Em março de 2020, especificamente no dia 7, é confirmada a primeira morte pela infeção aguda grave, Covid-19, na Argentina [1], sendo dias antes (03/03/2020), confirmado o primeiro caso oficial [2]. Ainda no mês de março, a Argentina declarou o isolamento social preventivo e obrigatório, com a finalidade de enfrentar de maneira mais progressiva o novo vírus [3] – a quarentena teve início no dia 20 de março e se estendeu efetivamente até 10 de maio [4].
Com a notícia de que boa parte dos casos chegava a Argentina (e a América Latina) por meio de pessoas que estiveram na Itália, a empresa Aerolíneas cancelou as rotas entre os dois países [5]. Mesmo com esse cenário, outras empresas aéreas continuaram operando normalmente, um dos fatos que fez com que o presidente estabelece a obrigatoriedade do isolamento de 14 dias na chegada ao país [6] [7].
A quarentena na Argentina veio sendo cumprida com grande regularidade, sendo estabelecido pelo governo federal e pelos governos provinciais – o contrário do que se pode observar em outros países da América Latina, como o Brasil.
No mês de março, por meio do decreto 310/2020, o presidente Fernández decreta um auxílio emergencial par as famílias mais afetas, sendo o valor (de aproximadamente 700 reais, a depender da cotação do peso) pago nos meses de abril, julho e agosto [8] [9].
Foi possível perceber que a Pandemia agravou ainda mais a relação entre Argentina e Brasil (que já estava abalada desde a posse do atual presidente do Brasil) [10]. Dentro da América Latina, até o mesmo de junho, a Argentina pode ser considerada um dos Estado mais conscientes no que tange as tomadas de decisões para combater o avanço da Pandemia – enquanto a Argentina acumulava aproximadamente 1 mil mortes, o Brasil ultrapassava o acumulado de 50 mil [10].
Com a flexibilização das atividades e retorno das pessoas às ruas, o mês de setembro de 2020 é iniciado com o sistema de saúde de algumas províncias argentinas à beira de um colapso durante o “novo caminhar” pandemia do novo coronavírus [11]. Tal colapso poderá ser uma das grandes ameaças a Argentina, principalmente a região a capiral Buenos Aires e sua periferia – que é considerado o epicentro da pandemia com cerca de 84% dos contágios [11].
É válido mencionar que nesse momento de crescimento dos casos de Covid-19 na Argentina, o médico Daniel Gatica – que atua na linha de frente – foi apedrejado pela família de um paciente que morreu com a doença. O médico aponta que sobre o cansaço de presenciar muitas vítimas fatais durante dos dias de trabalho e o fato de que "nunca há um leito na UTI" [12].
Até a data de fechamento deste texto (04 de outubro de 2020), a Argentina possui um total de casos (acumulados) de 750.988, sendo 594.632 recuperados e 16.937 vítimas fatais [13].
Vinicius Villani Abrantes é graduando em Letras, com ênfase em Línguas Estrangeiras Modernas e Linguística Aplicada, pela Universidade Federal de Juiz de Fora; e Direito, pelo Instituto Metodista Granbery. Possui experiência acadêmica e profissional em Relações Internacionais, Direito Internacional, Direitos Humanos e Linguística Aplicada.