Após um processo eleitoral que dividiu o Uruguai, em 2019, o novo Governo tem se mostrado um grande combatente da Pandemia de Covid-19, tendo um plano de contingência criado pelo governo Vázquez (governo anterior ao atual) [1]. No dia 13 de março, o Ministério da Saúde confirma os quatro primeiros casos de Covid-19 no país [2], nesse momento, o governo passa a declarar oficialmente a crise pública de saúde no Uruguai [3].
O atual governo apelou à responsabilidade social ao lançar a campanha “Operação Todos em Casa”, que funcionou como uma recomendação que os cidadãos evitassem suas saídas e respeitassem o distanciamento social [5]. Além disso, o governo lançou um projeto de estímulo a quem havia perdido o emprego ou teve redução salarial, da mesma maneira, o Estado decidiu reduzir (pelo mesmo período) os salários dos funcionários públicos e aposentados [5].
Em seis meses de Pandemia, em junho de 2020, o acumulado do país registrava 22 vítimas fatais e 803 casos positivos [1]. Diversos estudiosos destacam que não existiria uma única diretriz adotada pelo governo uruguaio, mas a união de todos os atores-chaves foi essencial [4]. Outro fator importante é a baixa densidade demografia do país – uma baixa densidade populacional favorece o controle de surtos epidêmicos [4].
Em uma perspectiva ampla, o país está acolhendo as diretrizes cientificas e institucionais, e colhendo os frutos positivos de sua longa solidez institucional, com grande “ênfase no bem-estar econômico, coesão e liberdade individual com responsabilidade social”, como aponta o IMF (2020) [6]. O Fundo Monetário Internacional – IMF (2020), em seu blog, ainda menciona que a “democrática uruguaia permite que seus cidadãos confiem nas diretrizes e recomendações de saúde pública, o que levou a um alto nível de adesão às medidas voluntárias de quarentena e distanciamento social” [6].
Com base no gráfico, é possível ver com maior veemência o que o IMF (2020) aponta: enquanto o vírus continua a se alastrar pela América Latina, como um todo, desde maio de 2020 o referido país já registrava menos de 10 novos casos por dia, apesar de alguns surtos mais recentes [6].
Para manter o controle, o Governo uruguaio determinou (por meio de um decreto) que todas as pessoas que necessitarem entrar no país deverão realizar os testes de Covid-19 – os exames deverão ser realizados em até 72 duas horas depois da entrada no país em algum dos laboratórios credenciados [7]. Até o momento de finalização deste texto, o Uruguai tem 2.122 casos acumulados, sendo desses, 1.831 recuperados e 48 vítimas fatais [8].
Vinicius Villani Abrantes é graduando em Letras, com ênfase em Línguas Estrangeiras Modernas e Linguística Aplicada, pela Universidade Federal de Juiz de Fora; e Direito, pelo Instituto Metodista Granbery. Possui experiência acadêmica e profissional em Relações Internacionais, Direito Internacional, Direitos Humanos e Linguística Aplicada.