em toda a coluna vertebral.
Ao longo da evolução, a coluna cervical tornou-se verticalizada e projetada especialmente para rotação, que é o movimento mais importante para os seres humanos e também o movimento com o maior alcance. A cabeça humana tem que girar com muita precisão e muitas vezes rapidamente. Isso requer muita coordenação e força para acelerar e desacelerar os movimentos.
Os sintomas associados à coluna cervical são um desafio para os profissionais no planejamento e na realização do tratamento. É preciso um conhecimento sólido da anatomia e da biomecânica e a capacidade de palpar com segurança, para desenvolver um trabalho eficaz e responsável. A avaliação terapêutica manual e o tratamento dessa região podem ser através de técnicas globais e locais, assim como também nas outras regiões da coluna vertebral.
Para entender a abordagem palpatória dessa região, você deve ter conhecimento prévio sobre a anatomia óssea, articular e muscular. Revise exaustivamente as características morfológicas e biomecânicas das vértebras e articulações, incluindo os ligamentos e os discos intervertebrais, dos músculos envolvidos, da vascularização e da inervação.
A parte óssea do pescoço inclui as sete vértebras cervicais e o osso hióide.
Pode ser palpado na face anterior do pescoço, tem forma de meia-lua, é fixado pelo ligamento estilo-hióideo e proporciona um suporte rígido para os músculos supra e infra-hióideos. Sua palpação deve ser feita com cuidado por ser frágil e não apresentar qualquer tipo de articulação com qualquer outro osso. O hióide tem localização bastante variável (Figura 7).
Posicione-se em pé à frente do paciente, que pode estar sentado ou em decúbito dorsal, com o mento elevado. Inicie a palpação pela porção central da região submentoniana, com as polpas do polegar e do indicador. Deslize seus dedos sobre a região, em sentido caudal, até encontrar uma superfície pontiaguda, que é a face ventral do osso hioide. Sem perder contato com o osso, afaste os dedos para palpar o restante do corpo e alcançar o seu corno maior.
Figura 7: (a) Vista lateral direita da face e do pescoço. O osso hióide pode ser encontrado um pouco mais superior ou inferior ao assoalho da boca, por isso não pode ser usado para determinar exatamente o nível de C3; (b) Palpação da parte ventral e (c) dos cornos maiores do osso hióide.
Fonte: adaptado de REICHERT, 2015.
Na coluna cervical, muitas estruturas ósseas, articulações e músculos podem ser diferenciadas umas das outras e palpadas. Pontos de referência importantes incluem os processos espinhosos de C2 e de C5 a C7 e as lâminas de todas as vértebras cervicais inferiores a C2. A abordagem palpatória fica facilitada pelo fato de o processo espinhoso e as lâminas de uma vértebra estarem localizados no mesmo nível. Isso é útil quando o nível exato de estruturas, por exemplo, as articulações zigapofisárias e os processos transversos estão sendo identificados. As lâminas podem ser usadas para fixar uma vértebra durante algumas técnicas de terapia manual. Revise as características específicas de cada vértebra, principalmente a atlas, a áxis e a C7.
Começaremos pela C7 (Figura 8) porque serve como ponto de referência à palpação dos processos espinhosos das demais vértebras cervicais. Posicione-se em pé, atrás do paciente que está sentado. Observe qual é o processo espinhoso mais proeminente da região cervical do paciente. Normalmente, podemos encontrar dois processos espinhosos proeminentes, que podem corresponder aos de C7 e T1; para diferenciá-los, posicione a polpa de seu indicador no processo espinhoso que você acredita ser o de C7 e a polpa do terceiro dedo da mesma mão, um dedo transverso abaixo, aproximadamente, no processo espinhoso que acredita ser o de T1. Você pode fazer também uma manobra de diferenciação entre eles: com a sua outra mão faça uma extensão passiva da cabeça do paciente; perceberá que o processo espinhoso de C7 tem tendência a se deslocar para frente, de forma mais pronunciada que o de T1; caso ainda tenha dúvida, você pode fazer a extensão da cabeça do paciente, combinada com a sua rotação, já que, frequentemente, consegue-se perceber uma maior mobilidade em rotação de C7 em relação a T1.
Figura 8: (a) Coluna cervical em flexão e as saliências evidentes dos processos espinhosos das vértebras C6 a T3; (b) Palpação da C7 (dedo indicador direito do examinador) e da T1 (dedo indicador esquerdo do examinador) com a coluna cervical em extensão.
Fonte: adaptado de TIXA, 2009; JUNQUEIRA, 2018.
Existem algumas formas de palpação dos processos transversos do atlas (Figura 9). Autopalpação – antes de palpar o paciente você pode identificar em si mesmo as laterais dessa vértebra. Deslize a polpa de seus indicadores dorsalmente ao ramo vertical da mandíbula, no sentido céfalo-caudal, para encontrar uma superfície óssea bem saliente, que é o ápice do processo transverso do atlas. A técnica dos três pontos é a seguinte: o paciente está em decúbito dorsal e você está sentado atrás dele, com cada uma das mãos em cada lado da região lateral do pescoço. Posicione as polpas dos indicadores nos ângulos mandibulares; as polpas dos quartos dedos sobre o ápice dos processos mastóideos; as polpas dos terceiros dedos cairão entre esses pontos. A palpação deverá ser bem suave, já que os processos transversos tornam-se dolorosos às pressões muito fortes. A maior parte dos músculos rotadores e flexores laterais da cabeça se insere no processo transverso do atlas.
Figura 9: (a) Relações topográficas do processo transverso direito de C1: anterior ao músculo esternocleidomastóideo, inferior ao meato acústico externo e posterior ao ramo da mandíbula; (b) o dedo indicador direito esquerdo do examinador pressiona o processo transverso de C1; (c) abordagem palpatória usando os três dedos.
Fonte: adaptado de REICHERT, 2015; JUNQUEIRA, 2018.
É o primeiro processo espinhoso palpável a partir do atlas (Figura 10); primeira possibilidade: a posição do paciente é sentada e você de pé, atrás dele. Palpe a protuberância occipital externa e desça os dedos, no mesmo alinhamento vertical, até encontrar uma saliência óssea que corresponde ao processo espinhoso da áxis. Se o paciente fizer uma leve flexão da cabeça, o processo espinhoso dessa vértebra ficará mais saliente e na extensão ele tenderá a sumir. Segunda possibilidade: posicione-se sentado atrás do paciente que está em decúbito dorsal. Posicione a polpa dos seus dedos da seguinte forma: o quarto dedo sobre a protuberância occipital externa; o terceiro dedo a um dedo transverso, abaixo do quarto dedo no mesmo alinhamento longitudinal; o segundo dedo a um dedo transverso abaixo do terceiro dedo. Mantenha o alinhamento longitudinal para palpar o processo espinhoso da áxis.
Figura 10: (a) e (b) Mão esquerda do examinador indicando o processo espinhoso da Áxis; dedo indicador esquerdo do examinador indicando a protuberância occipital externa; (c) identificação do processo espinhoso de C2 usando os quatro dedos.
Fonte: adaptado de REICHERT, 2015; JUNQUEIRA, 2018.
Posicione-se em pé ou sentado atrás do paciente, que está sentado ou em decúbito ventral. Identifique o processo espinhoso de C7 (Figura 8). Desloque o seu dedo, em sentido cranial, no mesmo alinhamento vertical, para palpar os outros processos espinhosos cervicais. Você poderá palpá-los em “forma de pinça”, com o polegar e o indicador, para melhor facilitar as suas identificações. O mesmo procedimento de identificação e contagem dos processos espinhosos de C6 a C2 pode ser feito em decúbito dorsal, após ter sido realizada a identificação do processo espinhoso de C7, na posição sentada. Em decúbito dorsal é melhor iniciar a contagem pelo processo espinhoso de C2, já que a sua identificação, nessa posição, torna-se mais fácil do que a de C7.
Os processos articulares estão situados aproximadamente a dois dedos transversos do processo espinhoso correspondente (Figura 11). Posicione-se em pé, atrás do paciente que está sentado, e coloque as polpas dos dedos lateralmente às fibras superiores do músculo trapézio, em cada lado do pescoço. Aprofunde a palpação até perceber que entrou em contato com estruturas ósseas, que parecem pequenos nódulos, um pouco convexos. Siga acompanhando no sentido cefalocaudal e você perceberá que está palpando a coluna formada pelos processos articulares das vértebras cervicais.
Figura 11: (a) e (b) Palpação direta dos processos articulares cervicais.
Fonte: adaptado de JUNQUEIRA, 2018.
Na palpação dos processos transversos cervicais (Figura 12), as polpas dos dedos estarão sempre posicionadas dorsalmente ao músculo esternocleidomastóideo; os processos transversos das vértebras cervicais podem ser mais difíceis de identificar do que os processos articulares. Mesmo assim, você pode perceber nitidamente que eles são superfícies ósseas pontiagudas. Realize a palpação de forma suave, pois pode ser dolorosa para o paciente. Os processos transversos estão a um dedo transverso, aproximadamente, anterolateralmente aos processos articulares correspondentes. Posicione-se em pé ou sentado, atrás do paciente, que está sentado ou em decúbito dorsal. Com as mãos “em forma de gancho”, desloque as polpas de seus dedos, aproximadamente um dedo transverso, lateralmente e à frente, para encontrar os processos transversos cervicais.
Figura 12: (a) e (b) Palpação direta dos processos transversos das vértebras cervicais; (c) Dedo indicador direito do examinador indicando o processo transverso de C3 e sua relação com o músculo esternocleidomastóideo
Fonte: adaptado de REICHERT, 2015; JUNQUEIRA, 2018.
A região do pescoço apresenta grande quantidade de ligamentos, principalmente intervertebrais. Comentaremos aqui somente sobre o ligamento nucal.
É um ligamento craniocervical (Figura 13) que se fixa na protuberância occipital externa e se estende inferiormente aos processos espinhosos de C2 a C7. Palpe a fossa suboccipital aplicando uma leve pressão. Peça para o paciente mover a coluna em extensão e flexão alternadas. Quando a coluna é flexionada, todo o ligamento é colocado sob tensão e empurra o dedo palpador para fora da fossa. Durante a extensão ativa, veja se você consegue sentir os ventres tensionados dos músculos semiespinal da cabeça direita e esquerda. O terapeuta pode acompanhar o ligamento da nuca, já que ele se estende superiormente até seu ponto de fixação no crânio colocando alternadamente o ligamento sob tensão e relaxando-o. Esse método também é usado para verificar a posição exata da protuberância occipital externa.
Os músculos esqueléticos da região do pescoço incluem os músculos cutâneos e superficiais (platisma, esternocleidomastóideo e trapézio), os músculos extrínsecos da laringe (supra e infra-hióideos), os músculos intrínsecos da laringe, os músculos pré-vertebrais anteriores (como o escaleno anterior) e laterais (como os escalenos médio e posterior, o levantador da escápula e o esplênio da cabeça) e os músculos da faringe.
Na região do pescoço, o músculo mais superficial é o platisma, cuja extensão varia muito entre os indivíduos. O esternocleidomastóideo divide o pescoço nos triângulos anterior e posterior. Os músculos do triângulo anterior são descritos em relação à sua posição em relação ao osso hióide: supra-hióideo ou músculos infra-hióideos. Os músculos supra-hióideos agem para elevar o osso hióide, por exemplo, durante a deglutição. Os músculos infra-hióideos deprimem o osso hióide. Músculos do triângulo posterior incluem os três músculos escalenos. O plexo braquial e a artéria subclávia passam entre os músculos escalenos anterior e médio, que são de importância clínica.
É preciso que você revise as inserções de origem, a inserção terminal e as ações de cada músculo, para então poder avançar na identificação palpatória dos mesmos.
Fazem parte desse grupo os músculos esterno-tireóideo, esterno-hióideo, tireo-hioideo e omo-hióideo. A palpação individualizada desses músculos é bastante difícil, por isso pode ser necessário ter, além do conhecimento anatômico da região, um bom modelo para palpar, de preferência um indivíduo magro. O músculo tireo-hióideo está localizado profundamente ao esterno-hióideo e, por ser muito pequeno, torna impossível a palpação.
Está praticamente encoberto pelo músculo esterno-hióideo; é possível realizar a palpação direta do músculo em sua porção mais caudal. Apesar de poder ser palpado diretamente, é muito difícil sentir sua contração. Posicione-se atrás do paciente, que está sentado. Posicione a polpa de seu terceiro dedo sobre a incisura jugular do paciente. A partir dela, deslize o dedo em sentido cranial, no mesmo alinhamento vertical. Posicione o indicador da mesma mão logo abaixo do terceiro dedo. Desloque seus dedos ligeiramente em sentido lateral para palpar a borda medial do músculo esterno-tireoideo. Para melhor sentir esse músculo, você pode colocar a sua outra mão no queixo do paciente e pedir-lhe que abaixe a mandíbula. Assim é provável que você sinta uma leve tensão do músculo sob a polpa de seu indicador (Figura 14).
Você pode palpar diretamente esse músculo (figura 15), posicionando-se em pé, de frente para o paciente, que está sentado. Posicione a polpa do indicador de sua mão contralateral à palpação, lateralmente à região entre as cartilagens tireoide e cricoide (Figura 27) e afaste um pouco a borda anterior do músculo esternocleidomastóideo. Peça para o paciente abrir a boca e a sua outra mão irá resistir ao abaixamento da mandíbula. Sob o seu indicador, você vai poder sentir a tensão do esterno-hióideo.
Figura 15: (a) Músculo esterno-hióideo (1); (a) Palpação direta do músculo.
Fonte: TIXA, 2009; JUNQUEIRA, 2018.
Posicione-se em pé, atrás ou à frente do paciente que está sentado. Eleve o ombro do paciente com uma de suas mãos. A sua outra mão irá resistir ao abaixamento da mandíbula. Tente observar atrás da borda posterior do músculo esternocleidomastóideo, em seu terço caudal, o ventre inferior do omo-hióideo. Caso esteja visível, você pode palpá-lo com o indicador que estava no ombro do paciente (Figura 16).
Figura 16: (a) Ventre inferior do músculo omo-hióideo (6) entre os pontos de referência: músculo esternocleidomastóideo (2), bordas do triângulo posterior do pescoço (3), triângulo occipital (4), músculo trapézio (5), triângulo omoclavicular (7), cabeça clavicular do esternocleidomastóideo (8), cabeça esternal do esternocleidomastóideo (9), fossa supraclavicular (10). (b) Músculo omo-hióideo ventre superior (d) e ventre inferior (e) e as referências ao seu redor: tireo-hióideo (a), esterno-tireóideo (b), esterno-hióideo (c). (c) Palpação do ventre inferior do omo-hióideo.
Fonte: adaptado de TUNSTALL, 2012; CAEL, 2013; JUNQUEIRA, 2018.
Fazem parte desse grupo os músculos gênio-hióideo, milo-hióideo, digástrico e estilo-hioideo. Os músculos gênio-hióideo e estilo-hióideo não podem ser distinguidos pela palpação.
Através da palpação direta, posicione-se de pé, atrás do paciente, que está sentado. Posicione as polpas de seus dedos na região submentoniana do paciente, aproximadamente a dois dedos transversos lateralmente à rafe mentoniana (situada na linha mediana da região entre o mento e o osso hioide); peça para o paciente deglutir e perceba a contração do digástrico sob seus dedos (Figura 17).
Figura 17: Músculo digástrico. (a) Ventre anterior e posterior (o ventre anterior sendo palpado intraoralmente); (b) Palpação extraoral do ventre anterior; palpação intraoral do ventre anterior; (c) palpação extraoral do ventre anterior; (d) palpação extraoral do ventre posterior.
Fonte: adaptado de REICHERT, 2015; JUNQUEIRA, 2018.
Usando a palpação direta, fique de pé, atrás do paciente, que está sentado. Trace uma linha imaginária entre a região média do mento e o osso hioide. Posicione as polpas de seus dedos lateralmente à linha imaginária, para se posicionar sobre a região mais medial do músculo milo-hióideo e para não correr o risco de palpar o ventre anterior do músculo digástrico, que se situa sobre o milo-hióideo. Então, peça ao paciente que abaixe a mandíbula ou boceje ou degluta. Você perceberá a tensão do milo-hióideo (Figura 18).
É um dos músculos mais longos e superficiais do pescoço e pode ser facilmente palpado (Figura 19). Se estende do processo mastoide ao manúbrio (cabeça esternal) e ao terço medial da clavícula (cabeça clavicular). Fique de pé em frente ao paciente, que está sentado. Apoie seu polegar sobre a extremidade esternal da clavícula, posicionando o indicador medialmente a ele. Peça ao paciente que rode a cabeça para o lado oposto e perceba, entre os seus dedos, uma saliência cilíndrica, que é o tendão conoide (Figura 19b).
A borda posterior do ECM (Figura 19c) é o limite anterior da região cervical lateral ou trígono cervical posterior (ou triângulo posterior) e também pode ser palpada diretamente com o paciente sentado ou em pé. Posicione-se atrás do paciente. Coloque as polpas dos dedos de sua mão contralateral à palpação, na região posterior do pescoço do paciente. Agora, deslize seus dedos de forma superficial, em direção à região anterolateral do pescoço até encontrar uma “massa muscular” oblíqua, que representa a borda posterior do ECM.
A borda anterior (Figura 19d) é o limite posterior do triângulo anterior do pescoço e é palpada diretamente com o paciente sentado ou em pé. Posicione-se em frente ao paciente. Coloque as polpas dos dedos de sua mão no terço médio da linha mediana do pescoço do paciente. Deslize os seus dedos lateralmente até encontrar outra “massa muscular”, que é a borda anterior do ECM. Caso você não consiga identificá-la, peça ao paciente que rode a cabeça para o lado oposto à palpação, com uma pequena extensão (elevação do queixo) e inclinação para o mesmo lado. Assim você sentirá a contração do ECM.
O grupo dos escalenos é composto por três músculos: anterior, médio e posterior, localizados na região lateral do pescoço. Há uma "abertura” para acessar os escalenos entre a margem anterior do trapézio superior e a margem posterior do esternocleidomastóideo. Esses grandes músculos atuam em conjunto para flexionar lateralmente e estabilizar a cabeça e o pescoço. Também constituem uma camada que protege estruturas mais profundas, como a artéria subclávia e o plexo braquial. O escaleno anterior flexiona e roda a cabeça e o pescoço enquanto os outros escalenos realizam a flexão lateral.
A palpação desse músculo é com o paciente sentado e você se posicionando em pé, ao lado dele. Coloque as polpas de seus dedos lateralmente à porção clavicular do músculo esternocleidomastóideo. Com a sua outra mão, resista à inclinação da cabeça para o mesmo lado. Você sentirá a tensão do escaleno anterior. Nessa palpação, poderá ser observado o pulso da artéria subclávia, que se situa entre o escaleno anterior e o médio (Figura 20).
O paciente posiciona-se sentado e você em pé, ao seu lado. Coloque as polpas de seus dedos atrás da borda posterior do músculo esternocleidomastóideo, no nível de C4 a C6. Para se situar em relação ao nível de C4 a C6, você poderá iniciar a palpação pelas cartilagens tireoidea e cricoidea (Figura 26) e deslocar os seus dedos, dorsalmente, num mesmo alinhamento horizontal. Peça ao paciente que realize a inclinação da cabeça do mesmo lado da palpação e resista a esse movimento (Figura 21).
Figura 21: (a) Massa muscular dos corpos musculares dos músculos escalenos médio e posterior (1); músculo omo-hióideo, ventre inferior(2); cabeça clavicular do músculo esternocleidomastóideo (3); cabeça esternal do músculo esternocleidomastóideo (4); músculo levantador da escápula (5); músculo esternocleidomastoideo (6); parte cervical do músculo trapézio (7); músculo esplênio do pescoço (8). (b) Palpação das cartilagens tireoidea e cricóidea para localizar os escalenos.
Fonte: adaptado de TIXA, 2009; JUNQUEIRA, 2018.
Pode ser palpado diretamente (Figura 22). Posicione-se em pé de frente para o paciente que pode estar sentado ou em pé. Peça a ele que abaixe os cantos dos lábios e os tracione lateralmente ou que faça uma expressão de pavor ou horror. A tensão do platisma poderá ser visualizada e o músculo poderá ser palpado.
Está localizado de forma profunda na região posterior do pescoço (Figura 23). Apesar de não ser possível a palpação em toda a sua extensão, consegue-se realizar a palpação indireta, próximo à sua inserção cranial, por meio das fibras do músculo trapézio. É necessário simular a sua ação, para que a tensão de suas fibras possa ser percebida na profundidade. Com o paciente sentado, posicione-se em pé, atrás dele. Posicione o indicador aproximadamente a um dedo transverso abaixo e lateralmente à protuberância occipital externa. Com a sua outra mão posicionada na região posterior da cabeça do paciente, resista à sua extensão combinada com a rotação para o lado contrário. Você saberá que, profundamente, as fibras do semiespinal da cabeça se contrairão, e talvez possa sentir a sua tensão ao mesmo tempo que o músculo trapézio.
O esplênio da cabeça (Figura 24) pode ser palpado indiretamente e situa-se sob o trapézio e a porção cranial do esternocleidomastóideo Posicione-se em pé, atrás do paciente, que está sentado. Posicione a polpa de seu indicador no espaço entre a borda lateral do trapézio e a borda posterior do esternocleidomastóideo, na parte superior da nuca, aproximadamente a dois ou três dedos transversos abaixo do osso occipital. Peça ao paciente fazer extensão, inclinação e rotação da cabeça para o mesmo lado e faça sua mão resistir à esses movimentos, posicionando a sua outra mão na região superior da cabeça. Você poderá sentir a tensão do esplênio da cabeça sob a polpa de seu indicador.
Muitas alterações mecânicas do funcionamento da escápula e da clavícula podem gerar o espasmo desse músculo. Nesse caso, é comum que à palpação o profissional ouça um som seco e perceba que seus feixes “saltem” sob seus dedos. Existem algumas possibilidades de palpação. Apenas uma será descrita a seguir: posicione-se em pé atrás do paciente, que está sentado. Peça que ele eleve e coloque o ombro levemente para trás. Posicione a sua mão na cabeça do paciente do mesmo lado da palpação. Peça então para que ele incline a cabeça para esse mesmo lado. Resista sua mão a esse movimento. Agora, com as polpas dos dedos da mão contralateral à palpação, palpe o elevador da escápula, que estará anterior ao trapézio e dorsal ao esternocleidomastóideo (Figura 25).
As estruturas anteriores como a glândula tireoide, a laringe e a traqueia podem ser palpadas e permitem que o profissional identifique o nível das vértebras cervicais individuais com mais segurança. É por isso que, por exemplo, o osso hióide e a laringe estão incluídos na orientação durante a palpação. Se for difícil localizar a lâmina de uma vértebra e se você quer garantir que estruturas sejam localizadas corretamente, uma estrutura anterior do mesmo nível pode ser usada para a identificação. Vale também a situação inversa: você pode usar uma vértebra para localizar mais precisamente uma estrutura cervical anterior.
Normalmente está localizada entre os níveis das vértebras C5 e T1 e possui dois lóbulos unidos por um istmo, que é anterior aos segundo e quarto anéis traqueais (Figura 26). A tireoide localiza-se na superfície anterior da laringe e da traquéia e se estende posteriormente onde encontra-se lateral à faringe e ao esôfago. Anteriormente é coberta pelos músculos infra-hióideos. Durante um exame clínico, posicione-se atrás do paciente que está sentado ou em pé e coloque os dedos sobre a glândula. Peça para o paciente engolir a saliva. Você sentirá que a glândula se move para cima quando o paciente faz esse movimento. Uma glândula tireoide aumentada pode caracterizar bócio e pode se estender para o mediastino superior.
Figura 26: Vista anterior do pescoço, representando a laringe, a traqueia e a glândula tireoide. Corpo do osso hióide (1); membrana tireo-hióidea (2), lâmina de cartilagem tireoide (3), proeminência laríngea (4), membrana cricotireóidea (5), cartilagem cricóide (6), glândula tireóide (7), esternocleidomastóideo (8), traqueia (9).
Fonte: adaptado de TUNSTALL, 2012.
É uma estrutura cartilaginosa na parte anterior do pescoço que é contínua inferiormente com a traqueia (Figura 26). É fixada superiormente por uma membrana ligamentar ao osso hióide e consiste em três cartilagens ímpares: tireoide, cricoide e epiglote e três cartilagens pares menores: aritenóides, corniculadas e cuneiformes. A cartilagem tireoide pode ser palpada na linha média. Nos homens, a proeminência laríngea (pomo de Adão) pode ser visualizada. Inferior à cartilagem tireoide está a cartilagem cricoide que, com a pressão dos dedos, pode ser palpada (Figura 27).
Os linfonodos superficiais da cabeça e pescoço (Figura 28) drenam para uma série de linfonodos superficiais localizados ao longo da linha pericraniocervical, veia jugular externa e região supraclavicular. A linfa da cabeça e do pescoço eventualmente drena para o colo cervical profundo. A linfadenopatia pode resultar de infecção na cabeça e no pescoço ou processos tumorais, portanto, o exame sistemático de todos os linfonodos e o conhecimento dos tecidos que drenam é muito importante. Já linfonodos cervicais profundos situam-se ao longo das veias jugulares, principalmente profundos ao esternocleidomastóideo. Eles são frequentemente separados em grupos superiores e inferiores ou grupos superior, médio e inferior de acordo com suas posições relativas. Os linfonodos jugulodigástricos são frequentemente sentidos como uma massa firme posterior ao ângulo mandibular e podem ser desiguais em tamanho ao comparar o lado esquerdo com o direito, especialmente após infecção da parte superior do trato respiratório.
Figura 28: Linfonodos da cabeça e do pescoço: parotídeos (1), pré-auriculares (2), occipitais (3), mastoides (4), jugulodigástrico (grupo cervical superior profundo) (5), glândula submandibular (6), submandibulares (7), submentonais (8), veia jugular interna (9), juguloomo-hióideos (grupo cervical inferior profundo) (10), músculo esternocleidomastóideo (11), supraclaviculares (12) e veia axilar tornando-se a veia subclávia proximalmente (13).
Fonte: adaptado de TUNSTALL, 2012.
A inervação cutânea da cabeça é constituída por nervos cranianos e nervos cervicais. Anteriormente às orelhas, a face é suprida pelo nervo trigêmeo (V), que é dividido em três ramos: oftálmico (V1), maxilar (V2) e mandibular (V3). A inervação em cada uma dessas regiões pode ser testada clinicamente tocando levemente a pele. O músculo occipitofrontal e sua aponeurose é parte do couro cabeludo e é inervada pelo nervo facial (C7). Entre os nervos que inervam o couro cabeludo posterior às orelhas estão os grandes auriculares (C2, C3), occipital menor (C2), occipital maior (C2) e terceiro occipital (C3).
A abordagem é idêntica à descrita para a artéria carótida comum (Figura 30). Percebe-se por meio da cabeça clavicular do esternocleidomastóideo um “cordão” cilíndrico, apontado pelo indicador do profissional na Figura 29. O plexo braquial passa juntamente com a artéria subclávia entre o músculo escaleno anterior e o músculo escaleno médio (Figura 29).
Observe a cabeça clavicular do músculo esternocleidomastóideo e peça ao paciente que realize rotação controlateral da cabeça (rotação para o lado oposto ao músculo analisado). Coloque os dedos em uma ampla posição, repousando sobre o terço médio da clavícula, pela cabeça clavicular do esternocleidomastóideo: o pulso da artéria será percebido sob seus dedos. Essa artéria passa logo atrás do músculo escaleno anterior (Figura 30).
O pulso da carótida pode ser tomado anterior e medialmente à cabeça esternal do músculo esternocleidomastóideo ou posterior e lateralmente à mesma cabeça muscular. Toma-se o pulso da carótida apenas um lado por vez para não interromper completamente a circulação cerebral. Toque com bastante leveza na artéria, pois placas ateromatosas eventualmente presentes podem se desprender e provocar embolia cerebral (Figura 30).
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Coordenação e Revisão Pedagógica: Claudiane Ramos Furtado
Design Instrucional: Luiz Specht e Gabriela Rossa
Diagramação: Vinicius Ferreira e Luiz Specht
Fotos e filmagem: Matheus von Mühller Prates
Ilustrações: Marcelo Germano
Revisão ortográfica: Ane Arduim