A comunidade é por excelência o local de eleição para a intervenção comunitária. Sendo a este nível, que as Unidade Cuidados na Comunidade (UCC) detêm um papel preponderante, prestando “… cuidados de saúde e apoio psicológico e social de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente ás pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, e situação de maior risco ou dependência física e funcional, ou doença que requeira acompanhamento próximo, e atua ainda na educação para a saúde, na integração e redes de apoio á família e na implementação de unidades moveis de intervenção” (Seixal, UCC, 2008)
A temática do cuidador informal tem emergido nas últimas décadas, na literatura e investigação. Este é baseado na prestação de cuidados regulares, não remunerados, na presença ou na ausência de um vínculo formal, sendo assegurados por familiares e comunidade. (Silveira, Caldas, & Carneiro, 2006). O desenvolvimento de estratégias por parte da comunidade, preservar a autonomia e dignidade da pessoa, privilegiando a sua permanência no domicílio, em que as famílias/cuidadores informais são os responsáveis pela prestação desses cuidados, devidamente capacitados para tal, sendo fundamental a supervisão dos profissionais de saúde, quando na maior parte das vezes o cuidador não possui qualquer formação e preparação para essa prestação de cuidados. (Tiago, 2012)
A ERS indica que Portugal tem a maior taxa de cuidados domiciliários informais da Europa, a menor taxa de prestação de cuidados não domiciliários e uma das menores taxas de cobertura de cuidados formais, principalmente em função da escassez de trabalhadores formais, escassez que, segundo o International Labour Office, configura uma limitação ao acesso a cuidados continuados de qualidade. Por sua vez, os cuidados informais são prestados por alguém que reside com o doente em situação de dependência, normalmente um familiar ou uma pessoa amiga, que faz esse trabalho por altruísmo, sem remuneração torna urgente a necessidade de construir modelos alternativos de cuidados e oferecer suporte para os cuidadores.
Cada vez mais é importante que a pessoa detenha conhecimentos, habilidades pessoais e confiança para tomar medidas para melhorar a saúde pessoal e comunitária, alterando estilos de vida pessoais e as condições de vida. Assim, a literacia em saúde significa mais do que ser capaz de ler panfletos e assumir compromissos (UNESCO, 2009). Os indivíduos com probabilidade ou possibilidade de literacia em saúde limitada têm menos conhecimento sobre os seus problemas de saúde, mais hospitalizações, aumento dos custos de cuidados de saúde e níveis de saúde mais baixos.
Destaca-se assim a importância da proximidade entre profissionais de saúde e os cuidadores no sentido de também promover a literacia em saúde de quem cuida informalmente de alguém, pois um nível inadequado de literacia em saúde tem um impacto negativo ao nível da saúde individual e coletiva.
A problemática das necessidades educativas dos cuidadores informais vem sendo abordada pela UCC no concelho do Seixal, como uma necessidade de intervenção emergente destacando-se o potencial interesse e valor social ao nível da comunidade.
OBJETIVOS:
Sensibilizar a comunidade para a importância da formação do cuidador informal no cuidado do idoso;
Promover a capacitação dos cuidadores informais para o processo de cuidar da pessoa Idosa integrada em família de acolhimento em ambiente residencial na Freguesia de Fernão Ferro (No âmbito do envelhecimento, Comunicação e relação com o utente, Segurança utente e ambiente, Alimentação, Higiene, Eliminação e Noções Básicas de Primeiros Socorros);
Criar um modelo de intervenção de suporte e educação para a saúde dirigido aos cuidadores informais dos utentes integrados em familia de acolhimento em ambiente residencial.
Cerimónia de Entrega de Diplomas do 1º Curso do Orientar para Cuidar.