O Canadá, federação comandada pelo Primeiro-Ministro Justin Trudeau, é uma das nações que optaram por controlar o vírus, ajudar àqueles que foram afetados financeiramente (tanto as pessoas quanto as empresas) e, por fim, reabrir de maneira gradual os comércios.
As ações tomadas no país foram extremamente rápidas. Um dessas ações foi a ativação do Centro de Operações de Emergência (em inglês, Emergency Operations Centre), que ocorreu somente três dias após a confirmação por parte das autoridades chinesas de que uma nova Síndrome Respiratória Aguda Grave (na sigla em inglês, SARS) havia vitimado uma pessoa (AFP, 2020). Essa resposta rápida, por exemplo, ajudou a identificar o primeiro caso e a primeira morte com mais precisão.
O número de casos, apesar de serem altos, mantém-se dentro do esperado. Em abril deste ano, a estimativa da Agência de Saúde Pública do Canadá (em inglês, Public Health Agency of Canada) era de que entre 2,5 e 5% dos habitantes seriam infectados. De acordo com os números disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde (2020) no Relatório de Situação sobre a Covid-19 do dia 12 de agosto e segundo os dados do órgão federal canadense Statistics Canada (2020), aproximadamente 3% da população do Canadá já foi infectada. No entanto, o número de óbitos permanece abaixo do esperado de acordo com as projeções do órgão canadense que foram divulgadas pelo portal de notícias The Canadian Press (2020) em abril.
Como as dez províncias daquele país possuem mais autonomia em assuntos como saúde e educação do que os três territórios, que são de responsabilidade do governo federal, algumas ações foram tomadas antes do governo federal canadense, como exemplo, nas províncias de Alberta, Colúmbia Britânica, Nova Brunswick, Ilha do Príncipe Eduardo e Manitoba programas de ajuda financeira foram divulgadas antes que alguma ação por parte do governo, neste quesito, fosse adotada (RYAN FLANAGAN, 2020).
As medidas sanitárias adotadas pelo Canadá, só surtiram efeito graças ao alto nível de isolamento social praticado pelos habitantes daquele país, com exceção de pequenos grupos negacionistas (que também fazem parte de outros movimentos, como o anti-vacina e terraplanista). De acordo com o estudo feito pela Campaign Research (2020, p. 8), o índice de isolamento social chegou em 71% no mês de maio.
Como a população canadense aderiu de forma exemplar o stay-at-home, nomenclatura dada pelo governo canadense ao isolamento social, hoje ele não é mais necessário em todas as províncias e territórios do Canadá, ficando a cargo de cada pessoa decidir se vai continuar em casa ou não. O que permanece em voga é o distanciamento social, que de acordo com as autoridades daquele país, junto do ato de lavar bem as mãos, é mais eficaz para o momento que eles estão passando (PERKEL, 2020). E em várias localidades os comércios já estão reabrindo e em todas as províncias as escolas foram reabertas, onde fica a cargo de cada província a responsabilidade de criação dos planos de reabertura deste setor, no entanto, os pais das crianças, com medo de uma possível contaminação de seus filhos, estão aderindo ao ensino educacional domiciliar, o homeschooling, o que vai de acordo com as decisões do premiê, que avisa que a vida naquele país só voltará ao normal após a criação de uma vacina efetiva e segura e que até lá agirão com cautela (GOVERNO DO CANADÁ, 2020; MACCHARLES, 2020; COLLETA, 2020; GLOBAL NEWS, 2020).
Para mais informações ou atualizações sobre o assunto, consulte (em inglês): o website do governo do Canadá ou o website da Organização Mundial da Saúde.
Jorge Willian Ferreira Gonçalves é técnico em Informática pelo Instituto Federal Goiano (2019) e atualmente cursa bacharelado em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Goiás. Seu interesse acadêmico gira em torno da ascensão da China e a crise hegemônica dos Estados Unidos, questões políticas do Leste-Europeu e Direitos Humanos.