INFRAESTRUTURA DE COMUNICAÇÃO - TOPOLOGIAS E MEIOS FÍSICOS

Prof. Alexandre Timm Vieira

Nesta unidade temática, você vai aprender

  • Abordar as principais topologias de redes;

  • Diferenciar topologias físicas e lógicas;

  • Entender sobre meios físicos de transmissão.

Introdução

Nesta aula, serão examinadas as diversas topologias usadas em redes a partir de uma perspectiva matemática. Depois, será aprendido como uma topologia física descreve o plano para cabear os dispositivos físicos. Finalmente, será apresentado como uma topologia lógica flue as informações por uma rede para determinar onde as colisões podem ocorrer.

Também iremos aprender os diferentes tipos de meios de transmissão usados na camada física, incluindo o cabo de par trançado blindado e não blindado, o cabo coaxial fino e grosso e o cabo de fibra óptica monomodo e multímodo, além dos meios não guiados.

Dessa forma, aprenderemos como as especificações de cabo e as topologias de rede podem ajudar a determinar o desempenho e a confiabilidade da rede de computadores.

Topologias de Redes

O termo topologia pode ser considerado como "o estudo do local".

Uma rede pode ter um tipo de topologia física e um tipo completamente diferente de topologia lógica.

A topologia física de uma rede descreve o layout dos meios de transmissão da rede (como eles se pareceriam se fizesse uma tomada aérea deles). Todas as topologias físicas diferentes apresentam características próprias em termos de desempenho, facilidade de instalação, diagnóstico e solução de problemas e reconfiguração.

As topologias lógicas, por outro lado, descrevem como os sinais passam entre os computadores ligados em rede ou como as informações passam de um nó A para outro B.

Todas as conexões de rede são compostas por dois tipos de blocos estruturais:

  • Conexões multiponto

  • Conexões ponto a ponto

As conexões multiponto, realizam a comunicação de dados, através de um segmento (canal único) de comunicação, de um nó para vários outros ao mesmo tempo. Todos os dispositivos ligados por uma conexão multiponto compartilham o mesmo meio de transmissão.

As conexões ponto-a-ponto, como o nome mesmo diz, realizam a comunicação de dados diretamente de um nó para o outro, sem a necessidade de nós intermediários. Quando dois dispositivos são conectados por um link (enlace) ponto a ponto, eles têm exclusividade para ocupação do meio de transmissão.

Várias são as estratégias de topologia, embora as variações sempre derivem de três topologias básicas que são as mais frequentes empregadas: (1) Barramento, (2) Anel e (3) Estrela.

Barramento

A topologia de barra se caracteriza pela ligação de estações (nós) ao mesmo meio de transmissão. A barra é geralmente compartilhada no tempo ou na frequência permitindo a transmissão de informações. Ao contrário das outras topologias que são configurações ponto a ponto, a barra tem uma configuração multiponto (isto é, mais de que dois dispositivos estão conectados ao meio de comunicação).

Perspectiva lógica

Uma topologia de barramento permite que todos os dispositivos de rede vejam todos os sinais de todos os outros dispositivos, o que pode ser uma vantagem se você desejar que todas as informações vão para todos os dispositivos. No entanto, isso pode ser uma desvantagem porque os problemas de tráfego e colisões são comuns.

Perspectiva física

Cada nó é conectado a um fio comum. Uma vantagem dessa topologia é que todos os dispositivos estão conectados uns aos outros e, portanto, podem comunicar-se diretamente. Uma desvantagem dessa topologia é que um rompimento no cabo desconecta os nós uns dos outros.

Anel

A topologia em anel se assemelha a um círculo fechado utilizando, em geral, ligações ponto a ponto (nós e links) que operam em um único sentido de transmissão, com cada nó conectado a apenas dois nós adjacentes. O sinal circula o anel até chegar ao destino.

Perspectiva física: a topologia mostra todos os dispositivos conectados diretamente uns aos outros, o que é chamado de interligação de equipamentos em cascata.

Perspectiva lógica: para que as informações fluam, cada estação tem de passar as informações à sua estação adjacente.

É uma topologia com grande limitação quanto a sua expansão pelo aumento de “retardo de transmissão” (intervalo de tempo entre início e chegada do sinal ao nó destino).

Estrela

Uma topologia em estrela tem um nó central do qual todos os links ligados aos outros nós se irradiam. Cada nó é interligado a um nó central (mestre), através do qual todas as mensagens devem passar. Tal nó age, assim, como centro de controle da rede, interligando os demais nós (escravos) que usualmente podem se comunicar apenas com um outro nó de cada vez. Isso não impede que haja comunicações simultâneas, desde que as estações envolvidas sejam diferentes.

Perspectiva física

Uma topologia em estrela tem um nó central do qual todos os links se irradiam. Sua vantagem principal é permitir que todos os outros nós se comuniquem uns com os outros, convenientemente. Sua principal desvantagem é que se o nó central falhar a rede inteira fica desconectada. Dependendo do tipo de dispositivo de rede usado no centro da rede em estrela, as colisões podem ser um problema.

Perspectiva lógica

o fluxo de todas as informações passaria por um dispositivo. Isso pode ser desejável por razões de segurança ou de acesso restrito, mas seria muito suscetível a qualquer problema no nó central da estrela.

Nó central com transmissão lógica ponto a ponto

Nesta topologia o nó central é o único distribuidor propriamente dito nesse tipo de rede. Todos os pacotes passam pelo nó central que faz a verificação do destinatário e a retransmissão para levar o pacote diretamente até o nó de destino. Caracteriza-se por uma topologia lógica realmente Estrela.

Nó central com transmissão lógica multiponto (broadcast)

Neste caso, o nó central sempre realiza o broadcast (difusão - envio dos pacotes recebidos para todos os nós). Caracteriza-se por uma topologia lógica em Barramento. É diferente da estrela para canais ponto a ponto, onde o nó central envia o pacote exclusivamente para o nó destino.

Estrela Estendida

Uma topologia em estrela estendida é igual a uma topologia em estrela, exceto pelo fato de que cada nó vinculado ao nó central é, também, o centro de outra estrela.

Celular

A topologia celular consiste em áreas circulares ou hexagonais, cada uma tendo um nó individual no centro.

Perspectiva física: a topologia celular é uma área geográfica dividida em regiões (células) para fins de tecnologia sem fio. Não há links físicos em uma topologia celular, apenas ondas eletromagnéticas.

Perspectiva lógica: as tecnologias celulares comunicam-se umas com as outras diretamente ou comunicam-se apenas com suas células adjacentes, o que é muito ineficiente. Como regra, as topologias baseadas em celular são integradas a outras topologias, independentemente de usarem a atmosfera ou satélites.

Meios Físicos de Transmissão

Da mesma forma que uma casa precisa ter uma base antes de ser construída, a rede também precisa ter uma base na qual possa ser construída. No modelo de referência OSI, essa base é chamada de camada 1 ou de camada física.

A camada física define as especificações elétricas, mecânicas, funcionais e de procedimentos para ativar, manter e desativar o link físico entre sistemas finais.

O meio físico divide-se em duas categorias: meios guiados e meios não guiados. Nos meios guiados, as ondas são guiadas ao longo de um meio sólido, tal como um cabo de fibra óptica ou fios metálicos. Nos meios não guiados, as ondas se propagam na atmosfera e no espaço, como, por exemplo, em um canal por satélite ou em um sistema CDPD (cellular digital packet data) para telefonia celular.

Ambos os meios físicos tornam-se fatores críticos no desempenho de uma rede de computadores. A elevada frequência de alteração na posição dos pontos de rede, a inclusão de novos pontos, a crescente demanda por transmissões mais velozes e locais mais distantes, tudo isso, com o decorrer do tempo, faz com que a escolha do cabeamento se torne um elemento crucial na definição da qualidade do serviço prestado por uma rede.

Os profissionais diretamente envolvidos nessa área têm uma preocupação muito importante: manter-se atualizados quanto às novas tecnologias e aos novos materiais introduzidos no mercado com uma grande frequência.

Você Sabia?

Os meios de transmissão são a conexão física entre as estações da rede e servidores. Geralmente diferem com relação a:

  • Banda passante (velocidade de transmissão suportada);

  • Potencial para conexão ponto a ponto ou multiponto;

  • Limitação geográfica devido à atenuação característica do meio;

  • Imunidade a ruídos;

  • Custo;

  • Disponibilidade de componentes;

  • Confiabilidade.

Cabeamento Par Trançado

O meio de transmissão mais barato e mais usado é o par de fios de cobre trançados, que vem sendo usado há mais de cem anos nas redes de telefonia. De fato, grande parte das fiações de conexão de aparelho telefônicos à central telefônica local utilizam o par de fios de cobre trançados.

Todos já viram um par de fio trançado em casa ou no local de trabalho. O par trançado é constituído de dois fios de cobre isolados, cada um com aproximadamente um milímetro de espessura, e enrolados em espiral, conforme figura abaixo. Os fios são trançados para reduzir a interferência elétrica de pares semelhantes que estejam próximos pelo efeito de cancelamento.

Normalmente, uma série de pares é conjugada dentre de um cabo, isolando-se os pares com material isolante.

Mais popular, normalmente a melhor opção. Sua principal desvantagem é ser passível a interferências elétricas e de rádio.

Par trançado blindado é mais apropriado para situações com interferência elétrica, porém este tipo de cabo é mais volumoso e caro.

Pode os mesmos serem UTP (pares trançados sem blindagem) ou STP (pares trançados com blindagem). Um par de fios constitui um único canal de comunicação.

O par de fio trançado sem blindagem (UTP – unshield twisted pair) é comumente usado em redes de computadores locais, isto é, LANs. As taxas de transmissão de dados para as LANs de hoje que usam UTP estão na faixa de 10 Mbps a 100 Gbps no comprimento máximo de 100 metros suportado pelo cabo.

Ele também é comumente usado em redes WAN de acesso à Internet em conexões residências com modens discados e redes ISDN e ADSL que também usam par trançado com taxas normalmente até 100 Mbps.

Há dois tipos de cabo UTP, o UTP rígido e o UTP flexível.

No flexível é utilizado um núcleo de cobre multifios em cada fio do par trançado.

No rígido é utilizado um único fio de cobre por fio par. O cabo rígido tem uma atenuação de sinal inferior ao cabo flexível.

O UTP rígido é utilizado no cabeamento permanente, passando por dutos e canaletas, sendo toda a malha de cabos que serve as estações de trabalhos, saindo das tomadas de interconexão e chegando às salas de telecomunicações ou armários de distribuição. O UTP flexível liga diretamente a estação de trabalho à tomada de interconexão da rede.

O cabo STP (shield twisted pair), utiliza a blindagem para reduzir a interferência eletromagnética e de radiofrequência.

Esse cabo tem aplicação em ambientes ruidosos que exijam, além da proteção magnética proporcionada pelos pares trançados, uma proteção elétrica e eletromagnética. A proteção é proporcionada pelas blindagens que envolvem cada par trançado ou o cabo como um todo. A blindagem também minimiza problemas decorrentes de diafonia entre pares.

Os cabos STP se baseiam na utilização de uma blindagem em volta de todos os cabos para proporcionar proteção contra ruídos elétricos, como também especifica uma blindagem entre os pares e as tranças, a fim de reduzir a diafonia entre os pares.

Trata-se de uma estrutura realmente reforçada, conforme figura ao lado.

Os cabos blindados se dividem em quatro categorias:

  • FTP - Foiled Twisted Pair

  • STP - Shielded Twisted Pair

  • SSTP - Screened Shielded Twisted Pair

  • SFTP - Screened Foiled Twisted Pair

Categorias de cabos par trançado

As categorias do cabeamento par trançado são normalmente definidas pela norma ANSI/TIA/EIA-568 desde 1995 e são relacionadas da seguinte forma:

  • Categoria 1 1 Mbps (Apenas Voz - Cabos telefônicos)

  • Categoria 2 4 Mbps (Redes do tipo Apple Local Talk)

  • Categoria 3 10 Mbps (Apropriado para Ethernet)

  • Categoria 4 20 Mbps (Próprio de Token Ring 16 Mbps)

  • Categoria 5 100 Mbps (Apropriado para Fast Ethernet)

  • Categoria 5E 155 Mbps (Tecnologia Fast Ethernet e ATM)

  • Categoria 6 1 Gbps (Tecnologia Gigabit Ethernet)

    • Categoria 6A 10 Gbps (Tecnologia 10Gigabit Ethernet)

  • Categoria 7 10 Gbps (Tecnologia 10Gigabit Ethernet)

  • Categoria 7A 100 Gbps (Tecnologia 100Gigabit Ethernet)

  • Categoria 8.1 40 Gbps (Tecnologia 40 Gigabit Ethernet)

  • Categoria 8.2 40 Gbps (Tecnologia 40 Gigabit Ethernet)

Infográfico

Referências

FOROUZAN, Behrouz A. Comunicação de Dados e Redes de Computadores. 3.ed. Bookman, 2006.

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SOARES, Luiz Fernando Gomes. Redes de computadores: das LANS, MANS e WANS as redes ATM. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 705 p.

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TANENBAUM, Andrew S. Redes de Computadores. 5-Ed. Campus, 2011.

Créditos

Coordenação e Revisão Pedagógica: Claudiane Ramos Furtado

Design Instruncional: Luiz Specht

Diagramação: Marcelo Ferreira

Ilustrações: Rogério Lopes

Revisão ortográfica: Ane Arduim